logo RCN

O CRIME DE DOAR LIVROS

  • - Luiz Carlos Amorim

Por Luiz Carlos Amorim - escritor, revisor e editor - Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, 37 anos de literatura, cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras.

O Brasil é, infelizmente, um país que lê muito pouco, todos sabemos. Por diversas razões: educação ruim, preço do livro, etc., etc. Então fazemos questão de divulgar e incentivar iniciativas no sentido de facilitar o acesso ao livro, à leitura, por parte de todos, principalmente àqueles que não tem condições de comprar livros.

Felizmente temos escrito bastante sobre projetos particulares, privados, de pessoas abnegadas e dedicadas que trabalham, sem nada esperar em troca, para fazer com que livros conseguidos por doação cheguem até novos leitores, inclusive para incutir o hábito da leitura. Digo felizmente, porque é muito bom saber que existe quem se dedique a coletar livros para oferecê-los gratuitamente a quem queira lê-los.

Já registrei, aqui nestas crônicas, muitos projetos de leitura, como "Ler é viajar sem sair do Lugar", da professora Mariza, de Joinville. Ele pede livros e revistas e os leva a pontos de leitura em hospitais, consultórios, escolas, etc., para que as pessoas leiam enquanto esperam ou levem para casa para ler. Projeto similar é o levado pela professora Edna, de Minas, que também cata livros para distribuí-los de graça, em diversos pontos da sua cidade.

Aqui em Floripa há o Floripa Letrada, que tem o propósito de receber livros em doação para colocá-los à disposição nos terminais de ônibus para que os usuários leiam, podendo levá-los para ler na viagem ou em casa, mas com o compromisso de devolvê-los às estantes para que outros leitores possam levá-los também. A verdade é que poucos devolvem. Muito poucos. E os livros colocados à disposição, muitos deles, nos últimos tempos, são apostilas que sobraram nos porões, muitas delas já defasadas.

Em Joinville há um projeto semelhante, numa praia aqui da capital um menino também saiu à cata da livros pela vizinhança e montou uma biblioteca para a comunidade, num cantinho do boteco do seu pai. E por aí afora.

Então, quando veja a notícia de que a prefeitura do Rio de Janeiro multou uma barraca de praia por distribuir livros de graça, fico indignado. Foi na praia do Leme. O doador de livros foi multado em 360,00 reais pelo crime de oferecer livros sem cobrar nada por eles. E saibam que a barraca que doava livros pagava licença para estar lá, na praia, a doar livros.

Fico indignado porque a educação está sucateada por causa de políticos corruptos que, além de corruptos, não tem cultura nenhuma, sequer um pouco de educação. Então esses mesmos "políticos" que administram o país fazem modificações na educação - e quando digo educação incluo aí o ensino, conforme nos diz o dicionário - mas não são mudanças para melhor, são mudanças para piorar ainda mais uma coisa que já era ruim.

Eles não fazem nada pela cultura, pela educação e ainda penalizam quem tenta fazer. É uma vergonha, mas isso é Brasil. Infelizmente. Precisamos que alguém apareça para resgatar a educação neste nosso Brasilzão de Deus, pois um país sem educação dá nisso que temos hoje em nosso país: violência, corrupção, falta de segurança, de saúde, até de justiça. Falta de tudo, até de humanidade.

 

CAIXA ASSINA CONTRATOS HABITACIONAIS EM CAPINZAL (SC) Anterior

CAIXA ASSINA CONTRATOS HABITACIONAIS EM CAPINZAL (SC)

Programa de Formação de Educadores Ambientais - PFEA inicia em Itá Próximo

Programa de Formação de Educadores Ambientais - PFEA inicia em Itá

Deixe seu comentário