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DESTINO DO CARNAVAL DE CAPINZAL É DECIDIDO EM AUDIÊNCIA PÚBLICA
A PARTICIPAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO CONTRIBUIU PARA OS PROMOTORES ENXERGAREM AS FALHAS E PARA APERFEIÇOAREM O EVENTO
OS PODERES DEVIDAMENTE CONSTITUÍDOS E ENTIDADES BUSCAM ALTERNATIVAS SAUDÁVEIS PARA A SATISFAÇÃO DA COLETIVIDADE CAPINZALENSE
O presidente da Câmara Municipal de Capinzal, Andevir Isganzella (PT), num consenso com os demais vereadores convocou uma Audiência Pública na quarta-feira, 06 de abril, com início às 19h, envolvendo além dos edis, também os demais poderes devidamente constituídos (Executivo, Judiciário e Ministério Público), inclusive, uma das mais interessadas na sua realização, sendo a Pastoral da Família, ainda promotores da última edição do carnaval e representantes de blocos. A “livre" manifestação de expressão de ideias, discussão com certo tom de voz elevado teve pontos positivos e negativos no diálogo, ou seja, os promotores do evento e certos “lideres” no princípio não aceitavam ou sequer admitiam que o carnaval de Capinzal tomou outros rumos, o da desordem e desorganização, inclusive, fugiu de sua finalidade cultural. A Audiência Pública tinha como objetivo promover o debate para alternativas saudáveis e que diminuam os riscos à saúde de jovens e adolescentes quando da realização dos próximos bailes de carnaval no município de Capinzal.
Dentro do cunho informativo e jornalístico, percebemos, caso o Legislativo Municipal não convocasse essa audiência pública, certamente, em 2012 teríamos nova edição do carnaval com violência física e verbal, com racha de som (competição de som automotivo) e nada de canções e músicas carnavalescas, onde os organizadores e promotores do evento continuariam não se responsabilizando pelos acontecidos, a exemplo das comas alcoólicas, venda casada de camiseta e bebida alcoólica, de certa maneira incentivo à bebedeira, porém, alegando divertimento. Com a participação do Poder Judiciário, principalmente, do Ministério Público em defesa da coletividade capinzalense e também ourense, demonstrando os inúmeros pontos falhos, já que o local da realização era indevido, em área que contribuiu para a falta de segurança aos arredores da estrutura montada e de certa condução do evento favorecendo para a perturbação do sossego público, indução para que adultos e adolescentes bebessem bebidas alcoólicas em demasia, dentre muitas outras lamentáveis ocorrências que poderiam ser evitadas.
No uso da palavra pela promotora da Comarca de Capinzal, Dra. Karla Bárdio Meirelles Menegotto, foi clara e objetiva na sua manifestação, demonstrando ser preciso mudar a atual maneira de conduzir e realizar o carnaval, no sentido de evitar sofrimento para as pessoas, e que o evento seja transformado numa satisfação e jamais em aborrecimento para a coletividade capinzalense e ourense.
Na opinião do juiz e diretor do Foro da Comarca de Capinzal, Dr. Giuseppe Battistotti Bellani, a Audiência Pública foi exemplar, prevalecendo a educação e as 16 pessoas que usaram da palavra apresentaram um nível maduro, sendo que as ideias contribuem e muito para aperfeiçoar o carnaval de Capinzal.
O prefeito Leonir Boaretto disse que a Administração Municipal também procura fazer o melhor nos eventos que ajuda a promover, inclusive, tem a preocupação de incentivar a realização de eventos em Capinzal no sentido dos cidadãos evitarem buscar atrativos em outros centros, o que pode causar acidentes de trânsito no retorno para os lares.
