Marido e mulher têm serviços prestados para Capinzal e sua gente

Há 40 anos Spadini foi prefeito e há 30 anos Theresinha eleita a primeira Vereadora no Município
A data de 16 de janeiro foi marcada pelos 57 anos de feliz matrimônio destes capinzalense
A Reportagem de O TEMPO – um jornal de fato, com ajuda de Antonio Pasqual Sartori (Antoninho), cidadão Honorário de Capinzal, fez um feliz achado, sendo que há 40 anos Apolônio Spadini foi prefeito de Capinzal, e a mulher do então Prefeito, Sra. Theresinha Didomenico Spadini há 30 anos foi a primeira mulher eleita vereadora pelos capinzalenses ainda no dia 16 de janeiro completou 57 anos de feliz matrimônio.
O período de 1973 a 1976 foi marcado pela gestão administrativa de Apolônio Spadini, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), eleito na época do regime da ditadura militar. Spadini foi diplomado Prefeito no dia 15 de novembro de 1972, portanto, lá se foram 40 anos de sua eleição e posse.
Spadini, antes de ser Prefeito, foi vereador em Capinzal no período de 31/01/1970 a 30/01/1973, sendo eleito em 30/11/1969. A Mesa Diretora da sétima Legislatura da Câmara Municipal de Capinzal era assim composta nos dois primeiros anos de mandato: presidente Agadir Almeida Lovatel, vice-presidente Zeldine Zocolli, 1º secretário Apolônio Spadini e 2º secretário Irineu José Maestri. Demais vereadores: Brenno José Toaldo, Reinaldo Flamia e Armando Viecelli. Nos dois últimos anos de mandato, a Mesa Diretora foi assim composta: presidente Irineu José Maestri, vice-presidente Reinaldo Flamia, 1º secretário Apolônio Spadini e 2º secretário Brenno José Toaldo. Demais vereadores: Agadir Almeida Lovatel, Zeldini Zocolli e Reinaldo Flamia.
Quando Spadini elegeu-se Prefeito, em 15/11/1972, oitava Legislatura da Câmara Municipal de Capinzal era assim composta a Mesa Diretora: presidente Vitor Almeida, vice-presidente João Batista Pires, 1º secretário Aquiles D’Agnolluzzo e 2º secretário Leonildo Bortoli. Demais vereadores: José Bertola, Benjnmin Dorini e Olmiro Sartori (dois primeiros anos de mandato). A partir de 04/02/1975 a Mesa Diretora foi assim composta: presidente Leonildo Bortoli, vice-presidente Vitor Almeida, 1º secretário João Batista A. Pires e 2º secretário Joe Bertola. Demais vereadores: Armando Viecelli, Benjamin Dorini e Aquiles D’Agnolluzzo. Obs: Assis Brasil de Lima assumiu como vereador em virtude de renuncia do vereador Armando Viecelli.
Apolônio Spadini é natural de Capinzal (SC), porém, há muito tempo reside no Parque Jardim e Ouro, município de Ouro (SC), nascido em 18/04/1933, sendo filho de Leonardo Spadini e de Regina Cherubini Spadini.
O pai do entrevistado foi proprietário do primeiro cinema que existiu em Capinzal, o Cine Farroupilha, onde antigamente estava instalada a Agência do Banco do Brasil, também tinha torrefação e moagem de café, empresa que se chamava Sultão, fábrica de sabão, ainda fábrica que se chamava Gasosa para engarrafamento de vinho e de cachaça. Apesar de seu pai ser um empresário bem sucedido, nunca pretendeu ser um homem público (político), porém, foi um dos que tomaram a iniciativa de formalizar e de iniciar a geração e distribuição de energia elétrica gerada pelas águas do Rio do Peixe, pois na época não tinha o benefício. Seu pai foi diretor da Hidrelétrica Piratuba / Capinzal, então através do trabalho de uma associação, Prefeituras e de cidadãos que compravam ações conseguiram preencher as necessidades de geração de energia elétrica para o bem do progresso de ambos os municípios, já que Ouro pertencia a Capinzal. A energia era gerada pelas águas do Rio do Peixe, inclusive, pelo município de Campos Novos (SC).
