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CONSTRUÇÃO DO ESTÁDIO DO ARABUTÃ

BRENO FOI UM DOS COLABORADORES E INCENTIVADORES DA BAIXADA RUBRA

Fotos do Estádio do Arabutã uma gentileza da Família de Afonso Thomé (vendedor de pé-de-moleque), sempre com sua cestinha.

A Reportagem de O Tempo ? um jornal de fato entrevistou o Sr. Breno Montanari, sexta-feira, 03 de setembro, tendo como tema a construção do Estádio da Baixada Rubra, de propriedade do Arabutã Futebol Clube. Breno no time colorado exerceu, por sinal, muito bem os cargos de roupeiro até presidente do clube.
Uma das curiosidades que ficamos sabendo através do entrevistado, conhecedor de boa parte da história de Capinzal e Ouro, sendo uma curiosidade boa e outra desanimadora. A boa é que o campo foi inaugurado e infelizmente, no mesmo dia faleceu em 1966 o sempre lembrado Chiquinho Varella, pai de uns dos grandes craques da equipe colorada de todos os tempos, Henrique, de dribles desconcertantes e de muita disciplina.
No início do futebol propriamente dito em Capinzal e Ouro, segundo as informações de Breno, os times existentes eram o Arabutã fundado em 11/11/1944, Vasco da Gama, Frigorífico Ouro e a São José, porém, naquela época todos tinham como mando de campo o Estádio Municipal, próximo do Morrinho da Preguiça e onde é hoje a Praça Pedro Lelis da Rocha, Rodoviária e Terminal Urbano, situado às ruas Ernesto Hachmann e Vereador Rolindo Casagrande, na área central de Capinzal, mediações do Hospital São José e via férrea. A grande rivalidade de Arabutã e Vasco chegou há ficar nove anos sem acontecer o clássico, pois ninguém queria perder, tanto dentro e fora do gramado.
Conforme o entrevistado, o Arabutã comprou o terreno no Parque e Jardim Ouro, quando era para ser feito uma babilônia, consequentemente, venderam títulos patrimoniais. Lembra Breno que o trabalho de construção do estádio foi sofrido, mas gratificante, apesar de nem tudo que estava no papel se concretizou. O acesso até ao Estádio foi aberto à base de picareta, de forma rudimentar, tendo a contribuição de vários então funcionários do Frigorífico Ouro, os quais nos momentos de folga colaboravam prestando serviços voluntários em prol do esporte amador.
O caminhão em que puxavam a grama era de propriedade de Sady Domingos Brancher, sendo que a leiva aproveitada dos arredores do futuro estádio. O campo é de terra e não existe xaxim como falam, e sim, no grande circulo é mais alto com caimento para as laterais, revestido de grama, com muita aderência o que evita empoçar águas pluviais. A terraplanagem foi uma gentileza de Ermindo Viacelli, já as lajotas e postes de sustentação do alambrado foram construídas na fábrica situada à cabeceira da Ponte Padre Mathias Michellizza, atual município de Ouro, fabricada por Amélio Pelligrini, transportada de caminhão por Benjamin Miqueloto (pai do atual prefeito Neri).
O tempo passou e Breno continuou se dedicando em favor do esporte, muitas vezes ia e voltava a pé do estádio, depois Ademar Zocoli viabilizou o transporte, ocasião da construção dos vestiários, bancos de reservas e arquibancada. Lembra Montanari antes da existência do Serviço Intermunicipal de Água e Esgoto - Simae um dos grandes obstáculos era a falta de água, então sofria para colocar a bomba no Rio do Peixe e garantir banho aos atletas, bem como molhar o gramado.
Em 1973 o Arabutã sagrou-se campeão da Taça Grande Joaçaba, passando por excelentes equipes a exemplo do Comercial e Celesc (ambos de Joaçaba), Ervalense (de Herval d?Oeste), São Paulo e Brasil (de Jaborá) dentre outros, porém, algo que muitos não sabem, no dia da entrega das faixas os colorados perderam em casa por 11 a zero para a Perdigão de Videira, campeã catarinense.
Muito bem humorado Breno nos conta algo desconhecido para nós, de uma viagem feita pelo Arabutã até a cidade de Lages, num compromisso da terceira divisão, quando chegaram à localidade de Agudo, hoje Zortéa, Darci Padeiro desembarcou do ônibus e voltou parte do trajeto a pé para Capinzal, depois conseguiu carona, pois desistiu da viagem devido à lentidão do transporte. Já a comissão técnica e jogadores prosseguiram para o destino, os quais saíram quatro horas da madrugada para poder almoçar em Lages, sendo feita à reserva para 22 pessoas, no entanto, o capinzalense Bati (Hélio Mattos irmão de Benito) residente em território lajeano, ficou irritado achando que a equipe tinha almoçado em outro lugar, também não é para menos, chegaram às 15h15min, consequentemente, demoraram 11h15min, algo que agora não leva duas horas. Resultado, sem almoço e cansados perderam o jogo de três a um, sendo que na volta o limpador parou de funcionar, e Ico, de maneira conseguiu tirar o excesso de água do pára-brisa.
Dentre os 13 irmãos (nove são homens e quatro mulheres), sendo Breno é o sexto filho. Destes, Breno sempre se manteve no Arabutã, já o seu irmão Orestes Francisco Montanari foi técnico tanto no time colorado quanto do Vasco da Gama.
Nomes que muito contribuíram com o Arabutã, Sadi Brancher, Eurides Gomes, Valter Correia da Silva, Jói Bertola (batalhador), o sempre lembrado prefeito Celso Farina,
Uma das tantas virtudes de Breno, além de prestar serviços à equipe da Baixada Rubra, também colaborava com os atletas doando chuteiras aos que não tinham condições financeiras e pagava lanches para quem não tinham um cruzeiro no bolso, quando saiam jogar fora. Nicola era quem cuidava do estádio, principalmente, do gramado. Mais tarde Mário, popular Ferro, como era popularmente conhecido, foi sua vez de cuidar do estádio, cortar e molhar a grama, colocar e tirar a rede das traves, limpar os vestiários e que mais fosse necessário.
?O Arabutã é dos sócios do Brasil afora, sendo estes que devem decidir o destino do clube?; assim afirmou Breno quanto ao passado, presente e futuro do colorado. Como sugestão, que o Arabutã coloque no Diário Oficial a venda de imóvel, da antiga Sede Social e invista em melhorias na estrutura do estádio, construindo cancha de bocha, lanchonete, pista de dança e outras benfeitorias.
Breno no dia 27 de novembro fará 67 anos, sendo natural de Capinzal, na época residia na localidade de São Roque, inclusive, com um ano de idade foram para a área central da cidade onde reside até hoje. Com oito para nove anos Breno passou a ajudar seu pai (Atílio) na construção da barragem no Rio do Peixe entre as pontes Pênsil Padre Mathias Michellizza e a Jorge Bornhausen, sendo uma obra executada por José Zortéa, a qual gerava energia elétrica para a comunidade. Seu pai faleceu no dia 30/06/1952, foi quando continuou trabalhando no concreto para poder ajudar sustentar a família. Apesar de estar com 66 anos, Breno ainda continua firme e forte prestando serviços braçais (pedreiro) para a construtora do Nico (nesta está há cinco anos). Breno nas horas de folga vem fazendo a reforma e ampliação de sua própria residência.
?Dos tantos jogadores que passaram pelo Arabutã, até hoje continua jogando, sendo ele Severino Dambrós?, Breno assim enalteceu o amigo como um dos exemplos.
Para melhor informação, veja vídeo no site de O Tempo ? um jornal de fato.