Para o presidente do Legislativo local, Andevir Isganzella, foi uma audiência produtiva, com alguns pontos apresentando opiniões contrárias, mas prevaleceu à compreensão, o saber ouvir para depois poder falar, inclusive, atendeu as expectativas a casa cheia de cidadãos representantes entidades e demais segmentos da sociedade capinzalense. A enquete feita fechou com o pensamento daqueles que usaram da palavra, tendo a seguinte pergunta: Se é bom permanecer o carnaval no modo realizado no ano em curso (41 votantes no sim) e 46 cidadãos optaram por ser mais cultural o evento. Quanto ao local da realização, 40 decidiram que permaneça na estrutura montada, 66 querem que a promoção volte para o Centro Educacional Prefeito Celso Farina ou no Ginásio Municipal de Esportes Prefeito Dileto Bertaiolli e a vontade de 21 que ocorra na rua. Quanto a idade mínima permitida para entrar no carnaval e criar restrições na venda de bebidas alcoólicas em favor dos 14 anos (apenas três optaram), 15 anos (dois votos), 16 anos (32 votantes), 17 anos (21 defendem essa faixa etária) e com 18 anos (50 pessoas acham melhor na maior idade). Consumo de bebidas destiladas, 77 pessoas foram contra ao uso das mesmas e sua distribuição gratuita também teve 94 votos contrários. Baile carnavalesco para menores de 16 anos de idade, quase sua totalidade foram favoráveis. Som automotivo, 91 pessoas foram contrárias a esse tipo de sonorização, sendo que 120 votantes querem que todos os blocos se divirtam com apenas um sistema de música e canções.
Segundo Isganzella, será preenchido um relatório de todas as opiniões e dados sobre o questionário, posteriormente, encaminharão a comissão organizadora e idealizadora do carnaval, também a todos os poderes devidamente constituídos, conselho tutelar, enfim, abrangendo todos os envolvidos na realização do carnaval e os formadores de opinião no sentido de informar e que o evento tome um rumo que atenda as expectativas da sociedade.
Uma colocação de Isganzella fez os presentes na Audiência Pública fazer um momento de reflexão, ao questionar os valores das pessoas, assim se expressando: “Por que a juventude bebe tanto”? Será que é por falta de limites ou de regra e diálogo, de uma educação melhor, descuido por parte dos pais ou distância da espiritualidade?
O questionamento faz por merecer nova discussão, no entanto, não podemos fazer vistas grossas e nem querer tapar o sol com a peneira, pois no passado não distante, Capinzal era uma referência na vida noturna, inclusive, atraia várias faixas etárias para as boates, bares e lanchonetes, bailes e matinês dançantes, cinema, futebol e até para as jogadas de bingo, sendo algo que se perdeu no tempo, onde sequer o som ambiente é permitido, pois basta um abaixo assinado ou denuncia para fechar alguma opção de entretenimento. É claro que certos jovens e outras faixas etárias não sabem se divertir, pois acabam se tornando especialistas no perturbar o sossego público, com som automotivo no volume mais alto andando livremente pelas ruas ou estacionando em frente de estabelecimentos comerciais, consequentemente, causam aborrecimento aos comerciantes, moradores e transeuntes. Também tem quem vai para uma lanchonete, ao invés de falar acabam gritando e fazendo algazarra, como fossem os únicos clientes dentro de seus direitos sem ver que também existem obrigações a cumprir. Falta é comportamento condizente, educação e respeito para com os outros, caso queiram opções e investimentos em atrativos.
Somos sim favoráveis a realização do carnaval, porém, jamais como vem ocorrendo nos últimos anos, onde predomina o racha de som, consequentemente, os foliões já chegam bêbados no evento e terminam de encher a cara antes da apresentação. No passado o carnaval era conduzido por uma banda, prevalecendo as marchinhas carnavalescas e jamais músicas eletrônicas. O carnaval deveria ser realizado para todas as faixas etárias, para crianças, adolescentes, adultos e até a terceira idade, sendo uma boa pedida reeditar o carnaval de rua feito no mandato do então prefeito Hilton Pedro Paggi, compreendendo na época, o trajeto do Bradesco até o Calçadão, onde predominou a alegria e a satisfação com desfiles de blocos, dos quais fazíamos parte da equipe Antarctica. É possível sim essa realização, desde que exista a boa vontade para tanto, pois querer é fazer algo acontecer.
Representante da Pastoral da Família, Silvio Rosa, espera que as ideias lançadas sejam colocadas em prática na edição 2012 do Carnaval.
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