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A LEITURA, A PRESENÇA DE LIVROS E AS ESCOLHAS

  • - Evani Marichen Lamb Riffel (Pedagoga e Psicopedagoga).

Por Evani Marichen Lamb Riffel Pedagoga e Psicopedagoga.

Penso e repenso Monteiro Lobato:

"Um País se faz com homens e livros!"

      Rememoro o imortal Rui Barbosa, nesta visão secular, durante discurso proferido no Senado Federal brasileiro, nos idos anos 1914:

"Haverá o tempo em que os poucos homens honestos deste País, terão vergonha de o sê-los!"

      -Qual a relação, caro(a) leitor(a), nesta frase filosófica de Monteiro Lobato e no fragmento do discurso de Rui Barbosa, acima citadas, à primeira vista antagônicas ou de relação reflexiva, inexpressiva à primeira vista?

      Ter livros nas mãos: estímulo, intervenção, mediação, formação, familiarização, animação, referências, instigação, livre escolha, direcionamento, se como nos apresenta COLOMER, Tereza. in Andar entre Livros, todos esses termos se referem a intervenção dos adultos de abrir, mostrar os livros às crianças, é aí de fato, demonstrada clareza na preocupação de formar o indivíduo leitor. No êxito esperado, não obtido, aparecem diferentes hipóteses sobre as causas deste desajuste, visualizado em baixos índices leitores no cenário atual do público fundamental II e, de um todo pouco leitor.

(...)

 Questões reflexivas:

 -Atualmente outros meios, como os audiovisuais incorporados nas tecnologias, cumprem funções que antes pertenciam à literatura?

-Porque até os 8 a 9 anos os meninos e meninas formam-se leitores e à partir daí, ouve-se: -É que eu não gosto de ler; -Não se entende nada; -"Custa muito a acontecer alguma coisa; - A letra é muito pequena...

     A acima, citada autora, enreda sobre uma questão bem importante, cita um tempo em que tudo parecia mais simples, sendo que o curso natural seria que as crianças incorporassem os hábitos leitores a uma sociedade que funcionasse já como letrada, já com elevados hábitos leitores. Se em outros tempos histórias eram contadas e ouvidas em família, se filhos de famílias mais abastadas tinham presentes os livros e contato com os mesmos, cresciam com os livros e a escola dava um impulso na questão da leitura e os leitores avançavam rapidamente, a escola decifrando o código cumpria a alfabetização e o caminho leitor estava trilhado.

      Aconteceu, porém, que a escola nesta referência leitora apilhou livros nas bibliotecas, selecionando-os sob critérios morais ou de qualidade literária e durante décadas ninguém procurou novas fórmulas de apresentar "novas" crianças aos livros.

      Tantos questionamentos surgem em relação ao novo, nas suas múltiplas dimensões: novos tempos, novos seres pensantes, perda de valores, novos valores, outros olhares, um novo olhar a vislumbrar horizontes leitores digitais, formar para o individualismo, para o ter, "ser novo" ou ser humano, ético, respeitar as diferenças, acolher e não escolher à quem, formar para um mundo mais igualitário e humanizado, onde o planeta revida a insustentabilidade desenfreada do consumismo, em desastres naturais como: secas, enchentes, tsunâmes, maremotos, terremotos, vendavais, temporais, inundações, desbarrancamentos, extinção de algumas espécies da fauna e da flora, ameaça de escassez de recursos  naturais essenciais à vida na terra, nossa casa comum.

      Portanto, na aprendizagem da Língua Mater, na formação do "ser" de meninos e meninas leitoras, a mediação leitora deve existir, pois a literatura é importante na humanização e os adultos, nossos progenitores, tem perpassado gerações à incorporá-las!

      "Se a escola foi criada para ensinar a linguagem escrita, pensar que esse objetivo pode ser alcançado sem nela ler e escrever, é tão absurdo como pensar que se pode ensinar a nadar sem ter uma piscina onde os alunos possam mergulhar." (Colomer, Teresa)

       Nos bastidores da escola, da biblioteca e da vida constata-se que bons leitores são bons escritores e com um traquejo oral fluente e argumentativo... 

      Descrever a maneira como mediadores e semeadores de leitura promovem a mesma, é amplo, complexo, ilimitável itinerário percorrido, o é, sem dúvidas, uma direção ao conhecimento de mundo e fruição da vida embarcada nos bons livros.

      Se... É provado e comprovado, que postado nos mais diversos gêneros textuais podemos costurar momentos, acontecimentos, posturas, valores, numa comunicação funcional ou reflexiva, ou de deleite,  estimado(a) leitor(a), esta fábula que transformei e recriei em conto reconto, burlando o encanto, desenreda o quanto, o tanto, o manto do cenário político social brasileiro em período pró-eleitoral ou "eleitoreiro"...

(...) Próximo pleito eleitoral:

      -Escolha, triagem, cidadania consciente?

      -Mesmice, panelinhas, filho de peixe peixinho é, nepotismo hipócrita pré e pós eleitoreiro?

      -Eleitor(a) cidadão, o que queremos para a "Pátria amada, salve, salve (sos), Brasil?

   Colorê, colorim... pirlimpim...

                          O Polvo e o Caranguejo

      Certa vez, reuniram-se em assembleia as criaturas que habitam o fundo dos mares. Acontece que tinham necessidade de eleger o novo síndico do mar, por mandato determinado nas leis da fauna marinha, com a ressalva de tempo vitalício, caso seja aclamado como um justo, honesto, agradável e competente líder.

      Entre todas as criaturas marinhas, só houve a inscrição e interesse a ocupar o cargo do polvo e do caranguejo. Aos candidatos ao cargo só restou uma acirrada campanha para disputa ao cargo.

     O polvo, coitado, não entendia nada de nada, mas com seus tentáculos convidativos agradava gregos e troianos, sua comitiva pré-eleitoral também de polvos, abraçava e agradava multidões.

      Já, o caranguejo era muito entendido e competente para ser o novo síndico do mar, seus promotores de campanha eram todos caranguejos valorosos, mas ambos com suas garras afiadas machucavam muitos eleitores já no primeiro aperto de mão: dificultavam as trocas, os favorecimentos, as verbas e obras, a promessa de cargos e acordos para dar bolsa família, vale moradia marinho sem superpopulação,  sem poluição, áreas livres de violência, reajustes máximos do mínimo, aposentadoria precoce (antes dos 60 e 65 anos), vale saúde, vale alimentação, vale moradia, mercado de trabalho com amplas vagas, enfim qualquer facilidade ou mudança positiva estava descartada, até o fim da crise mundial que se instalou nas lideranças anteriores.

      Diante das agruras estabelecidas pela campanha do caranguejo o povo marinho, é claro, elegeu o polvo que prometeu mudanças positivas e suavizadas naquele mar  de pizza de camarão, pizza dos mais variados frutos do mar, preparados na tradição a La Brasil, com sabores salpicantes e sutis, acompanhados da caipirinha, cerveja e ousadas nos espumantes vinhos rosés e brancos, valorizando o dueto, com temperos variados experimentando os mesmos frutos daquele mar!

      -E o caranguejo?

      Era importado do Paraguai e evadiu de campo, aliás do mar.

P. S.

Caro(a) eleitor(a), cuidado com os polvos e com os falsos caranguejos.

     

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