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Religião e economia: os paradigmas morais da sociedade ocidental

Prof. Evandro Ricardo Guindani Universidade Federal do Pampa - Unipampa

Vivemos em uma sociedade ocidental, que historicamente foi pautada por valores morais cristãos e capitalistas. Os paradigmas morais servem para construir matrizes de percepção do mundo, da vida e até mesmo do pós-morte. A Bíblia serve para explicar a vida neste mundo e num suposto mundo espiritual, que na interpretação de teólogos católicos e cristãos, está dividido entre céu e inferno.

Esses paradigmas morais ancorados na religião e num modelo econômico servem para legitimar visões de mundo, atitudes, leis e costumes. Quem adentra nessa sociedade onde vigoram esses paradigmas, tem duas opções, ou se adapta a eles, e os segue fielmente ou sofrerá duras sanções. As sanções podem se dar de diferentes formas, desde julgamentos e piadinhas sobre quem pensa e age diferente e até mesmo com leis e ações por parte do Estado.

Aos poucos em alguns artigos, vou detalhando com exemplos como esses paradigmas morais se manifestam na sociedade. O modelo econômico do capitalismo por exemplo, está centrado na relação entre trabalho e riqueza, ou seja, numa lógica fantasiosa pautada na concepção de que: “quem trabalha fica rico, e o pobre é um vagabundo”. E paralelo ao modelo econômico vem a religião que tenta contribuir nessa lógica absurda, usando de textos bíblicos, tais como:

“Quem planeja e trabalha com dedicação ficará rico; quem quer ficar rico da noite para o dia acaba perdendo o pouco que tem.” (BÍBLIA, Provérbios, 21:5). “Disse-lhes Jesus: ´Meu Pai continua trabalhando até hoje, e eu também estou trabalhando´” (BÍBLIA, Jo, 5:17). “Todo trabalho árduo traz proveito.” (BÍBLIA, Provérbios 14:23). “O lavrador que trabalha arduamente deve ser o primeiro a participar dos frutos da colheita.”
(BÍBLIA, 2 Timóteo 2:6)

Que valores morais essas passagens bíblicas buscam transmitir? A riqueza abençoada é aquela proveniente do trabalho honesto. Hà uma associação entre moral, trabalho e prosperidade/riqueza, também um discurso de legitimação divina da prosperidade e fartura (acúmulo) provenientes do trabalho. A concentração de renda como algo positivo, proveniente da bênção divina.Paralelo a isso, essas passagens bíblicas promovem uma despolitização do problema da concentração de renda.

E o que é pior? Quando as pessoas acreditam que todas essas passagens foram escritas de forma inspirada por Deus. E assim, na medida em que as pessoas frequentam igrejas que proliferam esses discursos de forma fundamentalista e literal, ocorre o processo de lavagem cerebral. Será que a escola e universidade conseguirá combater esse processo de construção de paradigmas morais fundamentalistas?


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