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GESTÃO AMBIENTAL – PROFISSÃO E CIÊNCIA APLICADA

Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos Jornalista (MT/SC 4155)

Inicialmente, a Gestão Ambiental se consolidou, nas derradeiras décadas, como uma das mais relevantes áreas de atuação profissional e científica frente aos reptos impostos pela crise ecológica global. Com a intensificação das mudanças climáticas, o colapso da biodiversidade, a escassez de recursos naturais e os impactos negativos das atividades humanas sobre os ecossistemas, torna-se cada vez mais urgente a atuação de profissionais capazes de propor, implementar e avaliar estratégias que promovam o desenvolvimento sustentável.

Destarte, a Gestão Ambiental, neste contexto, desponta não apenas como uma profissão, mas como um campo de aplicação científica voltado à resolução prática de problemas socioambientais.

Caracterizada por seu caráter multidisciplinar, a Gestão Ambiental integra saberes das ciências naturais, sociais e tecnológicas. Administração, Biologia, Economia, Geografia, Sociologia e outras disciplinas contribuem com diferentes abordagens e métodos para compreender a complexidade da interação entre organizações e ecossistemas.

Essa integração de conhecimentos permite ao gestor ambiental operar em diversas frentes, desde o planejamento territorial e licenciamento ambiental até a auditoria de sistemas de gestão e o monitoramento de impactos ambientais em projetos públicos e privados.

No entanto, do ponto de vista profissional, o gestor ambiental milita na mediação entre interesses econômicos, sociais e ecológicos. Sua função ultrapassa a simples fiscalização do cumprimento da legislação ambiental; ele é um agente estratégico nas empresas, governos e organizações da sociedade civil, contribuindo para a formulação de políticas públicas, gestão de resíduos, uso racional dos recursos hídricos, energias renováveis, compensações ambientais e outras ações que visam reduzir a pegada ecológica das atividades humanas.

 A capacidade de diálogo entre diferentes setores e a habilidade de propor soluções viáveis técnica e economicamente são marcas essenciais desse profissional.

Por conseguinte a base científica da Gestão Ambiental se ancora na ecologia aplicada, na análise de risco ambiental, nos estudos de impacto e nos instrumentos de planejamento ambiental estratégico. A ciência, nesse campo, não se limita à produção de conhecimento teórico, mas se orienta à aplicabilidade prática. Isso significa que o gestor ambiental utiliza métodos científicos para diagnosticar problemas, coletar e interpretar dados, modelar cenários futuros e tomar decisões baseadas em evidências.

Técnicas como o geoprocessamento, a avaliação do ciclo de vida (ACV), os indicadores de sustentabilidade e os sistemas de gestão ambiental ISO 14001 são exemplos de como a ciência é aplicada diretamente na prática profissional.

De outro vértice, no contexto brasileiro, a regulamentação da profissão de gestor ambiental avança gradualmente. Diversas universidades oferecem cursos de graduação e pós-graduação na área, refletindo o crescente reconhecimento da importância desse campo. No entanto, ainda há desafios quanto à delimitação do escopo de atuação, valorização profissional e articulação entre o conhecimento técnico e as demandas sociais.

Destarte, a “performance” eficaz do gestor ambiental exige não apenas formação sólida, mas também compromisso com a justiça socioambiental e com a preservação da vida em todas as suas formas.

Outro aspecto relevante ja inserção da gestão ambiental nas políticas públicas. A governança ambiental exige a participação ativa de gestores qualificados na formulação de planos diretores, zoneamento ecológico-econômico, políticas de saneamento básico, gestão de bacias hidrográficas e estratégias de adaptação às mudanças climáticas.

Tal “performance” se sintoniza com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Agenda 2030 da ONU, especialmente aqueles relacionados ao meio ambiente, como os ODS 6 (água potável e saneamento), 13 (ação contra a mudança global do clima), 14 (vida na água) e 15 (vida terrestre).

Em epítome, a Gestão Ambiental ocupa posição estratégica na transição para modelos de desenvolvimento mais sustentáveis e resilientes. Como profissão, ela demanda competências técnicas, visão sistêmica e sensibilidade social. Como ciência aplicada, requer constante atualização, rigor metodológico e capacidade de inovar.

Por final, em um mundo cada vez mais interconectado e vulnerável, o papel do gestor ambiental é fundamental para garantir o equilíbrio entre progresso e preservação, entre o crescimento econômico e a conservação dos recursos naturais, entre as necessidades das gerações presentes e os direitos das gerações futuras.


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