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Moradores de Capinzal são lesados por empresa de turismo

  • - Sérgio Moretti e esposa Ilda Savariz Moretti.

Grupo comprou pacote para Itália e Israel, mas não embarcou e nem teve os valores ressarcidos. Operadora é acionada na Justiça

O plano de fazer a viagem dos sonhos virou pesadelo para moradores do município de Capinzal, no Meio-Oeste catarinense.  No início de 2015, um grupo de nove romeiros, composto por quatro aposentados, um técnico agrícola, uma dona de casa e duas enfermeiras do Paraguai, adquiriu da empresa Marktur um pacote turístico de 14 dias para viajar à Itália e Terra Santa. O investimento individual girou em torno de U$ 4.650,00, o equivalente à R$ 15,2 mil. E, além das passagens e deslocamentos terrestres, o pacote incluía hospedagem e passeios. Desde a aquisição do pacote de viagem o grupo começou a viver a expectativa de realizar um grande sonho, o de conhecer parte da história do cristianismo. 

Segundo foi informado, a empresa de turismo promovia em média seis viagens do tipo por ano. Foram realizadas várias reuniões onde os representantes da Marktur exibiram vídeos, explicaram detalhes da viagem, roteiros e deixaram os romeiros ainda mais ansiosos. 

À medida que o tempo avançava as expectativas aumentavam, contudo, no início de outubro de 2015, mês em que ocorreria o embarque, começava uma verdadeira via cruzes. 

O primeiro sinal veio na forma de e-mail da empresa de turismo. Nele, além do comunicado de que a viagem deveria ser transferida, foi anunciado um reajuste do pacote no valor de R$ 3.400,00. O motivo? A variação cambial. Descontentes, o porta-voz do grupo, Sérgio Moretti, que atua na área de tecnologia agrícola da BRF, contestou a cobrança extra e alegou que os custos adicionais com a variação do câmbio teriam de ficar a cargo da operadora.

 Para acalmar os ânimos, diretores da empresa, reuniram-se com os clientes na cidade de Capinzal e  comunicaram que o reajuste tinha sido um mal-entendido. Contudo, obrigaram o grupo a assinar documento isentando a empresa de quaisquer responsabilidades sobe os romeiros durante a viagem. Era mais um duro golpe no sonho de conhecer a Itália e a Terra Santa. 

"O sonho começava a se encerrar. O que era sonho tornou-se pesadelo depois de tanta luta para economizar. Mais da metade eram pessoas aposentadas que deixaram de fazer outras coisas para viajar. Eu mesmo nunca tinha saído do brasil. Fomos empolgados fazer o passaporte. Estávamos felizes em realizar o sonho", lamentou Moretti, que faria a viagem ao lado da esposa Ilda Savariz Moretti, ambos assíduos participantes da agenda religiosa da cidade. Sérgio é devoto de Nossa Senhora Aparecida e Ilda de Nossa Senhora da Graça e Nossa Senhora de Caravaggio.

 Não bastasse a tristeza e a frustração de interromper o sonho de conhecer os lugares históricos, os romeiros começavam ali a batalha para reaver os valores pagos. A primeira proposta da empresa foi o de realizar o ressarcimento dos valores pagos em 12 parcelas. O grupo negou e exigiu fossem devolvidos os valores em cinco parcelas. Embora a empresa tenha aceitado a contraproposta, até os dias atuais o grupo não teve nenhum valor devolvido.

Um dos mais desolados é o Frei Emerson, que indicou a empresa e seria o "guia espiritual" da viagem. "Ele já não dorme direito desde o ocorrido", diz Sérgio Moretti, um dos lesados.   

 

Baratieri Advogados assume caso e aciona empresa na justiça 

 Em dezembro de 2015, dos nove romeiros, sete decidem entrar em contato com a Baratieri Advogados Associados a fim de tomar medidas judiciais contra a empresa Marktur. 

Negociações preliminares foram realizadas até que a agência de turismo ofereceu novo pacote de viagem nos mesmos moldes. Todavia, o que pareceu ser uma luz no fim do túnel, uma vez que o embarque estava marcado para o dia 22 de maio de 2017, mostrou ser o golpe de misericórdia no sonho: a empresa estava em situação financeira precária e não tinha condições de pagar amigavelmente.  

O advogado do grupo, André Gustavo Vicari, que acionou a empresa na justiça a fim de reaver os valores pagos e pleitear a indenização devida alerta que o consumidor, antes de adquirir pacotes de viagem, deve procurar informações da empresa de turismo e pesquisar junto à Embratur para ver se a agência de turismo é cadastrada. "Uma simples consulta na internet, às vezes, pode ser útil e mostrar a reputação da empresa. Os órgãos de proteção do consumidor, como o Procon, também são úteis", destacou.

 Outro alerta importante diz respeito ao contrato firmado com a empresa. O documento deve conter todos os detalhes da viagem, inclusive dos passeios, dos transfers, do nome do hotel, das passagens etc. "Ademais, é bom frisar que no mercado, ou no mundo dos negócios, não existe mágica. Desconfie da oferta que possui o preço muito abaixo dos concorrentes. Pesquise, se informe, questione. Normalmente, as empresas de turismo trabalham com parceiros comuns que praticam os mesmos preços. Fique atento às ofertas, ainda que tentadoras."

 Apesar de todo o contratempo, Sérgio Moretti e esposa, que representam o grupo, não perderam a esperança. E disseram: "Assim que recebermos os valores devidos, vamos viajar e agradecer a Deus pela oportunidade e graça alcançada.

 

Os autores da ação:

- Ademar Zocoli (aposentado);

- Maria Aparecida Zocoli (aposentada);

- Sérgio Moreti (técnico agrícola);

- Ilda Terezinha Savariz Moreti (dona de casa);

- Neuza Fatima Morais Coussou (aposentada);

- Ines Cesca Fae (aposentada);

- Cornelia Vera Lopez (enfermeira).

 

Assessoria de comunicação

 

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