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Severino Lavandoscki

Analista Político.

E-mail: sevesul@hotmail.com

A política no carnaval - Qual marchinha de Carnaval você pulou nesse fim de semana? Cantou as tradicionais ou deu preferência a uma mais politizada, mas ao mesmo tempo irreverente? O escândalo de corrupção do governo do Distrito Federal, protagonizado pelo governador José Roberto Arruda (sem partido), liberou a criatividade de vários autores pelo país. Uma rápida busca na internet mostra que o caso Arruda é o preferido deste ano para fazer críticas à política. Mas existem outras fontes de inspiração, como os atos secretos do Senado. Casos desse tipo permitem o retorno das críticas políticas por meio das marchinhas, que andavam um pouco sumidas, mas já foram bastante utilizadas para ironizar e até mesmo para enaltecer políticos.
Intervenção no DF - A intervenção no Distrito Federal pedida pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, tem apoio até de dirigentes do DEM, partido ao qual recentemente era filiado o governador José Roberto Arruda (sem partido), preso na quinta-feira acusado de tentar subornar testemunha no inquérito Caixa de Pandora. A medida, defendida pelo grupo do senador Demóstenes Torres (GO) e do deputado Ronaldo Caiado (GO), pode livrar o DEM do constrangimento de ver outro integrante, agora o governador em exercício, Paulo Octávio, ser removido do poder. O próprio Paulo Octávio admitiu ontem que, diante dos problemas de governabilidade, pode renunciar ao cargo.
Quando FHC se excede - Em um longo artigo publicado em vários jornais, o ex-presidente FHC desafiou Lula para a briga das comparações entre os seus oito anos de mandato e o do período do petista. Em um seminário do partido recomendou que os tucanos não tivessem medo da popularidade de Lula. Ultimamente Serra e o PSDB tremem nas bases quando FHC abre a boca. O ex-presidente pode até ter razão na sua resistência dialética, mas toda vez que sai da toca, falando o que não deve na hora errada, o pré-candidato Serra cai nas pesquisas. Mais um desafio a ser vencido por Serra rumo ao Planalto.
Vista grossa ou choradeira - Há algum tempo, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, disse que a antecipação de propaganda eleitoral "perturba o funcionamento da máquina administrativa", mas que as representações levadas pela oposição ao tribunal que questionam as atividades do Governo devem ser mais consistentes. O que ele chama de consistência os partidos de oposição, que apresentam representações, compreendem como "vista grossa". O TSE tem negado rotineiramente ações contra o presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff (PT) e isso vêm tirando o sono da oposição. Sinceramente, há vista grossa da Justiça e choradeira da oposição.
Imagem distorcida - A gestão Lula pode chegar ao fim com 100 mil servidores a mais. Para o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, isso não é inchaço da máquina pública. Com orgulho, ressaltou o fato de o número de funcionários ter aumentado em cerca de 57 mil servidores desde 2003, emendando que, até agora, 12 novas universidades, 214 escolas técnicas federais e 50% desse efetivo novo foram para a área da educação. Na sua visão, eles colocaram mais professores e técnicos administrativos. E concluiu: o funcionamento do Estado no Governo Lula é muito melhor do que no Governo FHC.
A sintonia da Justiça - Um fato inusitado aconteceu na prisão de José Roberto Arruda e pode se repetir em situações semelhantes, em que o Legislativo, como a Câmara Distrital de Brasília, não cumpre seu papel, apesar das provas: ótimas fontes do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça informam que, dias antes da prisão de Arruda, houve discreta reunião entre ministros do STJ e do STF, quando foi decidida a operação. O que motivou o encontro foi o iminente desgaste na imagem externa do país, com a manutenção de Arruda em liberdade e o fortalecimento interno da cultura da impunidade. Importante gesto dos juízes federais, que combinaram ainda não conceder o habeas corpus. Se o sentimento desses ministros do STJ e STF espalharem-se pelo Judiciário do país, atuando não só tecnicamente, mas ajudando pela via das leis no enfrentamento dos males do Brasil, como a corrupção, será um avanço.
Acerto complicado - O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, passou um dia inteiro tentando negociar acordo entre o prefeito de Curitiba, Beto Richa, e o senador Álvaro Dias, na disputa pelo governo do Paraná. O presidente tucano esbarra no radicalismo de ambas as partes. Se o critério fosse pesquisa eleitoral, tanto Álvaro Dias como Beto Richa, estão exatamente iguais, pois em duas pesquisas recentes eles têm um empate técnico. Pelo que se conhece de ambos, nenhum deles vai abrir mão.

Crise avança na Venezuela - É visível a evolução da crise venezuelana. Política, social e econômica. O país enfrenta racionamentos, um surto inflacionário grave e a erosão de sua capacidade de alavancar a economia. Isso para não falar no aprofundamento de suas divisões políticas e sociais. O governo Chávez eleva o tom de ameaça para intimidar a oposição. E cresce o isolamento internacional do regime. Sintomaticamente, cessaram as louvações do governo Lula.

 


 

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