logo RCN

Luiz Henrique da Silveira ? Governador do Estado

Desastre da economia de mercado

 O desastre da economia de mercado, sem peias, que vem deixando, nos Estados Unidos, 650 mil desempregados, me faz lembrar de Getúlio Dornelles Vargas, que nasceu há exatos 126 anos.

Quando vejo o governo norte-americano assumir o capital dos bancos privados e das indústrias de maior porte, para evitar uma quebradeira maior, lembro do estadista de São Borja, que deu ao Estado  brasileiro função predominante nas áreas estratégicas para o desenvolvimento.

Inegavelmente, foi um modelador do chamado estado necessário. Mantendo no poder do Estado as áreas estratégicas para o desenvolvimento..

Foi durante seu Governo Provisório que teve início a modernização do Estado brasileiro. Em 18 de novembro de 1930, criou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); depois, o Correio Aéreo Nacional; em 21 de março de 1932, instituiu a Carteira de Trabalho; em 1º de junho de 1933, o Instituto de Açúcar e do Álcool; em 23 de janeiro de 1934, o Código Florestal; em 6 de julho de 1934, o Instituto Nacional de Estatística, atual IBGE; em 19 de março de 1931, regulamentou a sindicalização das classes patronais e operárias. No Estado Novo, foram criados o Ministério da Aeronáutica, a Força Aérea Brasileira, o Conselho Nacional do Petróleo, o Departamento Administrativo do Serviço Público, a Companhia Siderúrgica Nacional, a Companhia Vale do Rio Doce, o Instituto de Resseguros do Brasil, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco e o Conselho Federal do Comércio Exterior. Foi também criada a Fábrica Nacional de Motores, planejada para ser fábrica de aviões e que posteriormente produziu tratores e o caminhão "FNM". Foi promulgado o Código Penal Brasileiro, o Código de Processo Penal Brasileiro e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), todos ainda em vigor. Foram criados ainda, nesse mesmo período, a Justiça do Trabalho, no dia 1 de maio de 1939, e o salário mínimo. Em seu retorno democrático, veio, em 1952, o BNDES, e em 1953, a Petrobrás. A Eletrobrás, de 1961, foi estruturada no seu governo.

Mancha-lhe a biografia, a decretação do Estado Novo, durante o qual instaurou-se um regime  ditatorial, denunciado veementemente no “Memórias do Cárcere”, do alagoano  Graciliano Ramos!.

Mesmo assim, levado ao suicídio, em 1954, transformou-se em mártir do povo. Decorridos mais de 50 anos, ainda hoje é visto pelo povo como um grande patriota e sua presença continua fortemente impregnada nos modos e costumes político-administrativos de nosso país.

A “Era Vargas” foi um período de profundas transformações, com muitas e profundas mudanças num país que, até então, bastante atrasado. Eram os tempos da crise do liberalismo, pós-crise de 1929, com o “New Deal” fazendo o Estado puxar a recuperação das economias e o keynesianismo despontando como a teoria que prometia salvar o capitalismo.

 Parecia que Nova Ordem Mundial, estabelecida pela globalização, a revogaria inteiramente. No entanto, a mais nova crise do capitalismo mundial acaba de dar-lhe nova sobrevida.

Morto há exatos 11 anos, o poeta mexicano Octavio Paz dava uma pista dos tempos em que vivemos:Não sei se a história se repete: sei que os homens pouco mudam”.

 

 

 

Anterior

ORGANIZAÇÕES LIMGER:

Próximo

QUADRA COBERTA GARANTE SEGURANÇA E COMODIDADE NO INTERIOR DE IPIRA

Deixe seu comentário