O que é Transtorno do Pânico?

      Existem pessoas, não importa de que classe social, que vagam pelos consultórios e clínicas do mundo inteiro sem que ninguém seja capaz de sequer lhes dizer qual é a verdadeira origem de seus males. A pessoa passa por uma série interminável de consultas e exames, entrando erradamente nas estatísticas de algumas doenças e não tem seus problemas resolvidos. Trata-se do Transtorno do Pânico.
O que é Transtorno do Pânico? É um distúrbio nitidamente diferente de outros tipos de ansiedade, caracterizando por crises súbitas, sem fatores desencadeantes aparentes e são frequentemente incapacitantes. Depois de se ter uma crise de pânico (por exemplo: dirigindo carro, dentro do elevador ou fazendo compras em uma loja lotada) a pessoa tende a desenvolver medos irracionais (chamados fobias) destas situações e começar a evitá-las. Gradativamente o nível de ansiedade e o medo de uma nova crise podem atingir proporções tais, que a pessoa com o transtorno do pânico pode se tornar incapaz de dirigir ou por o pé fora de casa. Neste estágio, diz-se que o Transtorno do Pânico é associado com Agorafobia. Desta forma o distúrbio do pânico pode ter um impacto tão grande na vida cotidiana de uma pessoa como outras doenças mais graves- a menos que ela receba tratamento eficaz e seja compreendida pelos demais.
Atualmente 2 a 4% da população mundial sofre deste mal, que acomete mais mulheres que homens na proporção de 3 para 1.As pessoas acometidas são, em sua maioria, jovens na faixa etária de 21 a 40 anos. O perfil de personalidade das pessoas que sofrem o Transtorno do Pânico geralmente apresentam alguns aspectos em comum: Geralmente são pessoas extremamente produtivas a nível profissional, costumam assumir uma carga excessiva de responsabilidades e afazeres, são bastante exigentes consigo mesmos, não convivem bem com erros e imprevistos, têm tendência a se preocuparem excessivamente com problemas cotidianos, alto nível de criatividade, perfeccionismo, excessiva necessidade de estar no controle, tendência a ignorar as necessidades físicas do corpo ,entre outras. Essa forma acaba por predispor estas pessoas a situações de stress acentuado, fato este que pode levar ao aumento intenso da atividade de determinadas regiões do cérebro desencadeando em desequilíbrio bioquímico e consequentemente o aparecimento do Transtorno do Pânico.
Quais são os sintomas de Transtorno do Pânico? Inicialmente um medo exacerbado com sensação de morte iminente. Vai muito além do “medo normal”. A reação natural é ativar os mecanismos de fuga diante da situação vista como de perigo. É associado com sintomas físicos que aparecem subitamente e que muitas vezes é difícil perceber. Os sintomas físicos são: tensão muscular, palpitações, calafrios, tremores, confusão, dificuldade para respirar e taquicardia. A pessoa tem medo de morrer, medo de perder o controle e fazer algo embaraçoso.
E o tratamento? Existe uma infinidade de tratamentos para Transtorno do Pânico. Numa primeira etapa é importante a introdução de medicamentos que visem estabelecer o equilíbrio bioquímico cerebral. Isto deve ser feito com medicamentos seguros e que não produzam dependência física nos pacientes. Com a psicoterapia numa segunda etapa prepara-se o paciente para que ele possa enfrentar seus limites e as adversidades vitais de uma maneira menos estressante. Em última análise trata-se de estabelecer junto com o paciente uma nova forma de viver onde se priorize a busca de harmonia e equilíbrio pessoal.
O Transtorno de Pânico não é loucura ou “frescura”. É uma doença de grande importância que deve ser diagnosticada e adequadamente tratada. Levam a ausências no trabalho, problemas de relacionamento, isolamento social e sentimento de impotência. É preciso reconhecer precocemente os sintomas para que prontamente seja instalado o tratamento.
AUTORES:
1-DR CLÁUDIO K. KRODA - Médico-Clínica Geral/Anestesiologia - Cremesc 13584
2-FABIANI A. BARRETO KRODA - Psicóloga- Especialista em Terapia Comportamental - Crp 12/06702
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