Bunionette: o que é e como tratar?

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- Médico ortopedista e traumatologista Joaquim Reichmann
Médico ortopedista e traumatologista Joaquim Reichmann
Já ouviu falar em bunionette? A palavra significa "pequeno joanete", ou seja, um calo que se forma na parte lateral do pé, no metatarso do dedo mindinho (ou quinto metatarso). Em razão da semelhança, é considerada como um espelho da joanete pelo fato de estar localizada ao lado oposto do pé.
Também conhecido como "Joanete de alfaiate", o bunionette era uma doença comum entre os antigos alfaiates, que trabalhavam sentados com as pernas cruzadas. Ela é causada pela pressão excessiva no local, como excesso de carga ou atrito com calçados. Alguns dos vilões são sapatos de salto alto ou bico fino que pressionam demasiadamente a região, pé calvo ou supinação excessiva (quando a parte externa do calcanhar se apoia primeiro no chão e o corpo faz pressão para o mesmo lado), alterações anatômicas do dedo mindinho, frouxidão ligamentar, hereditariedade, entre outros.
O médico ortopedista e traumatologista Joaquim Reichmann destaca que o problema é comum em homens e mulheres, no entanto, o público feminino tem maior predisposição por utilizar calçados inadequados como sapatos de bico fino ou de salto alto. Com o uso frequente, a patologia tende a progredir rapidamente.
As crianças também podem desenvolver a deformidade, mas o tratamento com a utilização de calçados ortopédicos e de tamanho correto é possível impedir o desenvolvimento do problema. Como a estrutura física ainda está em formação, é mais fácil contornar a doença nos pequenos.
Segundo Reichmann, os sintomas aparecem de forma lenta e incluem a saliência anormal na base do dedinho (que pode ser até mesmo uma anormalidade severa), vermelhidão, inchaço, sensibilidade e dor intensa na região. Podem aparecer calos no local por conta do atrito e da hiperpressão.
O diagnóstico é feito em consulta clínica baseada em um pequeno relato sobre a rotina, os sintomas e o histórico médico familiar e individual. Em seguida é realizado exame físico para verificar o grau de anormalidade, se afeta a mobilidade do paciente e se há dor durante os movimentos com o pé. Também podem ser pedidos exames auxiliares como uma radiografia para verificar se houve lesão óssea.
O tratamento pode ser conservador por meio da utilização de calçados confortáveis e ortopédicos, protetores e palmilhas ortopédicas, sessões de fisioterapia para aliviar os sintomas e interromper o avanço, além de prescrição de remédios analgésicos e antiinflamatórios.
Em alguns casos o tratamento conservador pode não ser o suficiente para resolver o problema e, dessa forma, o tratamento cirúrgico é recomendado. As operações mais comuns para esses casos são: cirurgia de remoção da proeminência óssea e reposicionamento do quinto metatarso (osteotomia). A maioria dessas cirurgias é ambulatorial, ou seja, o paciente chega ao hospital para o procedimento e sai no mesmo dia. A única exceção é o caso da osteotomia, onde o paciente deve permanecer no hospital entre um e três dias.
MARCOS A. BEDIN
Registro de jornalista profissional MTE SC-00085-JP
Matrícula SJPSC 0172
MB Comunicação Empresarial/Organizacional
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