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CASAL DE PIONEIROS COMEMORA 60 ANOS DE CASADOS

Celeste Lazzari

 

       Celeste Lazzari – nascido na linha São Pedro – Lacerdópolis aos 20/07/1924 e Amabile Dacas Lazzari – nascida em linha São Roque – Lacerdópolis. Na época, as duas comunidades pertenciam ao município de Cruzeiro – hoje, Joaçaba. Casaram no dia 16 de julho de 1949 na comunidade de Barra do Leão – município de Campos Novos. Da união tiveram 11 filhos (Celso, Nelson, Adelso, Vilson, Onilso, Adilton, Adilso, Cecília, Sérgio, Sônia e Célio), 18 netos e 06 bisnetos. Atualmente, são as pessoas mais velhas nascidas na comunidade.

 

 

UM POUCO DA HISTÓRIA

Os pais de ambos vieram da Itália e logo passaram a ocupar as terras da colônia Cassiano. Foram pioneiros, que quando lá chegaram encontraram muita mata e animais. Havia a vontade de vencer na vida e esquecer a situação terrível que haviam deixado lá na Itália. Da família de dona Amabile vieram pais e avós (famílias Dacas e D’Agostini) e da parte do Sr. Celeste vieram apenas os pais, permanecendo na Itália os avós (família Lazzari e Tonet).

Os primeiros anos na colônia foram muito difíceis. Não havia instrumento para a derrubada do mato e nem para plantio, e para o transporte dos produtos. As lavouras para plantio eram feitas até 2.000 metros distante das primeiras habitações e o transporte era feito em lombo de mulas nos cargueiros e as pessoas transportavam em pequenos cestos ou inventavam instrumentos como spontchon para transportar abóboras onde eram necessárias duas pessoas. Produtos como o trigo, milho, arroz e feijão eram cultivados para o consumo próprio. Devido não existir estradas as dificuldades eram muitas, tornando a sobrevivência uma luta difícil e muitas vezes até enfraquecendo a vontade dos imigrantes. As casas eram construídas em formato de paiol com duas chuvas, tabuinhas e o restante das construções eram cobertas utilizando taquara. Da primeira casa, ficou a imagem da mesma, pois o pai de dona Amabile não permitiu que fosse desmanchada, deixando-a como recordação dos primeiros anos na colônia.

A primeira carroça construída para o transporte, ainda sobrevive ao tempo e pertenceu ao pai de dona Amabile, que em parceria com um irmão, adquiriu os animais de tração.

O Sr. Celeste foi, na juventude tocador de porcos, tarefa árdua e que exigia grandes sacrifícios, pois tocar porcos no meio do mato em trilhas, não era tarefa fácil. E o difícil mesmo era quando os porcos se dirigiam para os banhados e atolavam ou não queriam mais sair, então deviam ser retirados a força brutal. Geralmente, eram grupos de 25 porcos mais ou menos, e eram transportados até as estações da via férrea. O vinho também era produzido em grande quantidade e este era transportado e vendido na estação de Barra do Leão.

Nos primeiros anos, os migrantes devido às dificuldades eram extremamente devotos e oravam muito, pois não havia outra alternativa, além de Deus. Toda a semana faziam mais de seis quilômetros para irem nas orações em Barra Fria, o percurso era feito em picadas, o que dificultava muito para as crianças e os adolescentes. A regra era não faltar em nenhuma reza. A escola era para poucos e para pouco tempo de permanência na mesma. O primeiro professor a aparecer na região se chamava Benezer Brasil, que ensinou as primeiras letras para os pequenos migrantes, que sofriam muito, pois não havia calçados e roupas em quantidade. O trabalho era difícil e as crianças acompanhavam os pais nas tarefas diárias. Tratamento para doenças não havia, apenas chá e benzimento. Segundo dona Amábile foram tempos de grande pobreza e dificuldades de toda ordem. Foi um tempo que somente os fortes venciam a batalha pela vida, pois a morte junto com a pobreza rondava todo mundo.

Por outro lado, o casal de pioneiros que estava morando 60 anos de casado e 85 anos de vida, se sentem realizados e abençoados por Deus, por terem tido todos os filhos vivos e terem, naquela situação dado o conforto possível para todos os 11 filhos.

  

 

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