A formação escolar de Spadini é o quarto ano ginasial, mas sempre foi um autodidata (que aprende por si mesmo, sem a ajuda de professor), pois tem algumas informações em seu currículo, a exemplo de diretor comercial das empresas Zortéa Brancher S/A, D’Agnolluzzo Spadini, por um período de quatros foi funcionário do antigo Centro de Assistência Gerencial – CEAG (atendimento de pequenas e médias empresas), hoje, Sebrae. Também exerceu por 15 anos atividades nas Câmaras de Vereadores de Capinzal, Piratuba e Ipira, como diretor Administrativo e assessor. No Poder Legislativo deixou de prestar serviços em Capinzal, isto em 2004, sendo a oportunidade em que deu parcela de contribuição para a construção da sede própria de trabalho. Pela sua formação intelectual, Spadini tem o hábito de ler muito, inclusive, pelo seu ideal professa como monista cósmico, que ao invés de acreditar num Deus antropomórfico (que tem forma), acredita num Deus cósmico (sendo a energia).
Spadini entrou para a política propriamente dita quando era diretor da empresa Zortéa Brancher, da localidade de Duas Pontes, pertencente a Campos Novos, hoje, município de Zortéa, então por Capinzal ter um líder político: Paulo Macarini se inscreveu no PTB e naquela oportunidade iniciou na vida pública (política), a qual acabou culminando em ser prefeito e vereador, ainda exerceu atividades públicas como diretor administrativo das Câmaras Municipais.
Na oportunidade em que Spadini foi candidato a Prefeito, foi numa época de ditadura militar, e com a ditadura militar existia muita pressão, porém, eram dois partidos políticos, sendo o Movimento Democrático Brasileiro – MDB (atual PMDB) e a Aliança Renovadora Nacional – Arena. Na Revolução de 1964, Spadini foi convidado pelo Delegado de Polícia de Capinzal, como se fosse preso, então o levaram até Joaçaba (SC) para ser inquirido, pois na época foi à única pessoa que teve a infelicidade por supostamente contrariar os princípios “democráticos”. Como nos disse Spadini: “felizmente estive em Joaçaba e com a ajuda de amigos, pois pertencia ao Lions Clube, então acabaram me liberando.” No mencionado período teve uma manobra militar, quando Spadini foi eleito Prefeito, então ele próprio esclarece o fato: “Acontece que eu fui eleito Prefeito pelo MDB, então era considerado como um possível revolucionário, e na oportunidade estiveram talvez visitando todos os municípios que elegeram os Chefes do Executivo contrários a Ditadura, e na oportunidade, pela forma que me conduzia eles entenderam que eu poderia ter sido, e aí para a nossa felicidade resolveram fazer uma manobra (simulação) na região e também em Capinzal, certamente para poder verificar a realidade, quando constataram não existir nada que poderia contrariar os princípios que se diziam democráticos”. Para Spadini, se tratando de administração pública, acha ele quando o administrador coloca o interesse público acima do interesse particular, ele consegue realizar ações e serviços. Os recursos daquela época quando era Prefeito em Capinzal, em função do retorno do ICMS, até de verbas federais conseguiram fazer algumas realizações. Spadini como Prefeito utilizava-se de seu carro e pagava a gasolina de seu bolso, porque havia o propósito de realizar obras e teve a colaboração de muitos amigos para tanto.
O vice-prefeito de Spadini foi o Pedro Antonio Toaldo, sendo o único eleitor do interior do Município devidamente inscrito no MDB. “É uma pessoa extraordinária, felizmente ele foi meu vice-prefeito, cidadão voluntarioso, independente, corajoso, apesar de tudo aceitou concorrer diante de uma situação delicada, então conseguimos realizar o feito inédito”, declarou Spadini. Na época, como ainda é assim, raramente o vice-prefeito exerce a atividade administrativa, pois o Pedro recebia como vice, mas no setor das atividades que diziam respeito ao interior do Município, sempre colaborou em termos de conhecimento e também na prestação de serviços.
