Prof. Evandro Ricardo Guindani Universidade Federal do Pampa - Unipampa

Observando as inserções partidárias nos meios de comunicação ouvimos coisas nunca ditas antes, como o uso frequentes das expressões “direita” e “esquerda”. Diante disso eu me pergunto, será que as pessoas sabem realmente a diferença entre esses termos na política? O uso está muito banalizado. Certo dia, ainda na época da eleição, eu estava assistindo um vídeo no celular e uma pessoa me pergunta: ele é de direita ou esquerda?

Com a polarização partidária nos últimos anos, as pessoas foram condicionadas a dividir a realidade entre esses dois polos. Ao ponto de que muitos afirmam serem neutros ou não falarem sobre política, porque caso omitam alguma opinião, serão automaticamente taxados de direita ou esquerda e logo começam as discussões.

Então, de certa forma, dizer que não se envolve em política ou ser neutro é uma maneira de não querer se envolver em discussões. Porém o que mais precisamos é esclarecer as coisas pois todos nós somos políticos, e isso não significa dizer que temos um partido político.

Quando estudamos História vamos compreender que os termos "esquerda" e "direita" apareceram durante a Revolução Francesa, de 1789, e posteriormente no Império de Napoleão Bonaparte. Os membros da Assembleia Nacional se dividiam em dois grupos. Aqueles que apoiavam o rei se sentavam à direita do presidente e aqueles que eram simpatizantes da revolução, se posicionavam à sua esquerda.

Essa é a origem histórica dos termos na política, porém ao longo do tempo, esses termos foram se adaptando e mudando. Agora por exemplo é possível perceber que a esquerda pode estar no governo e a direita pode estar na oposição, o que seria totalmente estranho de se pensar, no século dezoito.

Atualmente, o termo “direita” na política, agrega aquelas pessoas mais conservadoras, ou seja, que não querem muitas mudanças na ordem social, assim como desejava o rei no século dezoito. Ele queria manter aquela situação sem grandes transformações. É comum que políticos de direita se autodenominam liberais, por outro lado, são contra transformações estruturais como reforma agrária e distribuição de renda. Defendem a liberdade dos ricos poderem enriquecer ainda mais e também a liberdade dos pobres se virarem como podem. Criam novos termos “bonitinhos” como “empreendedorismo”. Colocam na mesma vala, grandes empresários e o vendedor de balas na rua, como empreendedores. Essa é uma das características da direita nos dias de hoje, posteriormente falaremos mais das contradições tanto da direita como da esquerda.