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A Bíblia pode ser perigosa!

Prof. Evandro Ricardo Guindani Universidade Federal do Pampa - Unipampa

“Prefeito sanciona lei que autoriza uso da Bíblia Sagrada como material paradidático nas escolas de Salvador”, é o título de uma notícia publicada no Portal G1, no último dia 13 de novembro. “Lei libera leitura da Bíblia nas escolas de Joinville e reacende debate sobre fé e educação”, título de matéria publicada no Portal nd+ no último dia 09 de dezembro.

Isso cheira um ato incostitucional contra o Art.19 da Constituição, no que se refere ao Estado laico. O fundamentalismo religioso é algo perigoso para uma sociedade. Se levarmos apenas um livro sagrado para a escola, significa para os alunos, que existe apenas uma verdade sagrada. Por que então não levar o Alcorão, a Torá, os Vedas, e as divindades das religiões de matriz africana também? A institucionalização de uma lei que defende o uso de um símbolo de uma determinada religião em um espaço público fere o princípio da diversidade religiosa e cultural.

Importante salientar que para muitos líderes religiosos fundamentalistas, o texto Bíblico pode ser usado para legitimar a violência contra as pessoas. “Igreja na Bahia defende publicamente o assassinato de gays”, é o título de matéria publicada no portal Gazetaweb.com no dia 21/7/2016, onde relata que uma placa exposta na fachada da instituição diz que, "se um homem tiver relações com outro homem, os dois deverão ser mortos por causa desse ato nojento". No Portal G1, matéria sobre o mesmo assunto publicada em 29/7/2016, relata que o pastor da referida igreja, defendeu que a frase citada está descrita na Bíblia, no livro de Levítico, em Tradução na Linguagem de Hoje, editada pela Sociedade Bíblica do Brasil. O pastor acrescentou que Deus não vai mudar as suas leis e que a sociedade é que deve adaptar-se ao que diz a Bíblia.

A matéria intitulada: “Pastor André Valadão diz que evangélicos deveriam matar LGBTs”, publicada no dia 03/7/2023 no Portal Carta Capital, destaca que o pastor transmitiu um culto ao vivo em que fez novos ataques à população LGBT+. Durante a transmissão intitulada “teoria da conspiração” feita pela Igreja da Lagoinha, em Orlando, nos Estados Unidos, o pastor insinuou que evangélicos deveriam matar a população LGBT+.

Esses e outros fatos destacam o perigo da Bíblia ser usada como uma lei e não apenas como um livro reflexivo sobre a vida. Sim, muitos textos bíblicos possuem mensagens interessantes que servem para muitas reflexões, mas quando usado dentro de um determinado viés teológico, pode ser perigoso.

Certo dia ouvi uma aluna relatar que sua professora de ensino religioso disse que Jesus era a principal divindade do mundo. Um absurdo isso! Um desrespeito, sendo que apenas 28% da população mundial é cristã, e os outros 72% estão orando para divindades menores? E os judeus, muçulmanos, hinduístas, budistas, umbandistas, etc....

Devemos lutar contra essas iniciativas que podem parecer algo maravilhoso, quando na verdade é perigoso!


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