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Paulo apresentou-se aos romanos Mario Eugenio Saturno

Mario Eugenio Saturno (https://www.facebook.com/Mario.Eugenio.Saturno ) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

Algum tempo atrás, tratei das diversas cartas do Novo Testamento, faltaram algumas, por isso retorno ao tema. A carta aos Romanos (epístola, em grego), é um texto pastoral, como todas as cartas de Paulo. Nasceu da sua paixão pela evangelização entre os pagãos. Observamos isso em Romanos 15,16: “Sou ministro de Jesus Cristo entre os pagãos, e a minha função sagrada é anunciar o Evangelho de Deus, a fim de que os pagãos se tornem oferta aceita e santificada pelo Espírito Santo”.

Paulo sente ser necessário apresentar-se aos cristãos de Roma, pois não foi ele quem fundou essa comunidade. Até hoje, não se sabe como surgiu essa comunidade. Paulo escreveu a mais longa de suas cartas pela paixão pela evangelização junto aos pagãos.

Paulo faz uma síntese do seu trabalho no Oriente Médio, na Ásia e parte da Europa (“de Jerusalém e seus arredores até a Ilíria”, Rm 15,19), constata que “agora já não tenho tanto campo de ação nessas regiões” (15,23a). Por que? Porque anuncia Cristo onde ainda não o conhecem. E Paulo planeja ir além, passando por Roma: “E porque há muitos anos tenho grande desejo de visitá-los, quando eu for para a Espanha, espero vê-los por ocasião da minha passagem” (15,23b-24).

Paulo ditou a carta ao copista Tércio, que aproveitou a oportunidade, no final, para mandar saudações aos romanos, sinal que os conhecia (16,22). A unanimidade dos estudos sobre Romanos afirma que a carta teria sido escrita em Corinto, durante os três meses que Paulo aí permaneceu (At 20,2-3), no final do ano 56 ou início de 57, quando Paulo já estava voltando de sua terceira viagem missionária.

A carta foi levada à Roma por uma mulher, Febe, diaconisa da Igreja de Cencreia. (16,1-2). A expressão “deem à ela toda a ajuda que precisar” (16,2b) faz supor que Paulo teria confiado uma missão especial a Febe.

A comunidade romana (Rm 16,1-15) é composta de pessoas sem muita importância à primeira vista, são 11 mulheres e 18 homens. É claro que a Igreja de Roma deveria ter mais pessoas, mas surpreende Paulo conhecer tantas pessoas sem nunca ter estado em Roma. Isso ajuda a esclarecer algumas questões, por exemplo:

1) Se Paulo conhece tantas pessoas da comunidade de Roma, pode muito bem conhecer inclusive as alegrias e os conflitos dessa comunidade. Isso reforça a tese de que a carta aos Romanos não é um trabalho de teologia, mas um texto pastoral.

2) Se tantas pessoas conhecidas de Paulo estão no momento em Roma, é sinal de que a evangelização naquele tempo era dinâmica, ágil, autossustentada. Os deslocamentos de uma cidade para a outra não impediam o avanço da evangelização, pelo contrário, favoreciam.

3) Se nem Paulo e nem Pedro são os fundadores da comunidade de Roma, é bem provável que tenha surgido de iniciativa “leiga”. Sabemos que, no início da evangelização, uma corrente conservadora reservava somente aos apóstolos que andaram com Jesus de Nazaré a responsabilidade de fundar comunidades. O surgimento da Igreja de Roma é outra quebra de protocolos, algo comum com o cristianismo. Fica o convite para que o leitor faça uma leitura esmiuçada desta importante epístola.

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