DEPUTADO MARCOS DA ROSA ENTREGA EMENDA PARLAMENTAR PARA MELHORIAS NO CENTRO DE EVENTOS DE PIRATUBA |
Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos Jornalista (MT/SC 4155)
Primeiramente, Francisco Cuoco figura entres nomes que, quando mencionados, evocam imediatamente uma presença sólida na história da teledramaturgia brasileira. Com sua voz grave, olhar penetrante e um carisma inconfundível, Cuoco tornou-se sinônimo de galã e, ao mesmo tempo, de versatilidade.
Mais do que um astro das novelas, ele é um ator popular no sentido mais pleno do termo — alguém que atravessa décadas dialogando com o grande público e construindo personagens que se imprimem na memória coletiva.
Nascido no Rio de Janeiro, em 29 de novembro de 1933, Francisco Cuoco iniciou sua trajetória artística em um momento de efervescência cultural no Brasil. Nos anos 1960, época de transição e experimentação, ele deu seus primeiros passos na televisão, conquistando rapidamente espaço graças à sua presença cênica e à capacidade de transitar entre o drama e o romance com naturalidade. Seu primeiro grande sucesso viria com a telenovela Redenção, da TV Excelsior, em 1966, mas foi nos anos 1970, na Rede Globo, que ele se consolidaria como um dos maiores nomes da televisão brasileira.
No entanto, foi em O Astro (1977), de Janete Clair, que Cuoco viveu um de seus papéis mais icônicos: Herculano Quintanilha, o vidente charmoso e misterioso que mistura truques e intuição para ascender socialmente. O personagem caiu no gosto popular e consolidou a imagem do ator como um galã inteligente, sofisticado, envolto em um ar de mistério.
A telenovela se configurou fenômeno de audiência e a repercussão foi tamanha que, décadas depois, foi produzida uma nova versão da trama, com Cuoco participando como o mentor do novo protagonista — uma homenagem à sua marca indelével.
Destarte, ao longo das décadas de 1980 e 1990, Francisco Cuoco se reinventou diversas vezes, assumindo personagens complexos, muitas vezes antagônicos à imagem de conquistador que o consagrou. Em Pecado Capital (1975) e O Rebu (1974), viveu personagens densos, revelando um intérprete capaz de lidar com nuances morais e conflitos internos com grande profundidade. A televisão brasileira, então em sua era de ouro, encontrou em Cuoco um pilar, um rosto familiar que dava credibilidade e elegância às tramas.
Isso posto, não foi apenas no drama que ele brilhou. Francisco Cuoco também mostrou seu talento para a comédia e o humor refinado. Em Paraíso Tropical (2007), já com mais de 70 anos, ele encantou o público ao interpretar um executivo sofisticado e cheio de charme. Em participações pontuais em séries e telenovelas mais recentes, como Celebridade (2003) ou Sol Nascente (2016), Cuoco demonstrou estar sempre atento às mudanças de linguagem, ajustando seu estilo aos tempos, mas sem jamais perder a essência do ator clássico que representa.
Outtrossim, Francisco Cuoco efetuou incursões no cinema e no teatro, embora tenha sido na televisão que construiu sua carreira mais sólida. No proscênio, trabalhou com grandes nomes da cena nacional e deixou claro seu apreço pela arte dramática em sua forma mais tradicional. Já no cinema, embora menos frequente, sua presença foi sempre marcante, como em Bar Esperança (1983) e A Dama do Lotação (1978), este último baseado em conto de Nelson Rodrigues, de quem Cuoco foi grande intérprete.
Todavia, a longevidade de sua carreira e a afeição do público não são acidentais. Francisco Cuoco é, sobretudo, um profissional disciplinado, apaixonado pelo ofício de interpretar. Sua voz pausada, sua dicção cuidadosa e sua expressividade contida são marcas de uma escola de atuação que valoriza o texto e o subtexto, o gesto e o silêncio.
Por conseguinte, ao longo dos anos, tornou-se uma espécie de símbolo da elegância artística — alguém que, mesmo fora dos holofotes, permanece como referência e inspiração para novas gerações de atores.
Até o passamento, Francisco Cuoco seguiu ativo, fazendo participações especiais e recebendo homenagens. Em tempos em que a memória cultural muitas vezes se perde na velocidade do presente, a figura de Cuoco é um lembrete da importância dos pilares da dramaturgia nacional. Ele representa uma era em que o ator era visto como um intérprete do espírito popular, alguém que traduzia o Brasil em suas muitas faces, conflitos e paixões.
Em epítome, mais do que galã, mais do que ícone, Francisco Cuoco é um patrimônio artístico do Brasil.
Por final, hm ator popular no sentido mais nobre — aquele que sabe escutar o seu tempo e, ao mesmo tempo, resistir a ele com dignidade, talento e generosidade.
O TEMPO jornal de fato desde 1989:
https://chat.whatsapp.com/IvRRsFveZDiH1BQ948VMV2
https://www.facebook.com/otempojornaldefato?mibextid=ZbWKwL
https://www.instagram.com/invites/contact/?igsh=4t75lswzyr1l&utm_content=6mbjwys
https://youtube.com/@otempojornaldefato?si=JNKTM-SRIqBPMg8w
Deixe seu comentário