A leiva era tirada de cavadeira, transportada de caminhão e deslocada de carriola ? carrinho-de-mão.

Crianças, adolescentes e adultos na construção do Estádio da Baixada Rubra.

O transporte dos prestadores de serviços era feito de caminhão, sem grade e cinto, porém, nunca ninguém caiu ou se acidentou, pois naquela época não existia tanta lei burocrática.
Motorista no estribo ? Sadi Domingos Brancher, no pára-lama esquerdo sentado ? Koquiarinha (Valdecir de Souza), em frente do radiador ? Ademar Miqueloto, ao lado ? moreno (Passo Triste), à sua esquerda Abílio Vargas, na fila de cima do caminhão - segurando uma leiva, Breno Montanari.

Arabutã campeão da Taça Grande Joaçaba, em 1973, em pé: Breno (presidente), Pipper, Jundiá, Koquiara, Severino, Jói, Téco, Montila, Compadre, Tchule, Olivo, Ermindo Viecelli (colaborador) e Vilson Dambrós (técnico).
Agachados: Pé de Angico (Tio Pé), Márcio Antonio (Pimba), Matté, Chico, Ico, Flamenguinho, Binho, Vaca Braba, Daniel e Camomila.

Aldo Azevedo (de O Tempo ? um jornal de fato), Ivanor Frá (viabilizou a entrevista) e o Sr. Breno Montanari (cidadão que vem ajudando a escrever a história de Capinzal e Ouro).
 

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