Avanços na Obra do Trevo do Bairro dos Estados em Concórdia |
Lendo com Você - 036
Ana Schirley Favero
Uma idéia me surgiu. Ocupar este espaço para dar de presente o que fui colhendo na caminhada como leitora. O que registro é um convite à leitura.
Eis o que li da professora Rudnéia Schüller Pereira: ? Aprender a ler é não só uma das maiores experiências da vida escolar. É uma vivência única para todo ser humano. Ao dominar a leitura, abrimos a possibilidade de adquirir conhecimentos, desenvolver raciocínios, participar ativamente da vida social, alargar a visão de mundo, do outro e de si mesmo. Cabe à escola, em meio a tantas mudanças tecnológicas e sociais, estimular a leitura, melhorar as estratégias, principalmente, de compreensão, e oferecer muitos e variados textos.
O ato de ler não se dá linearmente como um processo contínuo, tranqüilo e sem interrupções. Ao contrário. É uma operação mental complexa, marcada por tensões, porque envolve, ativamente a pessoa. Ler não é fácil, exige esforço mental e físico. E como tudo que dá trabalho, muitas vezes tendemos a abandonar, por isso o esforço dos professores deve ser incansável.
É... porque LER DÁ TRABALHO.
Quão profunda é a idéia de Maria Hermínia Lage Fernandes Laffin- ?Ler é navegar na heterogeneidade de textos e na sua funcionalidade social, produzindo sentidos?
Manuel de Barros disse: ?Só a alma atormentada pode trazer para a voz um formato de pássaro?.
Mara Cristina Ficher Rese faz algumas provocações: ? leitura não diz respeito somente aos professores, mas a todos os envolvidos com a educação. Porém, ainda se defende que a escola é o lugar para se aprender a ler, para sermos alfabetizados, para adquirirmos a tecnologia da escrita e a leitura.
Eis a reflexão para assumirmos o fato de que o hábito de ler não é tão fácil e simples de se incorporar no cotidiano dos sujeitos, razão pela qual é necessário nos aprofundarmos mais nas teorias que tratam das práticas escolares de leitura.
Quando se traz um texto para a aula, como é oferecido? Nosso aluno é levado a querer ler? Como oferecemos a leitura ao aluno, quando sabemos que é um texto denso, grande, com muitas palavras novas, porém, imprescindível para sua formação? Se precisamos trabalhar uma obra que, de antemão, reconhecemos as dificuldades para lê-lo, que trabalho pedagógico fazemos entre a obra e o leitor?
A forma de se tratar a leitura na escola precisa ser repensada como um ?conteúdo sério?. Precisamos realizar melhor essa tarefa de dar corpo e vida ao texto em nossas aulas.?
Continuo a destacar a importância da leitura literária. E para fazê-lo, nada melhor do que a fala de três grandes escritores:
Marisa Lajolo disse: ?A literatura é importante no currículo escolar: o cidadão, para exercer plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo que nunca vá escrever um livro, mas porque precisa ler muitos.?
Paulo Bragatto Filho registrou com toda a propriedade: ? O livro que é grávido de uma carga humanizante faz dos leitores mirins e adultos, seres humanos em plenitude?.
Eloí Elisabet Bocheco repete em sua obra ?Poesia Infantil, o Abraço Mágico?: ?A palavra poética, a palavra literária voa e faz voar gentes e reinos.
Ler e escrever é um bordado à mão. Quando a palavra é tocada pela poesia ela se potencializa e cria a vida nova. As nomeações simbólicas têm o poder de subverter a ordem linear fixadora de sentidos. Liberta dos elos opressivos das convenções da lógica racional, a palavra reconquista a face mágica, o vigor mítico das origens e mostra-se em plenitude.?
E para encerrar digo: ? Dominar a palavra é questão de sobrevivência?.
Conclamo a todos os professores : ? Adotemos o livro como arma contra a violência.?
Com carinho- Da profª Ana Schirley Favero
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