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Severino Lavandoscki

Analista Político

 

Severino Lavandoscki
Analista Político
 
O Congresso virou terreno fértil de fofocas - Com o segundo turno das eleições presidenciais, o Congresso amarga um dos mais longos recessos da história do Legislativo. Desde 9 de julho, data posterior à aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o plenário da Câmara não se reúne para deliberar projetos parados em uma pauta já de faz de conta. No Senado, o comprido recesso eleitoral foi interrompido apenas pelo esforço concentrado no início de agosto, quando os parlamentares aprovaram projetos a toque de caixa. Na maior parte de julho, agosto, setembro e outubro, o Congresso transformou-se em uma tribuna livre, usada por parlamentares para atacar os adversários ou discorrer sobre temas aleatórios, que não trazem beneficio algum. Servindo tão somente para preencher o vazio existente nas duas casas. Este é o País do faz de conta.
 Dossiê - A investigação da Polícia Federal aponta que o jornalista Amaury Ribeiro Júnior encomendou a quebra dos sigilos fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, da filha de José Serra, Verônica, do genro dele, Alexandre Bourgeois, e de outros tucanos entre setembro e outubro de 2009. De acordo com a PF, na época, o jornalista trabalhava no jornal "Estado de Minas". Em depoimento que durou 13 horas na semana passada, Amaury teria confirmou que pagou R$ 12 mil ao despachante Dirceu Rodrigues Garcia, que trabalha em São Paulo. Mas não contou de onde saiu o dinheiro. Amaury disse à PF que decidiu fazer a investigação depois de descobrir que o deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) estaria comandando um grupo de espionagem a serviço de José Serra para devassar a vida do ex-governador Aécio Neves.
Lula: O mito, filósofo, economista, historiador.... - O mito em que se transformou o presidente Lula é realmente versátil. De torneiro mecânico e sindicalista tornou-se filósofo ("Se não puder ajudar, atrapalhe, afinal o mais importante é participar"...), historiador ("Nunca antes na história deste país"...), economista (inventou, em seu governo, a distribuição de renda e a inclusão social...) e jurista (no Rio, na presença do governador Sérgio Cabral, redefiniu as atribuições da polícia: "Nós não vamos mandar para cá a polícia apenas para bater. A polícia vai vir para cá para bater em quem tem que bater"). Ao chamar sua escolhida de "presidenta", tornou-se também filólogo. Esta reinvenção no português é aberrante e feia. Depois de tanto tempo de propaganda gratuita, depois de tantos debates e, sobretudo, depois de o presidente Lula repetir tantas e tantas vezes a palavra presidenta, tudo indica que a palavra presidente só será usada em relação ao gênero masculino. Uma pena porque, para mim, presidenta está no mesmo nível de incongruência e ridículo que presidento.
Carga tributária - Mais que importante, seria preponderante termos uma explicação clara dos candidatos Dilma Rousseff e José Serra sobre a política tributária e fiscal que pretendem adotar num futuro mandato. Inserida no mesmo contexto, emerge também a burocracia, fator que expropria inutilmente do cidadão tempo e recursos. Pretendem desonerar e desburocratizar, já que o Brasil desponta como primeiro no ranking dos países mais obsoletos? Pretendem eles devolver competitividade aos produtos nacionais assoberbados de "custo Brasil"? Como redistribuir os recursos provenientes da arrecadação, cada vez mais concentrados nas mãos da União? E, se esse conjunto de despropósitos hoje encontra alívio na morfina da relação cambial irreal, nem sempre poderá ditar as regras do jogo. Chegará em breve a explodir, varrendo os alicerces da estrutura econômica doméstica. Pois é, o que pretendem fazer?
 Chamam isso de debate? - Quem sabe, chegou a hora de se repensar a organização dos debates dos candidatos na televisão. A decadência do atual modelo ficou patente na noite de domingo. Não só Dilma Rousseff e José Serra não responderam a diversas perguntas, mas chegaram a informar que voltariam ao assunto "no próximo bloco", ou "próxima vez", como se fossem apresentadores.As redes de televisão esforçam-se para preservar a neutralidade do formato e do cenário, mas ficam amarradas às condições negociadas com a direção das campanhas dos candidatos. Essa anomalia engessa o debate e relega o moderador às funções de cronômetro.
Nova pesquisa do IBOPE - Dilma tem 56% e Serra tem 44%. O Ibope divulgou, na noite desta quarta-feira (20) nova pesquisa de intenção de voto para a Presidência da República. Na média nacional, segundo o levantamento, a candidata petista Dilma Rousseff tem 56% dos votos válidos, contra 44% do tucano José Serra. Na pesquisa anterior, divulgada no último dia 13, Dilma tinha 53% dos votos válidos, e Serra, 47%. Além dos números gerais, o Ibope também calculou o percentual alcançado pelos candidatos em segmentos do eleitorado, como sexo e regiões do país.
Estatuto da Igualdade chega com limitações - Entrou em vigor ontem o Estatuto da Igualdade Racial, uma peça com 65 artigos que estabelecem mecanismos de combate ao racismo. O estatuto prevê ações nas áreas de saúde, educação, cultura, esporte e lazer, além de combater a intolerância religiosa. Mas juristas e representantes do movimento negro organizado ainda se dividem entre a aprovação e a crítica devido às mudanças em relação ao projeto original, que levou quase dez anos tramitando entre a Câmara e o Senado. Na minha opinião o estatuto permite uma atuação mais direta nas questões específicas de combate ao racismo, mas esta muito distante do ideal.
Antes que eu esqueça – Mesmo que você pense como eu: Os dois candidatos a presidência são ocos, vazios e pretensiosamente vulgares, não deixe de votar. Exerça seu direito e escolha o menos pior.
 
