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Monumento Frei Bruno

Um desafio concretizado

      Paz e Bem. Esse era o lema do homenageado do último sábado. Quando em maio de 2001, a CDL lançou o projeto do Monumento Frei Bruno, tínhamos a certeza de que estávamos escolhendo a pessoa certa. Descobrimos isso através de depoimentos de moradores antigos e do número de participantes da Romaria Penitencial Frei Bruno, que cresce a cada ano. Procuramos o local onde iríamos fazer o monumento e prontamente fomos atendidos pela Sra. Dionilce Montenegro e família, que nos doaram os 1.200 metros quadrados necessários para a construção. Algumas pessoas questionaram estas escolhas, mas a comunidade aprovou.

Nosso principal objetivo era incluir Joaçaba no contexto turístico regional, dando aos visitantes dessa bela região mais um atrativo para que aqui permanecessem mais tempo, gerando recursos. Estive defendendo essa tese, como membro representante da CDL, no conselho de desenvolvimento regional.  Os demais conselheiros entenderam e concordaram com a tese da abrangência regional do monumento Frei Bruno e o projeto acabou sendo aprovado por unanimidade.

Tínhamos o projeto e o terreno. Faltavam os recursos para iniciarmos essa ousada obra. Em 2002, a CDL lançou uma rifa de cinco veículos (três carros e duas motos). Neste crucial momento de nossa caminhada, começamos a contar com o imprescindível e prestativo trabalho do nosso deputado Jorginho Mello, que atuou junto à CODESC para a liberação da rifa. Entregues os prêmios, pagas as despesas e os impostos, da rifa nos restou aproximadamente R$70 mil, com os quais iniciamos a obra em maio de 2003, já envolvendo associados da CDL e a comunidade com a campanha do cimento.

Durante estes cinco anos, recebemos apoio e recursos da prefeitura municipal através do prefeito Armindo Haro Netto, que, desde a primeira vez que tomou conhecimento do projeto, não deixou de apoiá-lo. Assim como o governo do estado através do nosso governador Luis Henrique da Silveira, parceiro número um do monumento Frei Bruno. Com seu apoio, temos aqui em Joaçaba um exemplo real de seu programa de descentralização, que está ajudando ?toda Santa Catarina? a desenvolver-se harmoniosamente.

Essa obra teve uma deferência especial pelos cidadãos de nossa terra. Tivemos doações de materiais e muitas empresas nos forneceram produtos por preços abaixo do preço de mercado. A escolha do escultor Cláudio da Silva, artista local, mostrou-se mais uma decisão acertada da diretoria da CDL. O Cláudio conseguiu o que Umberto Ecco em seu livro ?A história da Beleza? classificaria como uma obra não apenas bela, mas sublime. Ele conseguiu retratar com maestria os traços faciais do Frei Bruno. Esse é um diferencial entre a nossa estátua e as que retratam o Cristo Redentor e a Estátua da Liberdade, ambas com rostos amorfos. Isso torna o monumento Frei Bruno uma obra de relevante valor artístico.

Não posso deixar de citar o arquiteto da obra, Jaison Strapassola, que desde o início, com sua maquete estilizada do monumento, foi um batalhador pela causa, um grande parceiro que soube fazer um projeto arquitetônico inovador, belo e funcional. Tenho que agradecer ao engenheiro Alírio Antônio Caldart, nosso técnico, que acompanhou a obra desde a pesquisa de solo até os acabamentos finais. Com suas instruções, ajudou-nos na agilização e na redução dos custos da obra. Quero agradecer também ao engenheiro Gilson Vasconcelos, que aceitou o desafio de fazer o projeto estrutural da obra. Temos que enaltecer o trabalho do técnico Peter Gerndt, que desenvolveu a fibra com a qual foi confeccionada a estatua. Pelo conhecimento que temos, foi a primeira vez no mundo que se utilizou esse tipo de material na construção de uma peça de tal envergadura. A estátua, que tem 17 metros de altura, é mais resistente que outras, feitas com cimento e ferro, pesando apenas 2,8 toneladas. Graças a essa técnica, gastamos apenas R$ 161.946,92 para sua confecção.

Do lançamento do projeto à inauguração, foram sete anos e 179 dias de trabalho e dedicação de quatro diretorias da CDL. Todas colocaram como prioridade a construção da obra. Essa união de classe em torno de um objetivo foi um fator determinante para que tivéssemos sucesso neste empreendimento. Tivemos 255 colaboradores que participaram das campanhas do cimento, ferro e salário mínimo, cujos nomes a CDL fez questão de homenagear com uma placa de agradecimento junto ao museu de Frei Bruno. Ali, futuras gerações poderão tomar conhecimento daqueles que ajudaram a fazer o terceiro maior monumento das Américas aqui em Joaçaba.

Não posso deixar de agradecer a minha esposa Mara que acompanhou e sempre me apoiou nesta jornada, a minha mãe, devota fervorosa de Frei Bruno, e meu pai, pelos conselhos que me deu durante essa trajetória, dos quais eu gostaria de destacar um. ?Meu filho, durante a execução desta obra, você irá encontrar pessoas otimistas, negativas e indiferentes. Não perca tempo nem energia tentando convencer os pessimistas. Una-se aos otimistas e procure convencer os indiferentes que tudo é possível?. Assim fizemos. Aí está o resultado. Muito obrigado a todos de coração que participaram desta jornada.

 

Johnny Dario Bortoluzzi

Membro da diretoria da CDL de Joaçaba

Coordenador do Monumento Frei Bruno

 

 

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