As regras atuais da Previdência Social têm dificultado cada vez mais o acesso à aposentadoria para milhares de trabalhadores. A exigência de idade mínima elevada e de longos períodos de contribuição faz com que muitas pessoas, mesmo após uma vida inteira de trabalho, não consigam cumprir todos os requisitos.

A idade mínima, que passou a ser obrigatória após a reforma da Previdência, tornou-se um dos principais obstáculos. Muitos trabalhadores começam cedo, enfrentam serviços pesados e, quando chegam aos 60 anos ou mais, já não têm condições físicas de continuar. Mesmo assim, a lei exige que permaneçam ativos até alcançar a idade mínima, criando uma situação injusta — especialmente para quem sempre exerceu atividades insalubres, rurais ou de grande desgaste físico.

Outro ponto crítico é o tempo de contribuição. Com a reforma, quem não contribuiu continuamente ao longo da vida acaba sendo penalizado. Períodos de desemprego, trabalho informal, doenças e afastamentos interrompem o tempo de contribuição, e isso faz com que muitos segurados simplesmente não alcancem os anos necessários. Na prática, a falta de contribuição contínua tira o direito à aposentadoria, mesmo que a pessoa tenha trabalhado por décadas.

Esse conjunto de regras rígidas — idade mínima alta e exigência de contribuições ininterruptas — tem excluído justamente aqueles que mais precisam do benefício. Trabalhadores informais, pessoas de baixa renda, mães que se afastaram para cuidar dos filhos e profissionais de atividades pesadas são os mais prejudicados. Ao invés de proteger, o sistema acaba empurrando esses segurados para a velhice sem renda, sem segurança e sem dignidade.

É urgente repensar essas normas, tornando-as mais justas e humanas. O objetivo da Previdência deve ser garantir proteção ao trabalhador, e não criar barreiras que o impeçam de acessar o direito mais básico daqueles que contribuíram ao longo de suas vidas: aposentar-se com dignidade.

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