 
Afinal o que querem os candidatos?
Severino Lavandoscki
E-mail: sevesul@hotmail.com
No início da campanha de segundo turno para presidente da República já é possível perceber características que merecem algumas críticas.                                                                                              
As polêmicas sobre questões como aborto, embora seja um tema importante e, realmente, mobilize uma boa parte do eleitorado, não deveriam dominar as discussões. Aliás, é bom que se diga que o tema somente tomou uma grande dimensão porque diz respeito ao eleitorado da candidata derrotada no primeiro turno, a senadora Marina Silva. Como boa parte dos eleitores da candidata verde é de evangélicos, que se preocupam com as posições de seus candidatos sobre temas como aborto, casamento gay e adoção de crianças por casais homossexuais, as candidaturas de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) resolveram investir nesses temas para "esclarecer o eleitorado”.                
Mas, para além do oportunismo eleitoral da discussão, é possível perceber a forma conservadora como a descriminalização do aborto tem sido tratada. Ambos os candidatos adotam posições dúbias, acendem uma vela para a ala progressista, que tem como expectativa a legalização da prática e a discussão dentro do âmbito da saúde da mulher, e outra para os conservadores, que esperam uma posição clara e contrária não só em relação à legalização, mas também quanto à descriminalização.
Assim, os discursos ficam contraditórios e acomodados conforme as platéias. E, em última instância, como disse a própria Marina Silva, a responsabilidade é jogada nas costas da sociedade - são propostas semelhantes às do plebiscito.
Nada disso é bom. Primeiro, o eleitorado que nas urnas manifestou pelo segundo turno não deseja uma campanha monotemática. Depois, em campanha de segundo turno não há lugar para debates evasivos e posições duvidosas.
O que o eleitor mais quer neste momento é saber exatamente como pensam os candidatos e quais são as diferenças fundamentais entre eles. Ninguém que voltará às urnas em 31 de outubro imagina a possibilidade de ter dificuldades de identificar a postura ideológica de seu candidato. Porém, ainda mais importante do que isso, o eleitor que saber de outros debates, quer conhecer quais são os projetos para o Brasil que Dilma e Serra têm para apresentar.                                      
Muito provavelmente, dizem os analistas, a ausência desses projetos no primeiro turno foi motivo para o chamado voto de protesto. Ou seja, sem saber as diferenças entre os programas de Dilma e Serra, o eleitor optou por Marina. Se essa indefinição de programas persistir, o cidadão brasileiro poderá reagir.
A reação mais óbvia é aquela que já começou a aparecer no primeiro turno e nada mais é do que a abstenção.                                                      
É lamentável que estejamos em plena véspera de eleger um novo presidente do Brasil, e os temas como saúde, educação, trabalho, segurança e ética, sejam colocadas em um segundo plano. Não que eu ache que discutir o aborto é um caso secundário, mas acho que se tivermos educação, saúde e segurança este tema terá uma importância mais baseada nos meios que a sociedade viva e conviva diariamente.
 
Afinal o que querem os candidatos?
Severino Lavandoscki
E-mail: sevesul@hotmail.com
 
