logo RCN

Procurando uma nova Terra

  • Mario Eugenio Saturno - Mario Eugenio Saturno

Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

Quando os primeiros planetas em outros sistemas solares foram descobertos, muitos duvidaram. Achar um planeta não é fácil, pois a luz do sol é muitas vezes mais forte que a de um planeta. E esses sistemas estão muito longe de nós, o que torna impossível ver diretamente um planeta. Então passaram a procurar por pequenas oscilações nas estrelas, ou seja, a reação à força da gravidade do sol sobre um planeta. Usando essa técnica, os primeiros exoplanetas foram descobertos em 1995. Acontece que a oscilação da estrela pode ser causada por outros fatores, como outra estrela.

Então, uma técnica diferente foi empregada, explorando a variação da luminosidade durante o trânsito, isto é, quando um planeta passa na frente de sua estrela e faz com que a luz da estrela escureça um pouco. Assim, combinando as duas técnicas, pode-se confirmar a descoberta.

Passou-se a observar também a atmosfera dos planetas, analisando o espectro da luz quando no trânsito, ou seja, que cores compõem o arco-íris do planeta, já que a luz da estrela passa pela atmosfera e é alterada.

Em 1999, descobriu-se o elemento sódio no primeiro planeta descoberto e chamado de Júpiter Quente, um planeta tão grande como Júpiter e orbitando perigosamente perto da sua estrela, tornando-os muito quente.

A busca concentra-se em procurar outro tipo de gás, vapor de água, e em planetas menores e rochosos, como nosso planeta Terra. E mais ainda, que esteja a uma distância ideal do sol para que exista na forma líquida. Essa distância, ou faixa de distâncias é chamada de Zona Habitável.

Em 2014, a NASA descobriu o primeiro planeta do tamanho da Terra orbitando uma estrela na zona habitável. Foi chamado de Kepler-186F, pois foi descoberto usando-se o telescópio espacial Kepler, usado para identificá-lo. Está a 500 anos-luz de distância na constelação do Cisne, bem próximo, se considerarmos que nossa Via Láctea mede cerca de 100.000 anos-luz de diâmetro. Este planeta é 10% maior que a Terra e orbita uma estrela diferente da nossa, uma anã vermelha, que tem cerca de metade do tamanho do nosso sol.

Mas, em 2015, foi descoberto o primeiro planeta semelhante à Terra orbitando uma estrela como o nosso Sol, chamada de Kepler-452b, este planeta foi apelidado de primo maior e mais velho da Terra pois é 60% maior que a Terra e tem uma órbita que dura 385 dias, ou seja, seus anos são muitos parecidos com os nossos.

Planetas que podem ter água líquida e, consequentemente, vida, não são raros. Dos 6.000 planetas descobertos até agora, cerca de 2.000 já foram confirmados realmente e, desses, cerca de 30 já são considerados potencialmente habitáveis.  

A NASA vai lançar neste ano uma nave capaz de observar os pequenos planetas rochosos na zona habitável, chamado de TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite), uma missão de dois anos que irá acumular dados que depois serão usados para orientar o uso do Telescópio Espacial James Webb, mais poderoso que o Hubble, que será lançado em 2018, prometendo descobertas incríveis.

 

 

Sindicadezal realiza em Capinzal sua Assembleia Geral Extraordinária Anterior

Sindicadezal realiza em Capinzal sua Assembleia Geral Extraordinária

O DIREITO ROMANO E A EDUCAÇÃO IV Próximo

O DIREITO ROMANO E A EDUCAÇÃO IV

Deixe seu comentário