E depois? O que será de nós?

Quem não se questiona o que será de nós, após a morte do corpo físico? O que faremos? O que buscaremos? Alguém nos recepcionará? Quem nos assistirá? Encontraremos os nossos entes queridos que nos precederam nesse retorno?

Se o ser humano tivesse o entendimento de quão efêmera é essa nossa existência, quão limitados somos, quão ilusórios são todos os atrativos terrenos...

Com o decorrer do tempo a maturidade espiritual trará o discernimento necessário e, paulatinamente o ser humano compreenderá que não vale a pena nos digladiarmos por tão pouco coisa, de que vale aquele cargo, aquela herança, a fama, a riqueza, o poder, quando não utilizado para o bem; se foi conquistado à custa de trapaças, de falcatruas de mentiras, de fofocas?

Quando a doença assola um de nós, ou de quem nos rodeia, quando a morte semeia, indiferente em nosso meio, quando a velhice nos brinda com as inúmeras limitações, percebemos quanto tempo perdido com quimeras, com bobagens, o que fizemos de nossas vidas? Quantos equívocos, quantos erros, em nome de quê? De que valeu termos razão? Quem venceu?

Enfim, paremos um pouco para refletir o que será de nós, após o retorno ao mundo primitivo, após abandonarmos o veículo carnal...

O Espírito Joanna de Ângelis, através da psicografia do médium Divaldo Pereira Franco leciona que o ser humano ao indagar-se como será a sua morte, deveria preocupar-se primeiramente com que faz durante a vida, porque como diz ela: "Conforme a vida, a morte", ou seja, conforme vivermos seremos recepcionados no plano espiritual, nossa recompensa será exatamente conforme o aproveitamento que tivermos durante nossa estadia por este plano físico.

Também há uma enorme colaboração do Espírito Emmanuel, no Livro Justiça Divina, psicografado por Chico Xavier:

 
Muitas vezes perguntas, na Terra, para onde seguirás, quando a morte venha a surgir?

Anseias, decerto, a ilha do repouso ou o lar da união com aqueles que mais amas?

Sonhas o acesso à felicidade, à maneira da criança que suspira pelo colo materno?

Isso, porém, é fácil de conhecer;

Toda pessoa humana é aprendiz na escola da evolução, sob o uniforme da carne, constrangida ao cumprimento de certas obrigações;

Nos compromissos no plano familiar;

Nas responsabilidades da vida pública;

No campo dos negócios materiais;

Na luta pelo próprio sustento?

O dever, no entanto, é impositivo da educação que nos obriga a parecer o que ainda não somos, para sermos, em liberdade, aquilo que realmente devemos ser.

Não olvides, assim, enobrecer e iluminar o tempo que te pertence.

Não nos propomos nivelar homens e animais, contudo, numa comparação reconhecidamente incompleta, imaginemos seres outros da natureza trazidos ao regime do espírito encarnado na esfera física.

O cavalo atrelado ao carro, quando entregue ao descanso, corre à pastagem, onde se refocila na satisfação dos próprios impulsos.

A serpente, presa para cooperar na fabricação de soro antiofídico, se for libertada, desliza para a toca, onde reconstituirá o próprio veneno.

O corvo, detido para observações, quando solto, volve à imundice.

A abelha, retida em observação de apicultura, ao desembaraçar-se, torna, incontinenti, à colmeia e ao trabalho.
A andorinha engaiolada para estudo, tão logo se veja fora da grade, voa no rumo da primavera.
Se desejas saber quem és, observa o que pensas, quando estás sem ninguém; e se queres conhecer o lugar que te espera, depois da morte, examina o que fazes contigo mesmo nas horas livres.

Boa semana

HPaim