DEPUTADO RENO CARAMORI PARTICIPA DE QUATRO COMISSÕES PERMANENTES EM 2009

Atingida por um desastre ecológico sem precedentes na história do Estado, somado aos efeitos de uma das maiores crises econômicas mundiais de todos os tempos, Santa Catarina vota nos próximos dias seu Código Ambiental, entre muitas outras pautas e discussões relevantes de caráter sócio-econômico que vão passar pelo Legislativo em 2009. Neste quadro, o deputado estadual Reno Caramori assume lugar em quatro das quinze Comissões Permanentes da Assembleia Legislativa. Segue como presidente da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano, é vice-presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural, participa da Comissão de Turismo e Meio Ambiente e passa a ser membro também da recém-criada Comissão de Pesca e Aquicultura.  Nesta entrevista, concedida durante o período de carnaval, o parlamentar fala sobre suas metas e idéias para o trabalho nas comissões e outras atividades parlamentares.

P.- Deputado, havia a expectativa que o senhor assumisse, neste ano, uma cadeira à mesa da Assembléia. Por que não aconteceu?

Deputado Reno- Nossas atribuições como deputado estadual, começam na rua, no bairro, no município e, se espalham por todo o Estado, onde ouvimos a população e assistimos os fatos. Daí, trazemos grande parte da pauta do nosso trabalho para as discussões, para as proposições e também para a fiscalização das ações do Executivo. A continuidade se dá nas comissões e em plenário. Neste momento, quando os catarinenses discutem seu Código Ambiental, quando temos várias situações que pedem nossa atenção nas áreas do desenvolvimento urbano, do turismo, meio ambiente e transportes, entre outras atribuições das comissões das quais participarei, creio que a minha experiência será de maior utilidade no âmbito das comissões, nas audiências públicas e, claro, também, nas discussões em plenário e nas votações.

P.- No âmbito da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano, qual seria o foco prioritário dos trabalhos, se é que dá para estabelecer uma prioridade neste setor?

Reno Caramori ? O trabalho na Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano é bastante complexo. Nós catarinenses somos apontados como campeões nacionais de mortes por acidente no trânsito. Temos uma malha rodoviária estadual e federal problemática, como a BR 101, em obras, a estrada da Macieira, que há alguns anos vem judiando da população, a perimetral Norte, para tirar o trânsito de dentro da cidade de Caçador, assim como muitas outras, por toda Santa Catarina. Temos falta de estradas, de conservação, de sinalização e de fiscalização. Os efetivos das polícias rodoviárias é pequeno e mal equipado. Temos problemas nas estradas, nos portos, nos aeroportos e nas rodoviárias. Além disso, passamos por uma catástrofe ambiental que destruiu portos. Isso só pra citar alguns assuntos pertinentes a esta comissão. Assim, temos que trabalhar, ouvir, debater e fiscalizar a correta aplicação dos recursos pelo Executivo. A vida dos catarinenses e dos que utilizam nossas estradas deve vir em primeiro lugar. Mas também pensamos na economia, na produção, na exportação. E é por aí que vamos pautar nossa atuação como presidente da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano em 2009.

P.- Na sua opinião, quais serão os assuntos mais importantes na comissão de Agricultura e Política Rural ?

Reno Caramori -  As matérias passam pelas comissões antes de irem a plenário para votação. Santa Catarina tem características sócio-econômicas diferenciadas no que diz respeito à agricultura, pecuária e atividades afins. Sempre falo que temos que colocar comida na mesa de quem abastece a cidade. No meu entendimento, a comissão vai continuar trabalhando em 2009 pela valorização do pequeno agricultor, pela abertura de novos mercados para a exportação, pela ampliação e pela valorização dos corpos técnicos da Epagri e da Cidasc, aos quais devemos muito no desenvolvimento deste setor, em Santa Catarina. Ainda há poucos dias tive a satisfação de participar da abertura oficial da colheita da maçã, em Fraiburgo, com safra promissora e de conhecer a variedade MRC ? 11/95, Maçã Resistente de Caçador, cultivar de maçã de alta qualidade, desenvolvida pelos técnicos da Epagri. Por isso, meu entusiasmo com a pesquisa e com os resultados conquistados pelos doutores da Epagri e Cidasc.

P.- E sobre as questões do Turismo e Meio Ambiente, em que direção podemos dizer que irão as suas ações ?

As comissões tem assuntos em comum e sobre os quais tenho minhas convicções. As matérias que chegam às comissões têm  origem variada, isso é, vão além das minhas propostas. Entretanto, tenho assuntos que precisamos dar maior atenção. O saneamento básico, por exemplo, setor que Santa Catarina também não pode ser citada como exemplo no país, é pauta para mais de uma comissão. As ações da Casan, aqui e em todo o lugar devem ser fiscalizadas. Temos que estar atentos também à proteção dos rios dos mananciais , ao manejo sustentável, para que possamos usufruir da natureza sem destruí-la. Quanto ao meio ambiente, temos que dar especial atenção ao código ambiental, que pretendem votar antes do fim de março.

P.- Qual a experiência que o senhor traz para a recém-criada comissão de Pesca e Aquicultura ?

Reno Caramori ? Tenho afinidade com esta área desde os tempos da prefeitura, em Caçador, quando construímos e registramos 420 açudes para criação de peixe, para a irrigação e para o fornecimento de água para animais. As questões são mais amplas, entretanto, e vamos ver quais as ações que possam alavancar o desenvolvimento do setor neste ano.

P.- Quais outras ações estariam programadas para 2009 ?

 Reno Caramori ? Pois é como falei no início da entrevista. O trabalho nas comissões é apenas parte da nossa atuação e muitas pautas ainda vão surgir durante o ano. Mas além das comissões, temos várias atribuições, que vão desde a participação em audiências públicas e fóruns, como o Fórum Catarinense pela Preservação da Vida no Trânsito, participação no grupo de trabalho da Fiesc e do Setor Cooperativista para análise e sugestões relativas ao código ambiental catarinense, e outras. Não podemos esquecer também a questão da regularização das atividades das corporações de Bombeiros Voluntários, rejeitados e discriminados pelo atual governo do Estado, apesar do relevante trabalho que desenvolvem e de serem sempre aplaudidos pela população. Enfim...trabalho é o que não falta e tenho certeza vamos dar conta.