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O Futebol nos Velhos Tempos Antonio Carlos “Bolinha” Pereira, atleticano desde criancinha

VOLTANDO NO TEMPO

O futebol é o esporte favorito do povo brasileiro e a região Oeste sempre esteve bem representada. Muitos anos antes da Associação Chapecoense de Futebol conquistar o título estadual, um time de Videira alcançou essa posição. Em 16 de abril de 1967, jogando em Joaçaba diante do Comercial, a Perdigão entrou para a história ao conquistar o Campeonato Catarinense de Futebol 1966, pois aquela foi a primeira conquista estadual de um clube oestino. O Comercial só não ficou campeão porque a Perdigão S. A. montara uma verdadeira seleção, que levantou um campeonato bastante incomum, decidido por dois representantes aqui da região. A Sociedade Esportiva e Recreativa Perdigão, fundada em 1965, conquistou o Estadual no ano seguinte, disputou a Taça Brasil em 1967, mas encerrou atividades em 1969. A antiga Rio Capinzal (atual Capinzal SC), sempre foi ligada ao futebol. Em 1927 o Tabajara Esporte Clube contava com Paulo Zoccoli, Manuel Trancoso, Antero Petry, os irmãos Teixeira e o goleiro Ernesto Calliari. Em 1929 o Clube Esportivo e Recreativo Estrela do Sul escalava Agenor e Clovis Trancoso, Raul Miranda, Olavo Meyer, Carmine Zoccoli, no gol Ítalo Briane. A LEOC, Liga Esportiva Oeste Catarinense, foi criada em Joaçaba a 22 de agosto de 1949 e tem o Arabutã Futebol Clube como um dos seus fundadores. Constituído em 11 de novembro de 1944, campeão estadual amador em 1994, o Arabutã é mais antigo que o município de Capinzal, que só seria instalado oficialmente em 17 de fevereiro de 1949. A Associação Esportiva Vasco da Gama já tem sete décadas de existência, desde 09 de fevereiro de 1955. Em uma sala de propriedade do Sr. Santo Calza, na rua XV de Novembro, reuniram-se alguns desportistas para formar uma associação esportiva. Estavam presentes, entre outros, Paulo Macarini, Edgar Lancini, Valmir Sartori, Adelino Bevilaqua, Vaterli Trancoso, Luiz Viccari e Luiz Bareta, que foi eleito o primeiro presidente. Na primeira partida do Vasco, em 24 de abril de 1955, o estreante venceu por 3 a 2 o Torino de Tangará, que disputava o campeonato catarinense de futebol. Primeira equipe amadora de futebol de Santa Catarina a excursionar e jogar no exterior, em janeiro de 1965 a Associação Esportiva Vasco da Gama participou de um quadrangular internacional no Paraguai, ficando em segundo lugar entre os participantes. O Vasco teve a sua melhor fase nos anos 1960 e 70, mas também conquistou títulos na década de 80, quando se sagrou campeão da Liga Esportiva do Oeste Catarinense, a LEOC de Joaçaba. Em pé, da esquerda para a direita, o cruzmaltino campeão: Sabará (presidente), Rogério, Paulo, Koquiara, Tonico, Ico, Arnaldo, Larri e Binde (técnico); agachados: Eloi, Pedroca, Aldo, Chico, Almir, Adonis, Célio, Enio e Casagrande, mascote Luiz Mauricio. O Atlético e o Comercial, de Joaçaba, tiveram participações importantes no campeonato catarinense de futebol nas décadas de 1950 e 60. Torcedores de toda a região acompanhavam o tricolor do Vale do Rio do Peixe, Cruzeiro Atlético Clube, e o colorado, Grêmio Esportivo Comercial, que representavam o município no Campeonato Estadual. O Esporte Clube Hervalense, de Herval d’Oeste, também deixou sua marca, embora com menor participação. Mesmo amadores, mantinham uma forte estrutura, inclusive com futebol feminino, uma novidade e ousadia para a época. O Atlético conquistou 11 dos 17 campeonatos promovidos pela LEOC, oito deles de maneira consecutiva, entre 1950 e 1957, período em que era considerado o terceiro melhor da região. Entre seus presidentes alguns notáveis da época, como o prefeito Oscar Rodrigues da Nova (que emprestava seu nome ao Estádio Municipal demolido), o deputado estadual