 
O Congresso virou terreno fértil de fofocas - Com o segundo turno das eleições presidenciais, o Congresso amarga um dos mais longos recessos da história do Legislativo. Desde 9 de julho, data posterior à aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o plenário da Câmara não se reúne para deliberar projetos parados em uma pauta já de faz de conta. No Senado, o comprido recesso eleitoral foi interrompido apenas pelo esforço concentrado no início de agosto, quando os parlamentares aprovaram projetos a toque de caixa. Na maior parte de julho, agosto, setembro e outubro, o Congresso transformou-se em uma tribuna livre, usada por parlamentares para atacar os adversários ou discorrer sobre temas aleatórios, que não trazem beneficio algum. Servindo tão somente para preencher o vazio existente nas duas casas. Este é o País do faz de conta.
 Dossiê - A investigação da Polícia Federal aponta que o jornalista Amaury Ribeiro Júnior encomendou a quebra dos sigilos fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, da filha de José Serra, Verônica, do genro dele, Alexandre Bourgeois, e de outros tucanos entre setembro e outubro de 2009. De acordo com a PF, na época, o jornalista trabalhava no jornal "Estado de Minas". Em depoimento que durou 13 horas na semana passada, Amaury teria confirmou que pagou R$ 12 mil ao despachante Dirceu Rodrigues Garcia, que trabalha em São Paulo. Mas não contou de onde saiu o dinheiro. Amaury disse à PF que decidiu fazer a investigação depois de descobrir que o deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) estaria comandando um grupo de espionagem a serviço de José Serra para devassar a vida do ex-governador Aécio Neves.
Lula: O mito, filósofo, economista, historiador.... - O mito em que se transformou o presidente Lula é realmente versátil. De torneiro mecânico e sindicalista tornou-se filósofo ("Se não puder ajudar, atrapalhe, afinal o mais importante é participar"...), historiador ("Nunca antes na história deste país"...), economista (inventou, em seu governo, a distribuição de renda e a inclusão social...) e jurista (no Rio, na presença do governador Sérgio Cabral, redefiniu as atribuições da polícia: "Nós não vamos mandar para cá a polícia apenas para bater. A polícia vai vir para cá para bater em quem tem que bater"). Ao chamar sua escolhida de "presidenta", tornou-se também filólogo. Esta reinvenção no português é aberrante e feia. Depois de tanto tempo de propaganda gratuita, depois de tantos debates e, sobretudo, depois de o presidente Lula repetir tantas e tantas vezes a palavra presidenta, tudo indica que a palavra presidente só será usada em relação ao gênero masculino. Uma pena porque, para mim, presidenta está no mesmo nível de incongruência e ridículo que presidento.
Carga tributária - Mais que importante, seria preponderante termos uma explicação clara dos candidatos Dilma Rousseff e José Serra sobre a política tributária e fiscal que pretendem adotar num futuro mandato. Inserida no mesmo contexto, emerge também a burocracia, fator que expropria inutilmente do cidadão tempo e recursos. Pretendem desonerar e desburocratizar, já que o Brasil desponta como primeiro no ranking dos países mais obsoletos? Pretendem eles devolver competitividade aos produtos nacionais assoberbados de "custo Brasil"? Como redistribuir os recursos provenientes da arrecadação, cada vez mais concentrados nas mãos da União? E, se esse conjunto de despropósitos hoje encontra alívio na morfina da relação cambial irreal, nem sempre poderá ditar as regras do jogo. Chegará em breve a explodir, varrendo os alicerces da estrutura econômica doméstica. Pois é, o que pretendem fazer?
 Chamam isso de debate? - Quem sabe, chegou a hora de se repensar a organização dos debates dos candidatos na televisão. A decadência do atual modelo ficou patente na noite de domingo. Não só Dilma Rousseff e José Serra não responderam a diversas perguntas, mas chegaram a informar que voltariam ao assunto "no próximo bloco", ou "próxima vez", como se fossem apresentadores.As redes de televisão esforçam-se para preservar a neutralidade do formato e do cenário, mas ficam amarradas às condições negociadas com a direção das campanhas dos candidatos. Essa anomalia engessa o debate e relega o moderador às funções de cronômetro.
Nova pesquisa do IBOPE - Dilma tem 56% e Serra tem 44%. O Ibope divulgou, na noite desta quarta-feira (20) nova pesquisa de intenção de voto para a Presidência da República. Na média nacional, segundo o levantamento, a candidata petista Dilma Rousseff tem 56% dos votos válidos, contra 44% do tucano José Serra. Na pesquisa anterior, divulgada no último dia 13, Dilma tinha 53% dos votos válidos, e Serra, 47%. Além dos números gerais, o Ibope também calculou o percentual alcançado pelos candidatos em segmentos do eleitorado, como sexo e regiões do país.
Estatuto da Igualdade chega com limitações - Entrou em vigor ontem o Estatuto da Igualdade Racial, uma peça com 65 artigos que estabelecem mecanismos de combate ao racismo. O estatuto prevê ações nas áreas de saúde, educação, cultura, esporte e lazer, além de combater a intolerância religiosa. Mas juristas e representantes do movimento negro organizado ainda se dividem entre a aprovação e a crítica devido às mudanças em relação ao projeto original, que levou quase dez anos tramitando entre a Câmara e o Senado. Na minha opinião o estatuto permite uma atuação mais direta nas questões específicas de combate ao racismo, mas esta muito distante do ideal.
Antes que eu esqueça – Mesmo que você pense como eu: Os dois candidatos a presidência são ocos, vazios e pretensiosamente vulgares, não deixe de votar. Exerça seu direito e escolha o menos pior.
 
 
 
 
 
 
 
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