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Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos Jornalista (MT/SC 4155)
Isagogicamente, Getúlio Vargas ocupa lugar central na história política e econômica do Brasil, sendo frequentemente lembrado como o “pai do desenvolvimento” em razão das profundas transformações estruturais ocorridas durante seus governos. Sua trajetória política, marcada por contradições, autoritarismo e avanços sociais, coincide com um período decisivo de transição do Brasil agrário-exportador para uma nação em processo de industrialização e modernização do Estado. Ao assumir o poder em 1930, Vargas encontrou um país dependente da exportação do café, com frágil estrutura industrial, grande desigualdade social e um Estado pouco atuante na regulação da economia e das relações de trabalho.
Destarte, a Revolução de 1930 representou uma ruptura com a chamada República Oligárquica e abriu espaço para a centralização política e administrativa necessária à implementação de um novo projeto nacional. Vargas compreendia que o desenvolvimento econômico exigia um Estado forte, capaz de planejar, intervir e estimular setores estratégicos. Inspirado em modelos desenvolvimentistas e nacionalistas, seu governo passou a investir na industrialização como caminho para a autonomia econômica do país. Essa visão tornou-se ainda mais evidente durante o Estado Novo (1937–1945), período autoritário no qual o governo concentrou poderes para acelerar reformas estruturais.
Outrossim, um dos pilares do legado desenvolvimentista de Getúlio Vargas foi a criação de empresas estatais voltadas para áreas consideradas fundamentais. A fundação da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, simbolizou o esforço de construir uma base industrial pesada, indispensável ao crescimento econômico e à soberania nacional. Da mesma forma, a criação do Conselho Nacional do Petróleo lançou as bases para o futuro monopólio estatal do setor energético, consolidado posteriormente com a Petrobras. Essas iniciativas demonstram a compreensão de Vargas de que o desenvolvimento não poderia depender exclusivamente do capital estrangeiro ou das forças espontâneas do mercado.
Ademais, no campo social, Vargas promoveu mudanças profundas ao institucionalizar direitos trabalhistas e integrar o trabalhador urbano ao projeto de Estado. A Consolidação das Leis do Trabalho, promulgada em 1943, unificou e sistematizou normas sobre jornada de trabalho, salário-mínimo, férias remuneradas e proteção sindical. Embora o modelo sindical fosse controlado pelo Estado e limitado em termos de autonomia, ele representou um avanço significativo na proteção social dos trabalhadores e contribuiu para a formação de um mercado interno mais dinâmico, essencial ao crescimento industrial.
No entanto, a política trabalhista de Vargas também teve importante dimensão simbólica e política. Ao se apresentar como mediador entre capital e trabalho, o presidente construiu uma imagem de líder popular e protetor dos mais pobres, fortalecendo sua base de apoio entre as classes urbanas. Essa relação direta com o povo, marcada por discursos nacionalistas e apelos à justiça social, consolidou um estilo político que influenciaria gerações posteriores e ajudaria a explicar a permanência do varguismo mesmo após sua deposição em 1945.
De outro vértice, o retorno de Getúlio Vargas à presidência pelo voto direto, em 1951, reafirmou a força de seu projeto desenvolvimentista. Nesse período, aprofundou a defesa do nacionalismo econômico e enfrentou forte oposição de setores conservadores e interesses internacionais. A campanha “O petróleo é nosso” expressou claramente a disputa em torno do controle das riquezas nacionais e do papel do Estado no desenvolvimento. A criação da Petrobras, em 1953, tornou-se um dos maiores símbolos de sua visão estratégica e de seu compromisso com a soberania econômica.
Em epitome, conquanto as controvérsias e do desfecho trágico de seu suicídio em 1954, o legado de Getúlio Vargas permanece profundamente enraizado na história brasileira. Suas políticas moldaram o Estado moderno, redefiniram as relações de trabalho e lançaram as bases da industrialização nacional.
Por final, ao articular desenvolvimento econômico, intervenção estatal e inclusão social, Vargas deixou uma marca duradoura que justifica, para muitos, o título de pai do desenvolvimento brasileiro.
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