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Experiência religiosa e religião Professor Evandro R Guindani Filósofo, Mestre em Ciências da Religião e Doutor em Educação

Experiência religiosa, segundo alguns estudiosos da religião, é uma experiência interior e individual que busca um sentido e significado para a realidade, para a vida e para os acontecimentos que a pessoa vivencia.
A experiência religiosa é uma experiência que busca fazer uma conexão entre a realidade vivida e uma realidade não visível, transcendente, além do concreto e das coisas visíveis. A experiência religiosa é uma vivência emocional, profunda, que leva o indivíduo a construir um conhecimento que pode ser apenas compreendido por ele e geralmente não pode ser explicado em palavras. Por exemplo, muitas pessoas afirmam que ao participar de um culto ou ritual religioso sentem algo muito bom, profundo, uma paz e uma sensação maravilhosa que não conseguem expressar. As pessoas buscam fazer a experiência religiosa principalmente quando precisam de uma explicação maior e mais profunda para algum acontecimento ou um sentido para a vida.
Muitas pessoas buscam religiões e igrejas para suportar alguma dor, para pedir algo de muita importância. E muitas vezes conseguem essa explicação e esse sentido dentro de alguma instituição religiosa, ou trocam, até encontrar alguma que atenda essa sua busca.
Existem diferentes formas e tipos de experiência religiosa, muitas vezes mais superficial e outras vezes mais profundas. Tudo depende de cada pessoa que a busca e onde busca. E é aqui que se torna muito importante diferenciar a experiência religiosa das religiões e igrejas. Nem sempre a religião ou a igreja contribui para o indivíduo fazer uma experiência religiosa mais profunda ou de compreensão do sentido da vida. As instituições as vezes contribuem para limitar a experiência religiosa, “sequestram” a capacidade reflexiva das pessoas, oferecem respostas prontas, superficiais e impedem que a pessoa mergulhe numa dimensão mais profunda.
Muitos líderes religiosos fazem pregações no campo da moral, dos dogmas por meio de interpretações distorcidas e descontextualizadas de textos sagrados como a Bíblia. Formam pessoas fundamentalistas, fanáticas, preconceituosas. Tornam as pessoas mais fechadas e egoístas do que solidárias e compreensivas. Muitas religiões e igrejas reduzem a riqueza e profundidade de uma experiência religiosa a uma crença em “verdades” fabricadas e construídas pelas suas instituições.
O teólogo Leonardo Boff afirmou em uma de suas palestras que participei que existem dois tipos de experiência religiosa, uma verdadeira e uma falsa. A experiência verdadeira é aquela que aproxima o indivíduo do outro, principalmente do diferente, de outro credo, cultura e valores. A experiência falsa afasta o indivíduo do outro, o fecha dentro de sua igreja e religião.
Por isso, uma igreja ou religião pode fazer bem ou mal ao indivíduo, pode contribuir ou não para seu crescimento e evolução humana.
Professor Evandro R Guindani
Filósofo, Mestre em Ciências da Religião e Doutor em Educação
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