No momento da entrevista, Spadini não soube afirmar quais eram as Secretárias da Prefeitura, mas lembra-se muito bem da Educação, Saúde e Administração. “Algo que permitiu que a Administração Municipal obtivesse êxito na realização do planejamento foi a economia, pois administrei empresas por muitos anos e apliquei o mesmo critério na administração pública. Haja visto que realizamos obras importantes (só para citar um exemplo), o Terminal Rodoviário Intermunicipal de Capinzal, foi o primeiro da região, pois nem Joaçaba e Concórdia tinham, ocasião em o Prefeito concordiense veio ver a nossa rodoviária para fazer o mesmo”, informou Spadini.
A delegação de poderes aos secretários e diretores era feito por Spadini de maneira muito interessante, pois é um problema de liderança e de carisma, sendo que a onde ele administrou, sempre teve a oportunidade e a capacidade de escolher pessoas certas para lugares apropriados com o entendimento de cada um. “Quando você administra, deve saber delegar poderes de forma competente para pessoas capacitadas, isto sim, representa o êxito das atividades”, assim definiu dar à responsabilidade a equipe de trabalho.
Quanto ao entendimento Executivo e Legislativo quando assumiu a Prefeitura, os seus candidatos a Vereadores, era formado por pessoas simples, no caso Benjamin Dorini, Aquiles D’Agnolluzzo, no entanto, no momento da entrevista não se recorda dos demais, pois estava emocionado, mas lembra que era a minoria na Câmara Municipal, pois havia dificuldade em obter harmonia. “Conseguimos superar, por ser uma questão de diplomacia e de entendimento”; resumiu a resposta o entrevistado.
Para executar a obra do Terminal Rodoviário, que serve até hoje aos capinzalenses e visitantes, foi feita com recursos próprios, pois naquela época como hoje, existia e ainda existem critérios para se estabelecer com o retorno do ICMS, o que depende das informações e notificações feitas pela Administração Pública, no sentido de poder captar tudo que se produzia, como exemplo, o frigorífico e outras atividades industriais, madeireiras. Desta maneira Spadini procurou interagir com a Secretaria da Fazenda do estado de Santa Catarina, no sentido de que toda a produtividade do Município fosse canalizada para que o retorno do ICMS ficasse atualizado de acordo com a produtividade de Capinzal. Alguns Prefeitos não tinham esse cuidado e deixavam que muitas atividades produtivas não fossem canalizadas, então deixaram de receber o devido retorno do ICMS por falta de competência nas informações e notificações na Secretaria da Fazenda.
Como Prefeito fez mais com recursos próprios, mas para realizar dependia de competência administrativa, priorizando a economia (fazendo contenção das despesas geais do Município). “Quando Prefeito sempre deixei as portas abertas, as pessoas chagavam e conversavam comigo, eu ia para rua dialogar com muitos, apesar de que na época o Município era pequeno e não tinha toda essa dinâmica de hoje. Sempre tive a felicidade de ser a mesma pessoa de quando era Prefeito, diretor e assessor das Câmaras Municipais e atualmente continuo acessível”, assim responde o tipo de Prefeito que foi ao longo do tempo.
Quanto à missão do Vereador e do Prefeito, Spadini, define como tudo na vida, as coisas mudam, e nós mudamos de acordo com o progresso, com a dinâmica das atividades que envolvem pessoas, naturalmente temos que nos adaptar e procurar de uma maneira positiva e satisfatória, atendendo sempre em primeiro lugar o interesse público e não ficar preocupado com o seu interesse particular. Para ele, o que existe hoje nas Câmaras Municipais, em seu entendimento, é maniqueísmo (você é a favor ou é contra o Prefeito). São grupos que se unem, independentemente da solução ou da resolução a respeito dos projetos e aprova aquilo que é do interesse do Executivo, então homologam aquilo que o Prefeito encaminha para a apreciação, votação e aprovação. Já outros por serem contra o Executivo, por isto se chama maniqueísmo, não em função da importância do próprio projeto, por uma decisão política anti-progressista, contra o interesse do povo.
