MINHAS MEMÓRIAS DO MATER DOLORUM! Professor Me. Ciro José Toaldo

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- Foto legenda: Romilda (minha mãe) discursando na formatura de seu colegial.
Foto legenda: Romilda (minha mãe) discursando na formatura de seu colegial.
Em cada 15 de setembro minha mente reporta-se ao bom tempo de infância, adolescência, juventude e inicio de vida profissional, tendo como centro o garboso e majestoso Colégio Mater Dolorum de Capinzal (SC). A data refere-se à fundação do Colégio, no ano de 1949, dia de Nossa Senhora das Dores, quando as Irmãs Servas de Maria Reparadora, começam sua trajetória, tanto no Colégio, como no Hospital Nossa Senhora das Dores.
Nossa família faz parte da história deste educandário, a foto acima atesta essa dimensão em relação a minha mãe Romilda que estudou e deixou seu legado nele. Quanto a este que vos escreve desde o Jardim da Infância ao Ginásio, tracei nele meu itinerário estudantil, do qual ainda lembro-me da bela gruta de Nossa Senhora, sua cachoeira e seus peixes coloridos; tendo vastos pátios, quadra e, algo fantástico: a meiguice das religiosas, como Gezualda, Roberta, Dolores, Maria José e Benícia, sempre tratando todos com ternura e atenção.
Quantas brincadeiras, diversão e joelhos ‘ralados’, apenas doíam quando em casa, era preciso encarrar os olhares ou o ‘ardido’ chinelo da mãe. Assim, entre afeto e correção recebemos a boa educação que formou nosso caráter e personalidade. Não deixarei de mencionar o nome de algumas professoras, como Alias, Mafalda, Christiane, Bidi e Eloí que sempre as tenho na lembrança!
A Rua Carmelo Zocolli, na qual residíamos, sem a cobertura asfáltica era o caminho para a escola, por onde todos os dias, com alegria, andávamos por cerca de mil metros (estes eram insignificantes), pois entre peraltices e brincadeiras, rapidamente chegávamos no lugar que encontraríamos afeto, dedicação e muita paciência.
Entre as várias passagens, não me esqueço de uma: quando estava aprendendo a ler, o sarampo tomou conta de meu corpo e, o isolamento foi inevitável. Entretanto, a professora Alias, foi até nossa casa e me presenteou com um livro infantil, cujo nome era ‘O Peixinho Valente’, este ajudou a despertar o gosto pela leitura!
Ao iniciar o ginásio, outro momento, mas de grande tristeza e desolação. Logo pela manhã, ao chegar ao portão do Colégio, estava fechado, com os dizeres: ‘estamos de luto’! Infelizmente, tratava-se da trágica morte da querida professora Bidi. Dia triste! Somente depois de muito tempo fui compreender o motivo da morte da professora!
Quinze de setembro, aniversário do Colégio. Em determinada época, minha mãe fez parte da associação para manter sua manutenção, e havia algo tradicional: no salão paroquial era servido um saboroso estrogonofe, do qual até hoje guardo o seu sabor!
O tempo passou, deixei Capinzal e fui para o seminário. Quando retornei, nos idos anos de 1985, o Governo do Estado de Santa Catarina adquiriu o prédio, quando passou a ser chamado de Colégio Estadual Mater Dolorum. E, nos tramites das incursões da existência, fui contratado como professor temporário. Sabe qual? Neste Colégio em que fui professor de minhas irmãs!
Um educandário que precisa ser preservado! Seu prédio deve ser tombado como patrimônio histórico, afinal seus setenta e quatro anos de existência guarda inúmeras história que merecem serem divulgadas para a posteridade.
Essa é mais uma de minhas memórias! Deste que não esconde suas autenticas raízes!
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