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Religião faz bem ou mal à saúde? Prof. Evandro Ricardo Guindani

A essa pergunta eu sempre respondo da seguinte forma: tudo depende da dose. Nos últimos tempos tenho preferido conversar com ateus do que com crentes ou praticantes de alguma religião. Percebi que a religião e a frequência a uma igreja têm feito mais mal do que bem às pessoas.
Tenho visto aumentar o uso da Bíblia para justificar preconceitos e discriminação contra opção sexual, contra comportamentos e atitudes.
A religião tem servido muito mais como instrumento moralista do que como um instrumento para uma experiência religiosa de sentido da vida.
A religião faz mal quando ela afasta a pessoa da realidade, quando ela alimenta o julgamento do outro, quando é usada para legitimar os valores pessoais contra quem pensa diferente.
A religião pode contribuir para a experiência do autoconhecimento, do perdão, da compaixão, fraternidade, uma experiência que faça o indivíduo compreender a sua condição humana e terrena conectada com todos os seres vivos, independentemente de sua religião. Uma experiência religiosa que torne o indivíduo aberto ao outro diferente, sem apegar-se de maneira fundamentalista aos dogmas e verdades teológicas daquela igreja.
Quando os indivíduos conseguem realizar uma experiência religiosa profunda e humana, ele se torna mais sensível, compreensivo, humilde e assim dialoga com maior facilidade. Quem vivencia uma experiência religiosa humanizadora entenderá que o sagrado se resume ao amor, e conseguirá ver o outro (seja ele cristão, umbandista, batuqueiro, budista, judeu, muçulmano) como simplesmente o outro diferente e não como alguém inferior.
Os líderes religiosos precisam colocar em prática uma pedagogia da experiência religiosa humanizadora que possa por exemplo levar o seu fiel a entender o texto sagrado (Bíblia, Alcorão, Vedas, etc…) não apenas como uma verdade absoluta revelada por seu “Deus”, mas sim como um texto que pode contribuir no crescimento humano.
Enfim, penso que a religião/igreja pode fazer bem ao indivíduo quando consegue fazer o seu fiel pensar e sentir para além da sua instituição. As lideranças religiosas não devem formar soldados defensores da própria fé, que promovem a intolerância e a violência, mas sim formar pessoas humanas que mergulhem em uma experiência profundamente humana. Experiência que o conecte a uma dimensão mais profunda da vida, onde se sinta igual a todos os seres do universo, nem melhor, nem pior, nem superior e nem inferior.
Prof. Evandro Ricardo Guindani
Universidade Federal do Pampa - Unipampa
São Borja-RS
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