O TEMPO – um jornal de fato - A quinta-feira, dia 18 de abril, é dia de seu aniversário, 80 anos de idade, portanto, o que diria em termos de experiência e convivência social que obteve com ao passar de vários ciclos de sua vida? Resposta de Spadini: Considera e acha importante, a medida que a idade vai avançando, passamos por ciclos, o da infância, da adolescência, da juventude, da meia idade. Todos estes ciclos vão se passando e acumulando na experiência de cada um de nós, e o próprio sistema de vida, enfim, a natureza das pessoas faz com que nós a cada ciclo dessa vida venhamos adaptarmos a ele e evoluir na medida em que os acontecimentos vão se sucedendo. “Então 80 anos significa acumular as experiências de acordo com a vivência que tivemos junto a sociedade, sendo que de certa forma estabiliza emocionalmente e para a própria sobrevivência passa a participar com menos intensidade, comparar com aquilo que fazíamos quando mais jovem. Entretanto, nós percebemos que, como no oriente, os chineses, japoneses, indianos, na medida em que envelhecem, eles são valorizados por essa sabedoria, trazida pela experiência de vida. Aqui no ocidente, a onde nós vivemos, não existe está situação. “Eu e minha esposa vivemos uma vida familiar harmoniosa e procuramos para sobrevier, em função a própria natureza, por nós envelhecermos, estamos determinamos por termos uma vida em paz conosco e com as demais pessoas. Sem ressentimento nenhum com o passado, amando a todos, porque todos nós somos irmãos, filhos do mesmo pai superior. Então 80 anos pode significar para alguém uma dificuldade, mas para mim e para minha esposa, é uma felicidade, porque é um privilégio. Quando éramos jovens, lutávamos para sobrevier, tínhamos juntos a própria sociedade (civilização), a exemplo do que nós vivemos hoje, existe muita competitividade e conflitos, e conflito gera emocionalmente desarmonia. “A discórdia e a desarmonia geram doenças e nós para sobreviver na nossa idade, temos que nos reservar e procurar a harmonização, a interação e não a fragmentação”, assim finalizou a resposta Spadini de maneira emocionada.
O TEMPO - Da mesma forma o que diria sobre a data de 15/04/1972, quando foi eleito prefeito, e no dia 31/01/1073 assumiu a função, no entanto, lá se foram 40 anos do auge de sua política chegando ao cargo de Chefe do Executivo Municipal? Spadini: “Eu entendo que tudo que acontece em nossa vida, tudo tem um sentido. Se nós passamos por todas essas turbulências, porque é difícil conciliar a vida pública com a vida pessoal ou com a vida cristã, sendo etapas que a gente vence. Hoje se eu for a prefeito, seria um pouco diferente, porque estaria vendo com mais sabedoria os assuntos a serem enfrentados, apesar das deficiências que todos nós temos no exercício de nossas funções. Quando Prefeito procurou cumprir da melhor forma possível com meu dever e me sinto realizado dentro desta circunstância em que nós vivemos hoje”. Prossegue ele, quando foi e for solicitado para orientar, disse que sempre esteve ao dispor, apesar de não mais exercer atividades no poder público, nem em empresas privadas, pois Spadini acha um dever em todos os momentos contribuir com aquilo que possa ser útil aos que necessitam de ideias e informações para serem colocadas em prática.
