AMÉRICA LATINA LOGÍSTICA
ALL PROMETE CONCLUIR ESTUDO DE VIABILIDADE ATÉ DEZEMBRO
cronograma de trabalho que se estende até o próximo ano e se comprometeu a buscar uma solução para o problema. "A ALL não vai ser obstáculo. Se os clientes não apresentarem a demanda necessária de cargas, vamos estudar a possibilidade de devolver o trecho ao governo federal", afirmou o diretor de gente e relações corporativas da ALL, Pedro Almeida. Ele alegou a baixa demanda de cargas para justificar a desativação da Ferrovia do Contestado, mas afirmou que até o final de dezembro a empresa pretende concluir um estudo de viabilidade econômica e, caso os resultados forem positivos, em agosto de 2010 alguns trechos já poderão ser reativados.
A baixa demanda de cargas foi contestada por várias lideranças, entre elas o representante da associação dos Amigos do Trem de Porto União e União da Vitória/Ferrovia do Contestado, Marcelo Roveda, que informou que aproximadamente 140 mil toneladas de areia por mês são transportadas para a região oeste de Santa Catarina pelas rodovias. "Somente a areia já tem uma demanda enorme", disse ele. O argumento foi reforçado pelo presidente da Associação Empresarial de Porto União (Acipu), Aloísio Salvatti, ao ressaltar que o transporte ferroviário poderia potencializar ainda mais a região que é responsável por 33% da produção nacional de esquadrias e aberturas. São cerca de 1,6 milhão de unidades de portas produzidas por ano, em 180 indústrias que geram 15 mil empregos. "A ferrovia é fundamental, tanto pelo baixo custo e agilidade do transporte quanto pela questão ecológica", ressaltou Salvatti, ao lembrar que o escoamento da produção de soja e milho na região também carece da malha ferroviária.
Ao final do encontro, as lideranças divulgaram a Carta de Porto União, em que manifestam a necessidade da reativação da Ferrovia do Contestado para promover o desenvolvimento regional, exigindo da ALL a
retomada dos serviços ou a devolução do trecho ao governo federal. A carta também fala da importância do transporte ferroviário para um meio mais barato, seguro e ambientalmente sustentável, e manifesta apoio à criação da Ferrosul, a exemplo do BRDE, com o propósito de planejar, construir e operar ferrovias no Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de integrar o Sul com a Ferrovia Norte-Sul e com os demais países da América do Sul.
CARTA DE PORTO UNIÃO
“SONHO QUE SE SONHA SÓ, É SÓ UM SONHO.
SONHO QUE SE SONHA JUNTO, JÁ É REALIDADE”
Reunidos em Porto União/SC, no auditório da Universidade do Contestado, Prefeitos, Vice-Prefeitos, Vereadores, presidentes de partidos políticos, Secretários dos municípios de abrangência da Associação dos Municípios do Planalto Norte Catarinense (Ampla Norte), Associação dos Municípios do Meio Oeste Catarinense (Ammoc), Associação dos Municípios do Alto Vale do Rio do Peixe (Amarp) no Estado de Santa Catarina e da região da Associação dos Municípios do Sul do Paraná (Ansulpar), empresários, representantes do turismo, deputados estaduais e federais dos Estados do Paraná e Santa Catarina, manifestam seu apoio irrestrito à proposta de reativação da Ferrovia do Contestado, entre os municípios de Mafra/SC a Marcelino Ramos/RS, hoje sob a concessão da América Latina Logística (ALL).
A Ferrovia é um meio de transporte mais barato, seguro e ambientalmente sustentável. Além de sua importância econômica e de desenvolvimento, é extremamente necessária para darmos respostas num momento em que o Planeta pede socorro e exige dos seres humanos atitudes imediatas no combate ao aquecimento global e outros impactos ambientais.
A luta pela implantação de novas Ferrovias e a reativação das Ferrovias já existentes é estratégica para o desenvolvimento de uma nação, integrando economicamente, socialmente e culturalmente estados, países e povos. No caso de Santa Catarrina, para otimizar o escoamento da nossa produção por meio dos portos catarinenses, integrar-nos com os estados vizinhos, potencializar nossas relações com os demais países do Mercosul e viabilizar as exportações para os países asiáticos por meio dos trilhos.
Após tantos contratempos, parece um sonho reativar Ferrovias, mas é uma atitude de coragem deste povo que, forjado nas batalhas do Contestado, alimenta o sonho e não se cansa de lutar pelos seus direitos e de ver a sua região sendo construída com justiça e igualdade social. Mas, hoje, não se trata apenas de um sonho, mas sim de uma necessidade de uma grande região que vislumbra na reativação de sua malha ferroviária a retomada de vários investimentos locais e uma nova perspectiva de futuro para o seu povo, seja econômica, social ou cultural.
Somamos nossos esforços ao grande momento de união política dos Estados do Paraná e Santa Catarina e reafirmamos que a implantação de novas ferrovias, bem como a reativação das malhas ferroviárias já existentes, não é apenas importante, mas acima de tudo necessária.
Neste contexto, declaramos publicamente esta união de esforços no dia de hoje para que a Ferrovia do Contestado seja reativada pela América Latina Logística ou que este trecho ferroviário seja devolvido ao governo federal, a fim de que possamos viabilizar este importante instrumento para a retomada dos avanços econômicos, sociais e culturais das regiões que dependem deste meio de transporte, de desenvolvimento e de justiça social.
Além disso, apoiamos a criação da Ferrosul, a exemplo do BRDE, com o propósito de planejar, construir e operar ferrovias no Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de interligar o Sul com a Ferrovia Norte-Sul e com os demais países da América do Sul.
Nesta que é uma luta de todos, esse é o caminho!
Frente Parlamentar das Ferrovias
Porto União/SC, 06 de novembro de 2009.
Guindani reivindicando a reativação da ferrovia.
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