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LOGÍSTICA - PEÇA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos Jornalista (MT/SC 4155)

Em primeiro lugar, no mundo globalizado e interconectado em que se vive, a logística deixou de ser apenas um setor operacional vinculado ao transporte de mercadorias para assumir um papel estratégico no desenvolvimento econômico dos países. A eficiência com que bens, serviços, informações e pessoas são movimentados influencia diretamente a competitividade das empresas, o crescimento das cidades e regiões e a qualidade de vida da população.

Destarte, compreender a logística como peça fundamental do desenvolvimento econômico é reconhecer sua capacidade de integrar mercados, reduzir desigualdades regionais e impulsionar a inovação.

Por cosneguinte, a logística, em seu conceito mais amplo, envolve o planejamento, a implementação e o controle do fluxo eficiente de materiais, produtos acabados e informações, desde o ponto de origem até o ponto de consumo. Isso inclui transporte, armazenagem, gestão de estoques, processamento de pedidos, embalagem e distribuição.

Esses elementos são determinantes para que os produtos cheguem aos consumidores no tempo certo, com o custo adequado e na qualidade esperada. Em um cenário de alta competitividade e demanda por agilidade, a logística assume uma função estratégica tanto para empresas quanto para governos.

De outro vértice, historicamente, o desenvolvimento econômico esteve sempre associado à capacidade de movimentar mercadorias e conectar centros produtivos a mercados consumidores. O crescimento de grandes civilizações, como as do Egito Antigo, da Roma Antiga e da China Imperial, esteve ligado ao domínio de rotas comerciais e sistemas de transporte.

 No mundo contemporâneo, essa lógica permanece, mas em uma escala muito mais complexa. A globalização impôs novos desafios, como cadeias de suprimentos internacionalizadas, just-in-time e logística reversa, ao mesmo tempo que ampliou as oportunidades para países que souberam investir em infraestrutura logística.

Entretanto, no Brasil, os gargalos logísticos têm sido um entrave histórico ao crescimento sustentável. A matriz de transporte ainda é fortemente dependente do modal rodoviário, responsável por cerca de 65% da movimentação de cargas, o que encarece os custos e aumenta a vulnerabilidade a interrupções. A precariedade das rodovias, a falta de integração entre modais e a deficiência de portos e ferrovias dificultam o escoamento da produção, principalmente da agroindústria e do setor extrativo, setores fundamentais para a economia brasileira. 

Por conseguinte, investir em logística não implica apenas melhorar o transporte de cargas, mas reconfigurar as bases da competitividade nacional. Isso passa por desenvolver infraestruturas modernas, multimodais e sustentáveis; adotar tecnologias que aumentem a rastreabilidade e a previsibilidade das operações; e qualificar a mão de obra para atuar em cadeias logísticas cada vez mais complexas.

Outro ponto crucial é a logística urbana, especialmente nos grandes centros metropolitanos, onde o crescimento desordenado e a saturação do sistema viário afetam não apenas o transporte de mercadorias, mas a mobilidade da população como um todo. A chamada “última milha”, ou seja, o trecho final da entrega ao consumidor, tornou-se um dos maiores desafios logísticos, especialmente com a explosão do comércio eletrônico. As soluções passam por centros de distribuição urbanos, veículos elétricos, sistemas inteligentes de gestão do tráfego e políticas públicas integradas entre transporte de carga e transporte público.

Ademais da infraestrutura física, a transformação digital também está redefinindo o papel da logística no desenvolvimento econômico. Tecnologias como Internet das Coisas (IoT), Big Data, inteligência artificial e blockchain estão revolucionando a forma como as cadeias logísticas são planejadas e operadas. Com essas ferramentas, é possível prever demandas com maior precisão, reduzir desperdícios, otimizar rotas e aumentar a transparência nas transações.

 Essa revolução digital, conhecida como Logística 4.0, fortalece a competitividade das empresas e gera ganhos de produtividade em escala nacional.

Todavia, não se pode ignorar, ainda, o papel da logística na sustentabilidade. Um sistema logístico eficiente reduz o consumo de combustíveis fósseis, minimiza emissões de gases de efeito estufa, e diminui o desperdício de recursos naturais.

A transição para modais menos poluentes, como o ferroviário e o hidroviário, bem como incentivo ao transporte de cargas por veículos elétricos e o uso de embalagens recicláveis, fazem parte de uma agenda logística sustentável, alinhada aos compromissos ambientais internacionais e à responsabilidade socioeconômica das nações.

Via de consequência, a logística não é um fim em si mesma, mas um meio pelo qual o desenvolvimento econômico se concretiza. Ela conecta produtores a consumidores, empresas a mercados, regiões ao mundo. Em países em desenvolvimento, como o Brasil, sua importância é ainda mais crítica, pois representa a ponte entre o potencial produtivo e a realidade de mercado.

Um sistema logístico eficaz reduz desigualdades regionais, atrai investimentos, gera empregos e melhora a competitividade da indústria nacional.

Em epítome, a logística deve ser vista como uma peça-chave no tabuleiro do crescimento econômico sustentável. Políticas públicas eficazes, investimentos privados, inovações tecnológicas e planejamento integrado são elementos indispensáveis para que essa engrenagem funcione com fluidez e eficiência. À medida que os desafios globais se tornam mais complexos – como as mudanças climáticas, as crises geopolíticas e as transformações no consumo – será cada vez mais necessário repensar o papel da logística como eixo estruturante do desenvolvimento.

Por final, não há progresso sem movimento, e é a logística que move o mundo.

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