O TEMPO - Não sabemos a data, mas parece que em 2013 completa ou completou 57 anos de casamento, então nos diga o que é constituir família e mantê-la unida até hoje? Spadini: “Realmente, sexta-feira, 12 de abril, eu disse ao amigo Antonio Pasqual Sartori (Antoninho), hoje sou mais feliz, com uma vida emocionalmente mais equilibrada, mais saudável, ao meu lado a minha esposa. Depois de 57 anos de casamento, completados em 16 de janeiro, pois se unimos em 1957, me significa sou ela e ela é eu. Então me sinto realizado como pessoa humana, pois entendo quando chegamos à terceira idade, todos devemos ter motivação para poder sobreviver a essa realidade que nós sabemos que é fatal, pois certo que todos nós um dia vamos morrer. Para a gente sobrevir a isto, tem que fazer como eu e minha esposa, passar o dia-a-dia emocionalmente equilibrados e vivendo harmoniosamente”. Continua o entrevistado, dizendo ter uma atividade extra-profissional, que é a leitura, sendo que quando Prefeito fundou a biblioteca na cidade de Capinzal, da qual se orgulha muito, e tem lido muito livro na mesma, a qual dispõe de um grande acervo. Em seu computador tem mais de 500 testos, que tratam do sentido da vida, da morte e de uma nova visão dos cientistas e teólogos, que é a visão cósmica. Essa visão cósmica está acima daquilo que há milhares de anos os nossos antepassados não discerniam (percebiam a diferença), hoje se nós tivermos consciência de que a morte não existe, que a mesma é uma passagem, um caminho para a evolução de nosso espírito, então vamos verificar que não temos de temer nada sobre esse assunto. E o estudo, a busca por esses caminhos, eles são tão significativos que evoluem gradativamente e quanto mais a gente se aprofunda, tanto mais sentimos a presença e a convicção da existência da vida após a morte. Fez uma explanação harmoniosa do que significa o casamento e o além da vida. Para Spadini, a única coisa que levamos dessa terra é o conhecimento, a consciência de que existe algo transcendental (experiências místicas ou sobrenaturais e, portanto, além do mundo material).
Para encerrar, suas considerações finais sobre a sua vida como capinzalense, ourense e também servindo ou centros em nível microrregional, Spadini acha que todos nós temos de servir, isto quando existe a oportunidade para tanto. Hoje vivemos um momento difícil para as pessoas, porque especialmente alguém de sua idade, pois continuou trabalhando após o período em que foi prefeito e exercia atividades importantes, haja visto a construção da sede da Câmara Municipal de Vereadores de Capinzal, sendo um trabalho que teve a felicidade de realizar com muita criatividade e originalidade. “Foi uma das primeiras sedes de Câmaras que passou a existir aqui, sendo algo que me dá muito orgulho e satisfação. Hoje estaria exercendo atividades semelhantes se não fosse a necessidade da própria condição física, que a idade predispõe um descanso mais prolongado no dia-a-dia”, informou sobre a atividade que exercia e deixou de exercer. Quanto a sede própria de trabalho é uma forma do Poder Legislativo conseguir trabalhar sem ficar atrelado (preso ou engatado) ao Poder Executivo, como um simples exemplo, se a Câmara de Vereadores estiver na Prefeitura, fica meio difícil o agir e de pensar. A independência começa em si a partir desse momento que tiver a sede própria de trabalho. “Agora os três poderes devidamente constituídos: Executivo, Legislativo e Judiciário fazem parte da democracia brasileira, porém, são 5.570 municípios no Brasil, então quisera eu, ter a consciência em verificar que as Câmaras de Vereadores executam ou realização das atividades na sua plenitude. A mim me parece pela experiência que tenho, que a maioria das pessoas, não por falta de vontade, mas por falta de capacidade intelectual não conseguem exercer de forma plena as suas atividades e consequentemente a despesa com vereadores e com uma série de encargos fazem junção aos serviços do Legislativo, todos os recursos poderiam ser carreados de uma maneira mais práticas e mais úteis para a saúde, para a educação. Levando em conta isto, deve-se aprimorar e fazer com que os legisladores tenham conhecimento para exercer as atividades com competência e na linha da produtividade, pois é visto que esses recursos poderiam ser mais bem utilizados.
