Capinzal: Obra na Estrada da Linha Residência Avança com Ajustes Técnicos Finais |
Luiz Henrique da Silveira ? Governador do Estado
Desastre da economia de mercado
Quando vejo o governo norte-americano assumir o capital dos bancos privados e das indústrias de maior porte, para evitar uma quebradeira maior, lembro do estadista de São Borja, que deu ao Estado brasileiro função predominante nas áreas estratégicas para o desenvolvimento.
Inegavelmente, foi um modelador do chamado estado necessário. Mantendo no poder do Estado as áreas estratégicas para o desenvolvimento..
Foi durante seu Governo Provisório que teve início a modernização do Estado brasileiro. Em 18 de novembro de 1930, criou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); depois, o Correio Aéreo Nacional; em 21 de março de 1932, instituiu a Carteira de Trabalho; em 1º de junho de 1933, o Instituto de Açúcar e do Álcool; em 23 de janeiro de 1934, o Código Florestal; em 6 de julho de 1934, o Instituto Nacional de Estatística, atual IBGE; em 19 de março de 1931, regulamentou a sindicalização das classes patronais e operárias. No Estado Novo, foram criados o Ministério da Aeronáutica, a Força Aérea Brasileira, o Conselho Nacional do Petróleo, o Departamento Administrativo do Serviço Público, a Companhia Siderúrgica Nacional, a Companhia Vale do Rio Doce, o Instituto de Resseguros do Brasil, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco e o Conselho Federal do Comércio Exterior. Foi também criada a Fábrica Nacional de Motores, planejada para ser fábrica de aviões e que posteriormente produziu tratores e o caminhão "FNM". Foi promulgado o Código Penal Brasileiro, o Código de Processo Penal Brasileiro e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), todos ainda em vigor. Foram criados ainda, nesse mesmo período, a Justiça do Trabalho, no dia 1 de maio de 1939, e o salário mínimo. Em seu retorno democrático, veio, em 1952, o BNDES, e em 1953, a Petrobrás. A Eletrobrás, de 1961, foi estruturada no seu governo.
Mancha-lhe a biografia, a decretação do Estado Novo, durante o qual instaurou-se um regime ditatorial, denunciado veementemente no “Memórias do Cárcere”, do alagoano Graciliano Ramos!.
Mesmo assim, levado ao suicídio, em 1954, transformou-se em mártir do povo. Decorridos mais de 50 anos, ainda hoje é visto pelo povo como um grande patriota e sua presença continua fortemente impregnada nos modos e costumes político-administrativos de nosso país.
A “Era Vargas” foi um período de profundas transformações, com muitas e profundas mudanças num país que, até então, bastante atrasado. Eram os tempos da crise do liberalismo, pós-crise de 1929, com o “New Deal” fazendo o Estado puxar a recuperação das economias e o keynesianismo despontando como a teoria que prometia salvar o capitalismo.
Parecia que Nova Ordem Mundial, estabelecida pela globalização, a revogaria inteiramente. No entanto, a mais nova crise do capitalismo mundial acaba de dar-lhe nova sobrevida.
Morto há exatos 11 anos, o poeta mexicano Octavio Paz dava uma pista dos tempos em que vivemos: “Não sei se a história se repete: sei que os homens pouco mudam”.
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