Nelson Pedrini, Gérson Sauer, Eurídio Cunha, Martin Herminio Quintilhan, Faustino Baretta e Raul Anastácio Pereira, considerado o torcedor número um do glorioso Tricolor do Vale do Rio do Peixe e proprietário do Bar e Café Itajaí, o Bar do Atlético. Nosso tradicional adversário era o Grêmio Esportivo Comercial, fundado em 1946 e que teve entre seus presidentes o prefeito de Herval d’Oeste Alcides Saraiva, o deputado estadual Agostinho Mignoni, Victorino Torriani, Mário de Déa, Darcy Mendes, Djalma Ouriques. O torcedor símbolo era “Seu” Zigue, Zigmunt Vesoloski, que faleceu em 1967, ainda muito novo - seu coração não resistiu às emoções de uma vitória no clássico ATLECIAL. Uma das escalações do Comercial: em pé Romeu, Lima, Vicentinho, Kempa, Lottermann e Zeca Franke; agachados Taxinha, Deonato Schueda, Clóvis dos Santos, Poletto e Carlinhos. A “prata da casa” era favorecida, atletas amadores locais e da região, que jogavam em troca de emprego e de um polpudo “bicho” em caso de vitória. Assim despontaram Ernani Fontana, Rui Breda, Pedrinho, Moacir Arcari, Flávio De Carli, Djalma Ouriques, Valdemar Simi “Valdinho”, Luiz Antonio Poletto, Nilton Carvalho “Sussu”, Deonato Schueda, Délcio Tesser “Taxinha”, Ivo Bonn, Valódia, Ruy Liberalli, Pedro Gilberto Simi “Pite”, Osmar Pavin, Tarquino, os irmãos Babá e Romeu, Carlinhos e Vicentinho Rosa, Getúlio e Tarás Kalinoski, goleiros José “Zeca” e Fausto “Manico” Franke. Em seu livro “30 Anos de Futebol Profissional em Joaçaba” o historiador Rogério Augusto Bilibio descreve minuciosamente a existência dos times que surgiram depois: JEC, Joaçaba Esporte Clube (1977 a 1983); ADJ, Associação Desportiva Joaçaba (1990 a 1996); JAC, Joaçaba Atlético Clube (1997 a 2007). Dirigentes como Darcy Mendes, Dionísio Brunoni, Djalma Ouriques, Jair Júlio Dariva, Jaire Formighieri de Almeida, Luiz Carlos Coelho, Luiz Carlos Conte, Roldão do Nascimento Maestri, Walter João Brollo e outros fizeram muito pelo esporte. Ao contrário dos tempos da dupla ATLECIAL, a “cria da casa” era pequena: “Betico” Adalberto Bilibio, de Luzerna, é o mais lembrado. Aqui jogaram atletas vindos de outros lugares como Casagrande, Jacozinho, Mauro Ovelha, Mikimba, Nardela, Sidnei. Alguns permaneceram aqui, como Ademário José Bispo “Baiano”, Carlos Augusto, Edmar de Oliveira Pinto “Edinho”, Jocemar Antonio Rodrigues “Carioca”, Juarez Alves “Arruda”, Luís Carlos dos Santos “Tronxinha”, Mário José, Osmar Darci da Silva “Mazinho”, Rony Edson Lenz, Valmir Pereira, Wilson Joe Müller “Wilsinho” e o progenitor da campeã olímpica do vôlei Natália Zilio, Luís Carlos Pereira. Atletas da região também queriam vir para Joaçaba, afinal, jogar no Estádio Oscar Rodrigues da Nova era um sonho. Aqui de Capinzal Aldo Azevedo, que já havia jogado pelo Arabutã e pelo Vasco contra o Joaçaba, lembra que ali pelo final dos anos 70 ou início da década seguinte foi convidado para fazer um teste no JEC, que então disputava o Campeonato Catarinense. Era perto do final de ano e avisaram para ele se apresentar em fevereiro, mas só estava lá o zelador aparando a grama do campo, o time tinha acabado... que decepção! Dificuldades financeiras, altas despesas, acabaram decretando o fim desses clubes de futebol. Mas eu gostaria de lembrar que sempre que se oferece ao jovem e ao adolescente a oportunidade de estar em contato com a arte, com o esporte, estamos ajudando a evitar que eles enveredem pelo caminho das brigas, dos furtos, do envolvimento com as drogas e com tantos perigos que rondam os jovens. Afinal, senhores administradores, o futuro do esporte passa pela formação das categorias de base, as escolinhas, e só depende de alguns investimentos.

Vasco da Gama de Capinzal

CAC Cruzeiro Atlético Clube em 1967

GEC, Grêmio Esportivo Comercial


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