Severino Lavandoski
Analista Político
E-mail: sevesul@hotmail.com
O sucesso na TV - O sucesso do programa do PT na televisão assustou a oposição e animou a militância. O comentário do petista José Diniz, postado no site oficial do partido, mostra bem a repercussão positiva: "O PT está começando a mostrar o potencial que tem. Em programas anteriores, eu ficava dizendo para mim mesmo - puxa vida, o PT faz e não sabe mostrar; agora sim, estamos no rumo certo". Realmente, o programa foi brilhante, uma excelente peça de Comunicação Social. Ao separar o bem do mal, o marqueteiro do PT atingiu em cheio as camadas populares. Nada de novo, para quem é do ramo. Ao contrário, a fórmula é antiga, está em todos os compêndios das escolas de Comunicação: é eficaz, como a história tem registrado ao longo dos séculos.
Saia justa - Cada vez mais elogiado pelas ações na presidência do Banco Central, Henrique Meirelles é visto pela comunidade financeira internacional como grande nome para chegar ao Planalto. Também dá mostras de que agrada à presidenciável Dilma Rousseff (PT), podendo disputar a eleição de 2010 como vice da petista. No entanto, para migrar da economia para a política, Meirelles enfrenta barreiras no PMDB, partido em que se filiou após deixar o PSDB. Dizem que as raposas peemedebistas, que comandam a legenda, jamais indicariam o presidente do BC para formar chapa com Dilma.
Ameaças - Para reduzir a fogueira, dirigentes do PT nacional e da seção paulista não comentam o assunto em público, mas fazem piadinhas com as ameaças do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB- SP), que agora admite a hipótese de apoiar uma candidatura presidencial do PMDB, caso Lula não peça desculpas publicamente por ter falado em um vice que tenha saído da lista tríplice. Eles acreditam que Temer partiu para a ameaça após ajudar Orestes Quércia a se eleger presidente do PMDB paulista e descobrir que fez bobagem. E lembram o velho ditado: "cão que ladra não morde".
Desviados mais de R$ 1 milhão - O Ministério Público do Maranhão denunciou a Fundação José Sarney pela aplicação irregular de R$ 960 mil repassados à entidade por meio de convênio com a Gerência de Estado da Cultura. Segundo a ação civil pública por improbidade administrativa apresentada ontem, o dinheiro deveria ser usado na "conservação, divulgação e exposição pública do acervo bibliográfico, documental, textual e museológico" da fundação, mas foi utilizado para custear despesas administrativas, entre elas, pagamento de pessoal e manutenção da entidade. A verba foi repassada em 12 parcelas mensais de R$ 80 mil, durante todo o ano de 2004. Dos R$ 960 mil, R$ 386,7 mil foram gastos com remuneração.
Pista falsa - Uma tática que funciona bem quando se quer armar uma pista falsa é parecer estar apoiando uma idéia que, na verdade, contraria o que a pessoa sente. O método é freqüentemente usado por políticos e governantes na ressaca das crises. Exemplo? A reforma política, que aparece como esparadrapo para fechar a ferida aberta por escândalos, denúncias, gravações e máfias que agem nos porões da administração pública. O presidente Luiz Inácio, instado a falar sobre o mensalão do Distrito Federal, recomendou profunda mudança nos padrões políticos, lembrando que já enviou ao Congresso duas propostas para a reforma política. A pista é falsa. Fosse verdadeiro, o chefe do Executivo já teria mobilizado seus exércitos para aprovar a matéria, como acaba de fazer com relação aos projetos do pré-sal.
Vale tudo I - O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, do DEM, resolveu permanecer no cargo e, para isto, traçou uma estratégia na qual irá usar todo o arsenal de que dispõe e que, se comenta nos bastidores, não é pouco. Assim mesmo encurralado por irretorquíveis evidências de que comando um propinoduto no governo de Brasília, recusa-se a renunciar, e vai buscar permanecer no posto, à base de chantagem e do jogo bruto. A brutalidade na quarta-feira da semana passada foi exposta quando para impedir manifestações a polícia de Brasília espancou as pessoas que ocupavam as ruas da capital para exigir a saída dele.
Vale tudo II – O DEM diante dos estragos provocados pelas imagens do governador e assessores recebendo maços de dinheiro, ordenaram que o colega deixasse o partido. Arruda estrilou, ameaçando revelar como a propina arrecadada no governo de Brasília também estufa os bolsos de decanos do partido. Desde então, o governador mantém na sua mira os senadores do DEM e, sobretudo, o deputado Rodrigo Maia, o presidente da legenda. Para intimidar inimigos e até aliados, diz ter vídeos e provas de corrupção contra todos. E, comenta-se que o que foi mostrado até agora, seria fichinha diante do que Arruda pode mostrar. Se for verdade ninguém confirma, mas, diante de uma crise deste tamanho o andar da carruagem parece ser muito devagar e os dedos acusadores muito pouco levantados. Arruda deixou os democratas em pânico, mas, optou por uma saída estratégica do partido
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