Mario Eugenio Saturno (https://www.facebook.com/Mario.Eugenio.Saturno/ ) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano
Já tratei do grande erro dos protestantes e evangélicos em seguir o Antigo Testamento que São Jerônimo traduziu a partir dos cridos originais dos judeus massoretas, que já tinham modificado significativamente o AT. Agora estou tratando das descobertas arqueológicas que esclarecem os trechos incompreensíveis do AT, conforme relatado pelo doutor Padre Raymond E. Brown, no livro "Recent discoveries and the Biblical world".
Cerca de 1200 km a sudoeste de Canaã, descobriram tabuinhas de argila em Amarna (ou Tell el-Amarna), que é o nome moderno da antiga Akhetaton, no Nilo, aproximadamente a meio caminho entre Tebas e Mênfis. Entre 1375 e 1350 a.C., esta cidade serviu como capital do faraó Amenófis IV (ou Akhenaton), chamado de "faraó herege" porque deslocou o foco da religião egípcia de Amon, adorado em Tebas, para o deus Aton (o disco solar). Debate-se se esse culto era monoteísta, mas certamente o hino egípcio a Aton tem paralelos com o Salmo 104.
As tabuinhas foram escritas em acadiano cuneiforme. Consistem em cerca de 375 itens dos arquivos dos reis egípcios, correspondência com outros reis, sendo um grande número de cartas de governantes vassalos na Palestina e na Síria. Essas cartas atestam o declínio do controle egípcio, não apenas por causa da rivalidade internacional entre o Egito e os impérios Mitanni ou Hitita, mas também devido à incursão de povos que buscavam se estabelecer em regiões mais civilizadas.
Em mais de cinquenta cartas de Biblos para a corte egípcia, o perigo representado por um líder amorreu é enfatizado. Ainda mais interessantes são as constantes referências aos Hapiru (Habiru ou ‘Apiru), aparentemente uma mistura de vagabundos sem terra, escravos fugitivos e mercenários mal pagos, que estavam invadindo a área de Canaã, especialmente em torno de Siquém. A semelhança desse nome com "hebreu" levantou a possibilidade de que essa correspondência do início do século XIV a.C. descreva uma fase da entrada dos hebreus na Palestina.
Nas cartas, os reis vassalos das cidades-estado de Canaã e da Síria prestam sua "lealdade" ao faraó egípcio e pedem proteção, mas é bastante claro que o monarca pode fazer pouco.
Segundo os relados dos livros do AT a partir do Êxodo, deveríamos encontrar muitas evidências na região da Palestina, mas, infelizmente, nada significativo foi descoberto no período do aparecimento das tribos na Palestina (pouco depois de 1200 a.C.) até a queda da monarquia judaica (século VI a.C.).
Encontraram, por exemplo, um óstraco (fragmento de cerâmica) com um dos primeiros exemplos do alfabeto proveniente de Izbet Sartah (Ebenézer?), por volta de 1200 a.C.; uma estela de basalto de Messa, rei de Moabe, descrevendo sua vitória sobre Israel (Transjordânia, por volta de 840 a.C.); doze fragmentos aramaicos de reboco de parede dos séculos VIII ou início do VII a.C., encontrados em Deir ‘Alla (Sucote?), no vale do Jordão, mencionando Balaão (Números 22–24); e, ainda, aproximadamente 200 óstracos com inscrições em hebraico e aramaico (Arad, séculos VII a IV a.C.).
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