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RIQUETTI ATRIBUI A SUA SAÍDA DO PP POR PENSAR NUM PROJETO POLÍTICO
PENSANDO NUM PROJETO POLÍTICO NOVO E AMPLO PARA OURO E REGIÃO
PARA ELE, O BOM DE FAZER POLÍTICA ERA NO TEMPO EM QUE A PALAVRA VALIA, ENTÃO LEMBROU DE IVO LUIZ BAZZO, SÍLVIO SANTOS E DE DEOLICE ZENERE, SENDO UM BOM EXEMPLO A SER SEGUIDO
A Reportagem de O TEMPO – um jornal de fato a seguir traz uma entrevista feita com Euclides Celito Riquetti, nascido em 23/11/1952, na localidade de Leãozinho, então Distrito de Ouro, na época esse território pertencia ao município de Capinzal. Riquetti é formado no curso Técnico em Contabilidade e Professor habilitado, com especialização em Gramática da Língua Portuguesa. Atualmente, é o secretário de Administração e Fazenda da Prefeitura do município de Ouro, sendo ainda o Gerenciador Municipal de Convênios e Articulador de Projetos.
No período de 1989 a 1992 Riquetti exerceu o cargo de Prefeito, tendo como vice-prefeito Nadir Zanini que no exercício do mandato e até hoje é ético, leal e dedicado companheiro.
O TEMPO – um jornal de fato: O que destaca quando foi prefeito em termos de ações, serviços e outros? RIQUETTI: Valorizamos os funcionários, fomos os primeiros a abrir concurso público após a Constituição Cidadã na microrregião. Viabilizamos a implantação de duas escolas de Ensino Médio (Sílvio Santos e CNEC), inclusive, oferecendo o curso profissionalizante de Técnico em Informática, que foi um grande avanço para a época. Abrimos caminhos para uma terceira, a Frei Crespin, em negociação por aceitarmos a municipalização de grande parte do ensino fundamental; implantamos a escola Guerino Riquetti e o Centro de Educação Infantil Raio de Sol. Antes, não tínhamos escola em nível secundário em Ouro. Também levantamos o Ginásio de Esportes do Parque e Jardim Ouro, concluído adiante. Concluímos a implantação do Loteamento Alvorada, iniciado anteriormente. Implantamos telefones nos loteamentos, no bairro e na área rural. Melhoramos os equipamentos comunitários através de ações participativas e integradas, com quadras de esportes cobertas e pavilhões na área rural. Criamos e desenvolvemos o programa Ouro dos Trigais e o Ouro dos Laranjais. Hoje, a maioria dos cítricos produzidos aqui são resultados daqueles programas. O Ouro dos Ervais possibilitou o plantio de erva-mate. Criamos programas de saúde preventiva que estão sendo executados até hoje. Municipalizamos a saúde. Assumimos a Administração com um médico e terminamos com cinco, dentre os quais cardiologista, ginecologista e pediatra. Implantamos algumas pontes de concreto armado, pavimentamos diversas ruas com paralelepípedos. Implantamos o Sistema de Águas de Santa Lúcia, inaugurado após nosso mandato. Melhoramos o transporte escolar, compramos um ônibus semi-novo, e criamos o transporte dos portadores de necessidades especiais para a APAE. Reativamos a linha de ônibus entre Santa Lúcia e a cidade. Adquirimos um caminhão, uma retroescavadeira, um trator de esteiras, uma Parati para o Gabinete do Prefeito e uma ambulância. Criamos o Distrito de Santa Lúcia. Organizamos eventos memoráveis. Sediamos competições esportivas como os Joguinhos Abertos Regionais e realizamos parcerias com empresas. Lembro que participamos de competições em Porto União (RS) e Videira (SC). O futebol de salão, em parceria com a Agro Ouro, chegou a disputar a Divisão Especial Catarinense. Equipes de Futebol de Campo estavam no auge. Tínhamos até representante no atletismo sul-americano, como o atleta Edson Pedroso, que apoiávamos juntamente com empresários. Adquirimos terrenos e viabilizamos a concessão para empresas. E nosso mandato foi de apenas quatro anos. Fizemos nossa parte.