THERESINHA DIDOMENICO SPADINI
A Sra. Theresinha Didomenico Spadini é natural de Santa Helena (SC), mas os seus pais a levaram para Guaporé (RS), onde se criou, depois passaram a residir em Lacerdópolis (SC), na época que tinha as Freitas no município. Seu pai na época queria que Theresinha fosse com as Freiras Franciscanas, no entanto, num período ficou e estudou com elas, diz ter aprendido muito com as mesmas. Seu pai montou uma fábrica de empalhar vassouras, em Lacerdópolis, no entanto, viveu pouco tempo, pois quando Theresinha tinha 11 anos, ele faleceu. Quando a sua mãe ficou viúva, então o Luiz Bonissoni e sua esposa por gostarem de sua mãe, a visitaram em Lacerdópolis, ocasião que lhe convidaram para trabalhar na loja de roupas e também tinha escritório na parte de cima da edificação, isto em Ouro, onde moraram. Depois Mário Brusa arrumou em Lacerdópolis, onde a mãe de Theresinha tinha duas casas, para que trabalhasse de servente no grupo escolar, sendo nesta época que encontrou o Apolônio Spadini, com o qual constitui família.
Theresinha é filha de José Didomenico e de Rosa Didomenico (sobrenome de solteira Vidimar), pois os pais dos mesmos vieram da Áustria. José e Rosa vieram do estado do Rio Grande do Sul. A data de nascimento de Theresinha é 27/07/1937, no certidão é 06 de agosto do mesmo ano. Sua formação escolar é 4º ano, pois na época tinha como sair para estudar fora, sendo muito difícil, então estudou muito com as Freiras, obtendo conhecimento que uma mulher deve ter, até costura aprendeu. “Elas eram uns amores, até era para ser freira, mas amei ficar com elas, então aprendi a bordar e bordava muito para as mesmas”.
O casal teve é pai de três filhos, sendo Greice, Júnior (que foi embora com a espiritualidade) e o Gilson.
O TEMPO - Que atividade profissional exerceu antes de ser vereadora e depois? Theresinha: Trabalhei de servente na escola, ajudei muito minha mãe, depois que conheci Apolônio, este por sua vez não me deixou mais trabalhar fora. Depois me candidatei para vereadora, tendo um mandato de seis anos, na gestão administrativa do prefeito Celso Farina, pois foi o único período em que foram aumentados dois anos de atividade. Elegi-me por quatro anos, então veio a prorrogação de mandato.
Theresinha entrou para a política, por vontade própria, pois lhe deu vontade de trabalhar fora. Então disse a Apolônio que iria se candidatar a vereadora, caso lhe aceitassem, e ele falou imagine só, você não vai se eleger. Então deve muito a Antoninho Sartori, pois ele levou na casa da mesma umas 30 pessoas, inclusive, deputado federal Odilon Sarmoria, que pediram para ela se candidatar, então aceitou porque realmente era isso mesmo que pretendia, até porque morou em Capinzal, seu marido foi Prefeito e até hoje se dá bem com muita gente. Diz ter aprendido muito com as Freiras, a ter muito amor dentro de si e amar a todos. Acha que é algo muito importante, se relacionar bem. Na condição de vereadora, Theresinha era independente, pois muitos vereadores só sabiam discutir por causa disto e por causa daquilo, até tem quem diz que não fazem quase nada certo. Isto acontece por interesse próprio ou da política. “Eu quando me elegi Vereadora, passei a ser ainda mais amiga de todos, a exemplo do Prefeito e dos demais edis, e só votava naquilo que achava ser bom para o Município, e pelo certo. Quanto aos projetos a serem votados, trocava ideias com a Apolônio, pois sempre fui muito responsável, inclusive, até hoje sei o que quero e faço, pois sou muito segura nos afazeres, até acho isso algo mais importante para uma pessoa dentro da verdade e do certo. Não devemos e nem podemos olhar para um partido e nem para outro. Quando fui vereadora, eles discutiam muito mesmo nas sessões, então fugia lá para a cozinha para tomar um cafezinho até passar tudo e depois retornava e votava, não para bajular nenhum lado, e sim, aquilo que achava o certo”, informa a entrevistada. Para Theresinha não foi muito fácil ser a primeira mulher eleita, porque os homens mesmo não aceitavam por que de uma mulher ali dentro, então uns lhe provocam, mas não estava nem aí, pois chegavam a dizer que deveria passar a vaga para o suplente, mas não aceitava, pois trabalhou para chegar. Na posição de Theresinha, acha que a mulher não pode fracassar, não deve abrir mão de nada. Ela entende e compreende que a mulher é capaz de trabalhar e deve continuar disputando a vaga com os homens igualmente, sem reservar número de vagas à mesma, isto em qualquer setor e lugar. Theresinha chegava às vezes a discutir com seus amigos, companheiros de partido, pois deixavam de votar favorável para não dar o gosto para o outro partido, mas ela votava por achar um direito. No primeiro ano de mandato, deu aquela enchente, quando foram transportado as moradias para a cidade alta, então iniciou a área de lazer, isto votado a aprovação pelos vereadores, no entanto, uns não queriam que Farina fizesse o dito passeio público. “Tem coisas que acho muito brutal dentro de uma Câmara de Vereadores, por colocarem o partido na frente do interesse das pessoas e do município”, fez essa ponderação a respeito de ser situação e oposição ao Governo Municipal.
