'A LEITURA PARA QUEM AINDA NÃO 'APRENDEU A LER'

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- Evani Marichen Lamb Riffel (Pedagoga e Psicopedagoga).
Evani Marichen Lamb Riffel (Pedagoga e Psicopedagoga)
Estimados(as) leitores(as), indago inicialmente:
-Como as crianças, que ainda não são alfabetizadas, leem a "leitura"?
Bem, antes deste processo, as crianças sabem bastante sobre a leitura. Sabem que os adultos interagem com os sinais escritos em objetos. Estes objetos, para os adultos são meros suportes, as crianças os têm como a materialidade da escrita.
Os sinais, os símbolos da escrita, são vistos pelas crianças, que ainda não aprenderam a ler, como desenhos que não conseguem identificar. Elas participam de eventos cotidianos daqueles objetos, que parecem reger o ir e vir dos adultos à rua, que parecem reger tarefas, inclusive o ato de escrever.
Tudo isso indica que a criança já vem desenvolvendo conhecimento a respeito da cultura escrita, antes do processo de alfabetização, que podemos olhar como fase importante na "formação leitora."
Nesta fase, este contexto pode ser enriquecido ou não, ser mais, ou menos intenso na vida da criança, medido "nos espaços e ambientes de convivência e do que neles ocorre em termos de contato com a escrita, o que torna essa fase pré-escolar ainda mais relevante para quem participa como agente dessa formação." (In revista Na Ponta do Lápis, n°22, p. 17 a 19).
Na socialização deste processo, em ambiente escolar, as experiências leitoras vão sendo ampliadas, textos escritos circulam, mesmo quando, neste contexto ainda, a intenção não é imediatamente de alfabetizar. A privação à linguagem escrita nesta fase seria falsear o que ela traz consigo, da experimentação cotidiana familiar.
As contribuições para o êxito, enriquecimento desta etapa, se concretiza na forma de estímulos diversos, entre eles, o estímulo da oralidade na contação dos clássicos literários infantis...
Pirlimpimpim!... A hora da história, enfim:
Reconto do clássico literário: Os Três Porquinhos
Certa vez, três porquinhos, um de cada vez, resolveram fazer uma casinha para se proteger do Lobo Mau e para morar.
O primeiro, para ser rápido e depois poder brincar, construiu a sua casa de palha! Ah! Que pena! Foi só o lobo assoprar e a casa fez voar...
O segundo porquinho, um pouco mais sensato, construiu sua casa de madeira que juntou no meio do mato. O Lobo Mau...mau... mau, apareceu, e de fato, assoprou tanto, que ficou tonto, até caiu, mas a casa também ruiu.
O terceiro Porquinho, bem mais prático, resolveu fazer sua casa de tijolos. Bem inteligente, foi mais competente. Enquanto os irmãos brincavam, ele trabalhava em troca de material de construção. Sua casa foi mais demorada para terminar mas quando o lobo bateu... bateu à porta, os irmãos porquinhos ela também já abrigava.
O Lobo Mau, muito, muito mau, assoprou... Assoprou.... Assoprou... De nada adiantou! Subiu pela chaminé, desceu e caiu no caldeirão de água fervente, queimou o rabo, sumiu floresta afora. E os Três Porquinhos cantam agora: -Quem tem medo do lobo mau, mau, mau... Que para sempre nesta história se deu mal!
Pirlimpimpim! Fim!
...Até que algum leitor vire escritor, reconte e mude o final, afinal!
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