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O que vem por aí?

Severino Lavandoscki

 

Severino Lavandoscki
E-mail: sevesul@hotmail.com
 
Embora a festa estivesse pronta em Brasília para comemorar o triunfo de Dilma, a noite de domingo deu partida ao segundo turno com Serra. A surpresa se abateu sobre aqueles que acreditaram na Vox rouca das pesquisas e nos Ibopes furados. Num país sério, despropósitos desses seriam tratados com uma CPI.
O Ibope conseguiu errar até na pesquisa de boca de urna, aquela que entrevista os eleitores na saída das seções de votação - exercício tão complexo como acertar em um animal morto e empalhado.            
O semblante de Dilma, nas declarações de fim de noite, não negava a decepção e o desconforto de enfrentar um estresse de mais de 20 dias, mantendo o nível de concentração que, já nos últimos dez dias, parecia minguante.                                     
Se para José Serra um segundo turno representa um dádiva inesperada, para Dilma se configura como um castigo cruel, num momento de confusões internas de seu partido, debitadas aos arroubos de um Lula sem paz e sem amor que ameaçou a liberdade de imprensa.   
Evidentemente, o envaidecido presidente não se apercebeu de que a eleição, longe de estar ganha, ficaria mais complicada, ameaçando quem teve a coragem de denunciar as falcatruas que aconteciam debaixo de seu nariz. Voltou a pautar um tema do programa de governo que Dilma, depois de assinado, renegou: a mordaça.         
Rico ou pobre, o eleitor se incomoda profundamente com as ameaças de censuras à imprensa. Arbítrio que confere salvo-conduto às safadezas tão rotineiras no ambiente político.                           Se com a vigilância da mídia é difícil segurar a corrupção, sem ela os cofres estariam escancarados aos assaltos. Pois é. Os berros palanqueiros de Lula, muito mais do que as denúncias da imprensa em si, descrevendo as bandalheiras da ministra Erenice, deram a Serra o que queria e consolidaram Marina Silva como a musa dessa campanha.                                                 
Eis o tiro no pé, consagrado ainda pela onda que o PT levantou na internet contra a imprensa "golpista". A mesma que o eleitor mais esclarecido considera o último baluarte contra mensalões, propinas e assaltos ao erário. Aqui Santa Catarina, cumpriu-se a vontade de Luiz Henrique da Silveira ao fim de uma campanha organizada e capilar que sufocaria a verve de qualquer adversário, por melhor que ele fosse.                                                                  
Luiz Henrique venceu de cabo a rabo. Ergue-se, assim, como um fator importantíssimo no segundo turno, especialmente se sua obstinação, mostrada para eleger Raimundo Colombo e Paulo Bauer, for aplicada integralmente em favor de Serra.                              
Talvez poucos perceberam, mas Luiz Henrique fez mais, plantou uma semente que poderá dar frutos na próxima campanha para o Governo do Estado. Quando pensávamos que foi totalmente equivocada sua vontade de levar Mauro Mariani para uma disputa absurda a Prefeitura de Joinville, eis que agora percebemos o jogo de LHS. Mauro Mariani foi o deputado federal mais votado no Estado de Santa Catarina e ruma muito bem apadrinhado para a eleição em 2014. Quem sabe faz, o resto... Bem o resto é o resto.
 
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