Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos Jornalista (MT/SC 4155)

Em primeiro lugar, a Dia do Farmacêutico, comemorado em 20 de janeiro, é convida à reflexão sobre o papel fundamental que esse profissional exerce na sociedade. Muito além do balcão da farmácia, o farmacêutico é um agente essencial da saúde pública, comprometido com a promoção do bem-estar, a orientação sobre o uso racional de medicamentos e o acompanhamento terapêutico de pacientes. Sua atuação se estende por diversos campos: desde a produção e controle de qualidade de medicamentos até a pesquisa científica, passando pela vigilância sanitária, análises clínicas, indústria cosmética e alimentos. É uma profissão marcada pela versatilidade, pelo rigor técnico e, sobretudo, pelo compromisso ético com a vida.

Destarte, ao longo dos anos, a imagem do farmacêutico evoluiu. Se antes era visto apenas como um dispensador de receitas, hoje é reconhecido como um profissional clínico, integrante indispensável das equipes de saúde. Essa mudança é fruto de décadas de lutas por valorização profissional, regulamentação da atividade e expansão do campo de atuação. As universidades também desempenharam um papel crucial nesse processo, adequando seus currículos às exigências contemporâneas, priorizando uma formação ampla, humanizada e voltada às necessidades da população.

De ouro vértice, durante a pandemia de COVID-19, essa relevância ficou ainda mais evidente. Farmacêuticos estiveram na linha de frente, seja na produção de medicamentos, nos laboratórios de análises, no desenvolvimento de vacinas ou no atendimento direto à população. Em muitos casos, foram os profissionais de saúde mais acessíveis aos cidadãos, prestando informações confiáveis em meio a um cenário de desinformação. Esse protagonismo fortaleceu a imagem do farmacêutico como um profissional preparado, resiliente e essencial em tempos de crise sanitária.

Outro aspecto importante a se colimar consiste no avanço das práticas clínicas farmacêuticas. A atenção farmacêutica personalizada, a realização de consultas clínicas, a aferição de parâmetros fisiológicos e a prescrição de medicamentos isentos de prescrição médica são exemplos de ações que vêm ganhando força no Brasil. Esse novo paradigma valoriza o diálogo com o paciente, promove a adesão ao tratamento e contribui para a diminuição dos riscos relacionados ao uso inadequado de medicamentos. A farmácia, assim, deixa de ser apenas um ponto de venda para se consolidar como um espaço de cuidado.

Outrossim, a responsabilidade do farmacêutico se estende ao campo regulatório. Na vigilância sanitária, esses profissionais atuam na fiscalização de estabelecimentos de saúde, no controle de qualidade de produtos e no monitoramento de riscos sanitários. Sua atuação técnica e científica garante que a população tenha acesso a produtos seguros e eficazes. Já na indústria farmacêutica, estão presentes em todas as etapas do desenvolvimento e produção de medicamentos, assegurando padrões de qualidade e conformidade com a legislação vigente.

Neste contexto, o Dia do Farmacêutico deve ser celebrado não apenas como uma homenagem, mas como um momento de reconhecimento e conscientização. Reconhecimento da importância desse profissional no cotidiano da sociedade e conscientização sobre os desafios que ainda precisam ser superados: melhores condições de trabalho, valorização salarial, fortalecimento da presença nas políticas públicas de saúde e maior investimento em pesquisa e inovação.

Em epítome, celebrar o farmacêutico é valorizar a ciência, a ética e o cuidado. É reconhecer que, por trás de cada comprimido, pomada, vacina ou laudo laboratorial, existe um profissional que dedicou anos à formação técnica e ao aprimoramento contínuo.

Por final, o farmacêutico é, antes de tudo, um cuidador; e seu dia é uma oportunidade de reafirmar o compromisso com uma saúde mais acessível, segura e humana para todos.

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