Em julho a Usina Machadinho repassou R$ 1,1 milhão a título de compensação financeira |
Condição mundial de vanguarda

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- Presidente da FAESC, José Zeferino Pedrozo
Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC)
Apesar da imensa contribuição ao desenvolvimento nacional, a agricultura brasileira tem inimigos. Houve um tempo, em governos passados de triste memória, que o extinto Ministério do Desenvolvimento Agrário abrigava legiões de "ambientalistas" com declarado ódio aos produtores e empresários rurais. Curiosamente, esse pessoal só reconhecia legitimidade na agricultura familiar - aquela hipossuficiente, de produção subcomercial, dependente de programas sociais-assistenciais do governo. Pela mesma linha de raciocínio, desprezavam a agricultura moderna, produtiva, que gera excedentes comerciais exportáveis, proporciona segurança alimentar ao País e superávits na balança comercial.
O ataque dos "ambientalistas" contra produtores rurais, a quem acusam de promover a devastação de matas e agricultura predatória caiu no vazio por falsear a verdade. A NASA divulgou estudo em dezembro demonstrando que as terras brasileiras estão, sim senhor, muito bem preservadas. De acordo com a agência espacial americana, as lavouras ocupam 65,91 milhões de hectares (apenas 7,6% do território brasileiro) e a vegetação nativa é preservada em mais de dois terços da superfície do País.
Esses números comprovam que o Brasil está cumprindo com as metas de proteção e conservação ambiental. Essa confortável situação está muito acima e além do que conseguiu o restante do Planeta, incluídos os países mais desenvolvidos que, habitualmente, proclamam-se os menos devastadores.
Na maioria dos países, as atividades agrícolas ocupam entre 20% e 30% da área, de acordo com o relatório da NASA, e em algumas das maiores economias a parcela utilizada na produção rural é muito maior. A proporção fica entre 45% e 65% na maior parte da União Europeia, em 18,3% nos Estados Unidos, em 17,7% na China e em 60,5% na Índia. Na Dinamarca a área cultivada corresponde a 76,8% do território. No Reino Unido, a 63,9%. Na Alemanha, a 56,9%.
O Brasil contemporâneo é uma reconhecida e temida potência agrícola, embora as lavouras ocupem pequena parcela do território. A crescente adoção de tecnologia nos campos e nas lavouras permitiu impressionantes saltos de produtividade em grãos (soja, milho, feijão, trigo, arroz), carnes (bovinos, aves, suínos, ovinos), leite, frutas e hortigranjeiros.
Os ganhos de produtividade - resultantes do aperfeiçoamento de sementes, fertilizantes, sêmen, nutrição animal, manejo de solos e plantéis etc. - tornaram desnecessária a ampliação das áreas cultivadas. Assim, como definiu em recente editorial o jornal O Estado de S. Paulo, "a agricultura brasileira tornou-se uma atividade poupadora de terra".
As constatações da NASA estimulam todos os elos da cadeia produtiva da agricultura e do agronegócio a perseverar nas boas práticas de produção agrossilvopastoril, na preservação dos recursos naturais e no exercício de uma agricultura cada vez mais sustentável e avançada. E comprovam: o setor primário da economia brasileira é de primeiro mundo!
MARCOS A. BEDIN
Registro de jornalista profissional MTE SC-00085-JP
Matrícula SJPSC 0172
MB Comunicação Empresarial/Organizacional
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