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SEVERINO LAVANDOSCKI

ANALISTA POLÍTOCO

Ele não merecia isso - Alcides do Nascimento Lins, filho de uma catadora de lixo, o estudante que, morador de uma comunidade pobre do Recife, estudou a vida toda em escola pública e mesmo assim passou em primeiro lugar no vestibular de medicina da Universidade Federal de Pernambuco em 2007. No sábado passado ele foi assassinado em frente à sua casa. Superou todas as adversidades da vida, mas um infeliz bandido lhe tirou os sonhos e a vida. Recife é a mais violenta cidade do País, onde se sobrevive driblando o risco permanente. Milhões de Alcides tentam sobreviver a essa fatalidade no Brasil de hoje, cujos políticos pouco conseguem fazer para impedir que tenham um fim trágico. O desperdício de valores jovens equivale a uma catástrofe. Os homicídios são uma das principais causas de morte na população masculina jovem e pobre. É preciso estancar essa sangria. O Brasil não precisa desses mártires e heróis.
Lula: “vou acompanhar Dilma” - O presidente Lula afirmou hoje que não liga para as denúncias de campanha antecipada feitas pela oposição à Justiça Eleitoral e que continuará viajando ao lado da ministra Dilma: “Vou fazer visitas até o dia 31 de dezembro à meia-noite. Vou fazer muita força para eleger minha sucessora. Depois vou para casa e não vou dar palpite no governo. A companheira Dilma vai continuar viajando comigo até a lei permitir que ela viaje. Não tem sentido agora esconder a Dilma quando ela trabalhou até três da manhã no PAC”. A disposição de Lula vem aumentando com o resultado das pesquisas.
“Prato feito, não” - O PMDB quer contrapor-se ao PT e garantir espaço na elaboração do programa de governo da candidata Dilma Rousseff. O recém reeleito presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer chamou o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para barrar a consolidação do programa petista. O motivo da pressa do presidente do PMDB foi a notícia de que o programa da candidata petista já está pronto. Como o documento será discutido no Congresso do PT, que vai oficializar a candidatura de Dilma no dia 20, em Brasília, Temer agiu para deixar claro que não aceitará “prato feito”. Até parece que Temer está tomando coragem e reagindo!
Montando o palanque de Dilma em Minas - Com todo o respeito que o vice-presidente José Alencar merece, é uma crueldade pensar em fazer dele candidato ao Governo do Estado apenas porque Alencar pode apaziguar a disputa interna que devora o PT e, de quebra, arrastar o PMDB para o aprisco da paz necessária, sobre a qual deveria ser armado o palanque da ministra Dilma Rousseff em Minas. Não só porque Alencar padece de uma moléstia que o debilita, ainda que ela esteja sob controle - pelo menos momentaneamente, e espera-se que para sempre. Mas porque a sua condição de candidato ao Governo mineiro dispararia outra disputa, não menos cruel: a de tantos querendo ser o vice dele.
A inexperiência de Dilma - Enquanto José Serra mantém-se neste chove, mas não molha, Fernando Henrique Cardoso é quem dá as bicadas. Em artigo publicado nos jornais o sociólogo não poupou Dilma Rousseff, chamando-a de boneco do Lula, sem idéias próprias. Inexperiente, a candidata topou a briga com FHC, em vez de esperar o Serra. Insistiu em que as eleições de outubro serão travadas entre o passado e o presente, ou seja, numa permanente comparação entre os governos Fernando Henrique e Lula. Em vez de falar do futuro, ou seja, de seu programa de governo, preferiu enfatizar as realizações do atual presidente.
AS falcatruas do PAN – A base aliada mais alguns da oposição, fizeram uma grande pizza da CPI do Congresso para investigar o superfaturamento nos Jogos Pan-americanos do Rio, estimado pelo TCU em R$ 4 bilhões. Parlamentares retiraram apoio e a CPI foi arquivada. Por coincidência, uma sobrinha (Valéria Dias), do senador tucano Álvaro Dias (PR) foi nomeada para um cargo no Ministério do Esporte, mas ele diz que nem sabia disso e mal fala com ela. E agora o senador promete tentar ressuscitar a CPI. Atualmente Valéria é gerente de projetos do Ministério dos Esportes no Rio de Janeiro. Chuta com os pés e ainda é goleiro nas horas de folga. Barbaridade tchê!
A indecisão de Aécio - Aécio há mais de 1 ano, é tido e havido, pelo seu próprio PSDB, como candidato certíssimo a vice de José Serra. Não recusa nem diz que sim. Espera alguém que lhe dê a garantia milagrosa: “José Serra será presidente, não perde para ninguém”. Vai se contradizendo até o momento de definir: “Serei senador por 8 anos”. O Governador mineiro vive uma indecisão desde o inicio do ano passado. Ou ele realmente está indeciso, ou espera um escorregão de Serra para assumir uma possível candidatura a Presidente. Um tanto tarde demais.
Queda de braço - A clássica queda de braço entre Fazenda e Banco Central voltou aos bastidores do governo Lula. Ainda é contida e sutil. Mas, deve ficar mais intensa e evidente após o Carnaval, se a inflação não ceder. Mantega está agindo: já reduziu a Cide para baixar o preço da gasolina e prepara novas medidas para conter a carestia. Vem pacote novo por aí. Se a equipe de Mantega tiver êxito, o aumento dos juros poderá ser adiado por meses - idealmente, para novembro, após as eleições. Do contrário, a solução para a inflação virá do BC, na forma de um novo ciclo de aperto monetário.
 

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