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Mario Eugenio Saturno (https://www.facebook.com/Mario.Eugenio.Saturno/ ) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano
As mudanças climáticas estão aumentando drasticamente os eventos extremos que provocam perdas econômicas e de vidas, o que torna a previsão do tempo fundamental. Para fazer as previsões, o INPE dispõe de supercomputadores e cientistas que ficam no Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) e que fazem também, por exemplo, os relatórios sobre a estiagem no Brasil, os alertas da crise hídrica, documentos que são entregues semanalmente ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que sem esses dados deixaria o governo às cegas para gerir a crise.
Desde 2017, o supercomputador Tupã, do INPE, corria o risco de parar de funcionar e não poderia ser reparado. Outro grave problema desse supercomputador antigo era o gasto em energia elétrica, consumindo R$ 5 milhões ao ano para funcionamento e resfriamento. E, por falta de recursos, o INPE desligara a metade dos gabinetes prejudicando a previsão que era feita.
Para o ano de 2021, o INPE esperava receber R$ 50 milhões, mas nada veio. Isso permitiria a compra de módulos de processamento de 800 Teraflops e armazenamento de 20 Petabytes (tera é acrônimo para trilhão e peta para quatrilhão e flop é operação em ponto flutuante, aquela notação científica que aprendemos no colégio, e para se ter uma ideia, esse supercomputador é equivalente a cerca de 800 milhões de computadores comuns). Para comparar, o Tupã tem 258 Teraflops.
Então, como tínhamos um governo sem visão estratégica, em junho daquele ano, o INPE comprou um primeiro módulo do novo supercomputador, que custou US$ 729 mil, utilizando verba do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da ONU.
Finalmente, em 2024, o INPE fez a concorrência internacional para a aquisição do novo sistema de supercomputação que foi vencido pela empresa HPE-Cray Supercomputing, dos Estados Unidos. Foram investidos cerca de R$ 29 milhões para a instalação do novo sistema. O novo supercomputador chegou ao aeroporto de São José dos Campos (SP) em 20 de maio e, após os trâmites aduaneiros, foi transportado para o prédio do CPTEC do INPE em Cachoeira Paulista (SP).
Em comparação ao Tupã, o novo supercomputador tem capacidade 24 vezes maior de armazenamento de dados e de alta performance, possuindo 120 nós e aproximadamente 30 mil "cores" (núcleos), sendo o mais avançado equipamento de previsão numérica de tempo e de clima do país.
Essa melhoria tecnológica permitirá aprimorar os modelos numéricos de previsão do tempo, de clima e ambientais, além de permitir simulações mais detalhadas e precisas, fundamentais para as previsões de eventos extremos, como secas e tempestades, e estudos sobre mudanças climáticas.
Os produtos gerados pelo supercomputador são úteis, por exemplo, para o agronegócio, um dos pilares da economia brasileira, para o setor da saúde, à medida que podem ser usados no planejamento e controle de epidemias, e para o monitoramento de eventos severos, que requer modelos em alta resolução espacial para subsidiar o envio de alertas de curtíssimo prazo e à coordenação de ações de emergência para a Defesa Civil.
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