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O TEMPO jornal de fato

De Iscariotes, Silvério, Calabar et alii

Mario Eugenio Saturno (https://www.facebook.com/Mario.Eugenio.Saturno/ ) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

 

Todo traidor tem uma motivação em sua cabeça que lhe parece nobre ou justa, o suficiente para amenizar seu crime. O mesmo acontece entre seus amigos, familiares e simpatizantes. E muitos destes cometem crimes para proteger aqueles. 

Nos Estados Unidos da América, para um político, trair a esposa já acabaria com sua carreira, afinal, se não consegue ser fiel àquela a quem conheceu, namorou, noivou e jurou fidelidade no casamento, o que fará àqueles a quem não conhece?  

Muitos traidores tornaram-se conhecidos pela História, como Efialtes de Traquis, o homem que traiu os 300 espartanos na Batalha das Termópilas (480 a.C.), durante as Guerras Médicas entre gregos e persas. Efialtes (pesadelo em grego) conhecia os caminhos das montanhas e ofereceu ao rei persa Xerxes I. 

Talvez o traidor histórico mais famoso seja Marcus Junius Brutus, filho adotivo de Júlio César, a quem devia favores e lealdade, mas participou da conspiração e assassinato de César, em 44 a.C., e justificando o ato como defesa da República contra um possível tirano. Enquanto era apunhalando, Cesar exclama: "Até tu, Brutus?". 

Algumas décadas depois, surge outro famoso, Judas Iscariotes, um dos doze apóstolos de Jesus Cristo, que o traiu por 30 moedas de prata e indicando Jesus na escuridão por um beijo, no Getsêmani. Até Raul Seixas e Paulo Coelho procuraram defender Iscariotes.  

No Brasil colonial teve um traidor, Domingos Fernandes Calabar, que colaborou com os holandeses, durante a invasão do Brasil, fornecendo informações estratégicas valiosas. Sua traição foi considerada gravíssima pelos portugueses, que o capturaram e executaram por enforcamento e esquartejamento.  

Finalmente chegamos a Francisco José de Oliveira Silvério dos Reis, um militar que se passou por patriota, que queria a independência do Brasil, mas denunciou a Inconfidência Mineira (1789) às autoridades portuguesas, em troca do perdão de dívidas com a Coroa.  

Na França, Philippe Pétain, herói francês da Primeira Guerra Mundial, tornou-se líder do governo de Vichy durante a ocupação nazista na Segunda Guerra. Colaborou com Hitler, instaurando regime autoritário e antissemita na zona livre da França. Depois, foi julgado por traição, condenado à morte, mas teve a pena comutada para prisão perpétua, por sua idade. 

Outro traidor famoso é o Aldrich Ames, ex-agente da CIA, Ames traiu os EUA ao espionar para a KGB nos anos 1980 e 1990, entregou identidades de agentes norte-americanos infiltrados na URSS, causando várias execuções. Motivado por dinheiro, recebeu milhões dos soviéticos. Foi preso em 1994 e condenado à prisão perpétua, expos falhas graves na contrainteligência dos EUA. 

Pouca gente sabe, mas há pena de morte no Brasil e traição é um dos crimes punidos por essa pena capital, mas somente em tempos de guerra (Art. 355 a 361 do Código Penal Militar). Como dizia Ulisses Guimarães: traidor da Constituição é traidor da Pátria. Para os civis, não há lei para traidores, ainda! Geralmente, o Supremo Tribunal Federal pune por analogia. Traição não pode passar impune!


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