As funções que Riquetti já exerceu dentro da Prefeitura foram de atuação nas Secretarias de Administração e Negócios Jurídicos, Saúde, Finanças, Planejamento, Indústria e Comércio, Educação.
Como é um assunto de momento, porém, não divulgado pela imprensa, não poderíamos deixar passar em branco, então perguntamos ao professor Riquetti: O TEMPO: Há quanto tempo estava filiado ao PP de Ouro? Assim Ele prontamente respondeu: “Há 31 anos. Nunca pertenci a outro partido”. Segundo Riquetti, a sua saída do Partido Progressista foi motivada porque a sigla tomou rumos que vários companheiros não gostaram que tivesse tomado, porém, não guarda mágoas. Cada um tem o direito de pensar da maneira que julga ser a melhor. Riquetti tem sua ideologia de direita democrática propositiva, todos sabem disso. Nunca se desviou de suas convicções, sempre manteve a fidelidade para com seus chefes. Foi subordinado a quatro prefeitos eleitos e a sete interinos. Conseguiu conviver com os opostos, porque os respeita, inclusive, sabe muito bem se colocar no seu devido lugar. Ao sair do PP agradece ao ex-prefeito Durigon pela confiança e companheirismo. “Também ficamos sem deputado estadual e federal e com isso vimos nulas nossas chances de ajudar o Prefeito Miqueloto a buscar benefícios para o Ouro nas duas esferas de Poder. Conseguiríamos ajudar tecnicamente, mas não politicamente. Perdemos o Deputado Lício Mauro da Silveira, que era uma pessoa notável. O Odacir Zonta está prestes a perder seu mandato porque não tivemos a competência de somar mais 8.000 votos na coligação para elegermos três federais, assim, elegemos apenas dois. Perdemos o deputado Kennedy Nunes, que poderia ser nossa redenção num futuro quase que imediato. Nossa cúpula estadual veio somando equívocos e erros de estratégia há muitas eleições. Sempre comentamos isso com o Durigon. Uma soma de fatores levaram-nos a tomar a decisão”, declarou Riquetti.
Depois da decisão tomada, Riquetti atualmente está sem partido, mas têm uma linha de pensamento já definida, um rumo que considera adequado a tomar. O TEMPO: Já recebeu convite para filiar-se em algum partido? Justifique? RIQUETTI - Recebemos e estamos inclinados a aceitar. Pensamos num projeto político novo, amplo. Mas não um projeto confuso e nem pessoal. Todos temos muito a aprender, não somos donos de nenhuma verdade, nem absoluta, nem relativa. Já estamos colaborando, com algumas ideias, em alguns setores que vão além do âmbito local. Temos sido propositivos e não estamos propagandeando sobre isso. Podemos ajudar no desenvolvimento de nossa cidade e região independentemente de estarmos ou não nos cargos.
O TEMPO: Tem pretensão de ser candidato na próxima eleição? RIQUETTI - Não. Nunca tivemos vaidade e nem sede de poder. Há outras coisas que nos realizam, como por exemplo, escrever poemas, crônicas, comentários na internet, história. O TEMPO: O que acha da política em si? RIQUETTI - Se é decepcionante para quem faz parte dela, imagine como é para os outros. Todos temos muito a aprender e a melhorar. Para Ele, se deve fazer política como no tempo em que a palavra valia. Ivo Luiz Bazzo, Sílvio Santos e Deolice Zenere são um bom exemplo disso.
