QUESTÃO DE INTERPRETAÇÃO...

O ser humano, quando raciocina, começa a se questionar e a não mais aceitar imposições e busca, graças a Deus, explicações para as suas dúvidas.
Algo que muito intriga o ser humano é a questão religiosa: todos queremos saber de onde viemos, qual o nosso real objetivo neste planeta e para onde iremos após a morte; e nesse afã por respostas, a Doutrina Espírita tem propiciado contribuição a todos os que procuram por elucidações e esclarecimentos.
Infelizmente, alguns que têm os seus primeiros contatos com a religiosidade, independentemente da religião, e por este motivo ainda não adquiriram uma base a cerca das Leis Divinas e também dos ensinamentos de Jesus, são inocentemente desviados do seu intento inicial por pessoas mal informadas, que procuram infligir-lhes medo, culpa e terror, apontando certas passagens bíblicas que supostamente condenariam o Espiritismo, nos seus postulados.
O Espiritismo tem sua Doutrina baseada na existência de Deus, sim, em detrimento do que muitos apregoam, sem conhecimento de causa. É também uma doutrina Cristã, pois Kardec recebeu dos Espíritos Superiores encarregados da codificação espírita, esclarecimentos a cerca do Evangelho de Jesus, procurando elucidar muitos pontos obscuros, pois foi Jesus mesmo quem asseverou que “falava por parábolas porque o povo ainda não tinha condições de compreender muitas coisas”, mas “Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviará um outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco; - O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará entre vós. – Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito”. (S.João, 14:15 a 17 e 26).
Portanto, meus caríssimos, o Espiritismo não vem para afrontar nenhuma outra religião ou quem quer que seja, vem, isto sim, para auxiliar, esclarecer, elucidar a humanidade e somar esforços para que sejamos, todas as religiões cristãs, intermediários de Jesus, na sua tarefa de pastorear as suas ovelhas. Como já dissera o Mestre: “Não vim destruir a Lei, porém cumpri-la”.
Traz a Doutrina Espírita algo de novo no seu bojo? Talvez para alguns seja nova a possibilidade de comunicação com os espíritos, mas podemos garantir que ela não é propriedade, nem tampouco foi “inventada” pelo Espiritismo, remonta desde épocas anteriores a Moisés.
E essa comunicação com os espíritos prova a nossa individualidade, a continuidade da vida além túmulo, comprova e nos explica “racionalmente” porque Deus é infinitamente Bom e Justo: Porque aos criar-nos a todos os espíritos, simples e ignorantes, dotados do livre arbítrio, e fadados à perfeição relativa, porque perfeição absoluta só Deus, afinal foi Jesus mesmo o responsável por estas palavras: “Nenhuma das ovelhas que o Pai me confiou se perderá”, entretanto Ele também nos recomendou: “Sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai”, e racionalmente falando, se não for através da reencarnação, isto é, as várias oportunidades que Deus nos concede, teríamos condições de atingir essa perfeição recomendada por Jesus numa única existência?
A respeito da reencarnação poderíamos falar muito mais, mas fica este singelo questionamento para nossa reflexão... Consideremos que Deus é infinitamente perfeito e se nos criasse aleatoriamente, nessa desigualdade que vemos todos os dias, mas principalmente uns que têm o privilégio de conhecer a verdade, em detrimento de outros que são cerceados do conhecimento, deficientes físicos e mentais, outros completamente relegados, vivendo e se criando em ambientes nocivos à formação do caráter de qualquer um, há explicação coerente e racional para essas discrepâncias? Seria Deus justo?
Agora, se somos todos responsáveis pelas nossas obras, se estamos todos, indistintamente, sujeitos a Lei de Causa e Efeito, se mesmo não nos lembrando das vidas passadas estivermos recolhendo o fruto de nossa semeadura, certamente estaremos entre os Bem-aventurados, porque nossas aflições são suportadas com resignação e sabendo que Deus não nos inflige castigo, que Deus não é vingativo, pelo contrário, é infinitamente misericordioso, pois àquele que errou concede as oportunidades de redenção, mas que ao mesmo tempo não deixa de ser justo, pois àquele que errou é necessário repreender, chamar-lhe atenção para o erro e propiciar que se redima perante a Lei. "Se absolvermos o malvado, ele nunca aprende a justiça; sobre a terra ele distorce as coisas direitas e não vê a grandeza de Javé" (Isaías 26, 10). "Por isso, castigas com brandura os que erram. Tu os admoestas, fazendo-os lembrar os pecados que cometeram, para que, afastando-se da maldade, acreditem em ti, Senhor".(livro Sabedoria (12, 2).
E a comunicação com os espíritos não é condenada por Jesus, pois Ele mesmo conversou com os espíritos de Moisés e Elias junto ao monte Tabor, na presença de Pedro, Tiago e João (Mt 17, 1-9). Assim, estamos fazendo o que Jesus fez, não foi Ele quem disse: "Tudo o que eu fiz vós podeis fazer" (João 14, 12).?
Além do mais, a comunicação com os espíritos foi necessária, no início da codificação espírita para que os Espíritos Superiores pudessem repassar o conteúdo da doutrina, e não é esse o principal objetivo do Espiritismo, foi importante como já frisamos, mas agora o seu principal objetivo é esclarecer os seres humanos a utilizarem o seu raciocínio, para que esclarecidos, possam melhor fazer uso de seu livre arbítrio, instigá-los ao autoconhecimento (identificar os seus defeitos, vícios, más tendências e substitui-los por virtudes), através da sua reforma íntima, procurando cada instante praticar o perdão das ofensas e especialmente a Lei de Amor, Justiça e Caridade, como exemplificou-nos o Mestre, para que possamos nos redimir das nossas faltas anteriores e purificar nossos espíritos, procurando “fazer ao próximo o que gostaríamos que o próximo nos fizesse”.
Portanto, o que deve ser valorizado no ser humano é a sua religiosidade, a sua ligação com o criador, pouco importando a religião; e o Espiritismo, desde 1857 alistou-se para as hostes de Jesus, na tarefa de elucidar os seres humanos e induzi-los ao regaço do Pai, porque o Pai não quer aniquilar os pecadores e sim extirpar os pecados, os erros, os equívocos, o mau proceder, e quando passarmos a nos tratar como irmãos, independente de raça ou credo, estaremos trilhando as pegadas do Mestre, que entendemos ser a única maneira de salvação, ou de uma melhor sorte no futuro, porque Ele ao atender, conversar, esclarecer, curar e abraçar àqueles que O procuravam, certamente não pedia que religião professavam.
Afinal, somos todos cristãos e evangélicos, porque estudamos os evangelhos e seguimos as pegadas do Cristo.
Divergências... Questão de interpretação... Relevantes? ... Dependem do fim...

Centro Espírita Amor e Caridade – Rua José Zortéa, 104 – CAPINZAL SC.
Palestras Públicas – Segundas-feiras –a partir das 19h50min.