O TEMPO - O que representou na época e agora sendo a primeira mulher eleita vereadora em Capinzal? Theresinha: Cada vez que ia à Câmara Municipal levava requerimento, pois me respeitavam muito, pois até levavam flores no dia 08 de março, data dedicada a Mulher, inclusive usava da palavra na Tribuna Popular, pois ama falar e de participar. Quanto à prorrogação de mandato, de quatro para seis anos, acha que tudo que vem para a gente, é porque estava escrito nas estrelas, pois se recorda que o primeiro presidente do Legislativo no mencionado mandato foi Alaor Pereira Gramázio de Lima (Sabará), depois Leonildo Bortoli (Canhoto) e no final Brenno José Toaldo. Apesar de ser da considerada oposição ao governo Municipal, disse que Farina como Prefeito foi muito bem, pois inúmeras vezes lhe telefonou para que fosse à Prefeitura, quanto ao votar, também explicava como era os projetos, sendo um homem muito bacana, legal, correto e amigo da família.
Theresinha não chegou a ir à reeleição como Vereadora, parou por se decepcionar, pois enfrentar toda aquela barra de novo, então desistiu. Ela destaca em termos de representante do povo, quando foi vereadora a paz em primeiro lugar, no sentido de fazer uma harmonia dentro da Câmara, pois quando ela falava, o Sr. Edgar Lancini chegava anotar certas coisas que dizia. Desejava a formação da paz e ao votar os projetos mandados para a Câmara, o fazia para o bem do Município e das pessoas. Gostou de ficarem os seis anos, se precisaria voltaria ficar de novo para prover isso que conseguiu um pouquinho lá. Promover a paz.
O TEMPO - O que tem a dizer das conquistas das mulheres ao longo do tempo, pois quando vereadora surpreendeu em ser eleita, por se tratar de mulher? Theresinha: Só não se elege quem não se libera, pois devemos ter opinião própria, pois precisamos ser a gente mesmo, fazendo prevalecer à sinceridade, ainda transmitir credibilidade e confiança. Algo que leva mulheres e homens a ter êxito, pois é assim que vejo as coisas e é assim que eu sou. A mulher deve deixar a vaidade de lado e ser humilde, pois não é o vestir nem o falar que leva a gente ser gente: é a sinceridade e amar a todos.
Therisinha é feita de bondade e Spadini é um intelectual. Casal que prestou serviços aos capinzalenses, ourenses, ipirenses e piratubenses, inclusive, continua dando sugestões quando procurados para tanto. .
Rubens Leal (Binho), João Silva de Andrade, Leonildo Bortoli, Brenno José Toaldo, Celso Farina, Theresinha Spadini, Alaor Pereira Gramázio de Lima, Alduir da Silva (Binde) e Leonir Boaretto.
Em pé da esquerda p/ a direita: Márcio Rodrigues (Pimba), Vitor Almeida, Pedro Antônio Toaldo, Apolônio Spadini, Aquiles D’Agnolluzzo, sentado Leonildo Bortoli (Canhoto), no detalhe, sentado ao lado de Pimba: Edgar Lancini. Foto: posse de Spadini.
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