O TEMPO: Como analisa Ouro na sua economia de geração de renda e serviços, comparando com Capinzal, municípios coirmãos? RIQUETTI - Há 80 anos tínhamos um modelo econômico excelente, assentado na produção em 1.200 propriedades rurais. O produtor tinha renda e não dependia do Poder Público. Nos últimos 30 anos a renda do produtor foi sendo subtraída e o Poder público foi instado (solicitado) a fazer a reposição. Isso foi calamitoso. Os investimentos dos ourenses foram sendo feitos à margem esquerda do Rio do Peixe, a exemplo das Indústrias Reunidas Ouro. Isso foi por causa da estrada de ferro e, com a separação de Ouro de Capinzal, ficamos no prejuízo. Mas não adianta ficar lamentando, precisamos ser propositivos. Temos que apostar no Turismo e no crescimento das empresas que aqui estão. Apoio do Poder Público a empresas é uma coisa muito relativa. Há diversas interpretações sobre isso. Para ver se apoios resultaram em algo positivo, é preciso ver o que aconteceu em todas as cidades da região. Os que mais buscaram ou receberam apoio foram os que menos apresentaram resultado. Empreendedores natos não querem proteção, querem igualdade de condições para competir. Nulidades podem, aparentemente, triunfar, mas não têm sustentabilidade. Mas nós temos empreendimentos associativos em ouro que poderão dar ótimos resultados em médio prazo.
O TEMPO: Ouro com sua grande extensão de malha viária e também com muitas comunidades do interior, sendo que a área rural é mais habitada que a própria cidade, portanto, o que fazer para atrair maior retorno para o setor primário do município, levando em conta a maior agroindústria estar dentro de Capinzal e não em território ourense? RIQUETTI - Hoje nosso produtor produz 100 vezes mais e ganha 10 vezes menos. Há uma cultura em não diversificar a produção, que poderia suprir o mercado local e regional. Fomos influenciados a produzir em quantidades e com qualidade, mas não com lucratividade. Há órgãos e pessoas tentando imprimir uma visão de diversidade e lucratividade, mas a missão tem sido árdua. Mas estão no caminho certo. A intelectualização das pessoas também fará com que nossa economia melhore, porém isso em longo prazo.
O TEMPO: Já que as economias de Capinzal e Ouro o diferencial está na sede da grande agroindústria, no caso Brasil Foods, portanto, as duas comunidades são praticamente uma só, apenas separadas pelas águas do Rio do Peixe, portanto, pode existir um projeto em parceria para fortalecer as economias de ambos os municípios, porém, com ganhos equivalentes em retorno? Justifique? RIQUETTI - Em todos os municípios há o desejo de crescimento econômico e é dever de todos os dirigentes buscar isso. Mas também é preciso ver que impactos negativos que podem ocorrer. Uma análise histórica pode mostrar que após o bônus vem o ônus. Mas há umas coisas que precisam ser planejadas conjuntamente. A principal delas é a questão da mobilidade, da trafegabilidade. Hoje, sistemas de transporte integrados, conectando cidades próximas, ajudam a promover a integração econômica e a social. Mas é difícil que as lideranças regionais, não apenas os prefeitos, consigam articular-se para isso. Em termos de municípios coirmãos, Capinzal e Ouro, pelos seus dois prefeitos, estão buscando algumas soluções conjuntas, como por exemplo a questão da Rodovia SC-458 ,ligando ela com ela mesma, através daquilo que se convencionou denominar anel viário, conectando o Bairro Caravággio, em Ouro, o trevo próximo à BRFOODS, em Capinzal. Também há ações comuns na saúde, incluindo Zortéa, e no Turismo, ainda Lacerdópolis e Barra do Leão.
O TEMPO: Este Semanário há muito tempo sugeriu a unificação dos feriados dos padroeiros e de emancipação político-administrativa, antes de ser dois feriados cada município, passaria para quatro ao ano, ou seja, feriado de um lado do rio também no outro, já que uns residem em Capinzal e trabalham no Ouro ou vice-versa. O que acha dos ganhos e perdas? RIQUETTI - Há sempre algo mais profundo a ser analisado. Nós comemoramos o aniversário do Município em 7 de abril. Ele emancipou-se em 23 de janeiro de 1963, mas foi instalado no dia 7 de abril, que era o “Dia da UDN”, o partido hegemônico em Ouro. O mesmo aconteceu em outras cidades catarinenses. Lacerdópolis emancipou-se de Ouro em 11 de novembro de 1963 e a instalação deu-se no dia 03 de fevereiro de 1964, ano seguinte, mas a comemoração acontece em 11 de novembro. E separou-se de Ouro. Então, os critérios de escolha da data comemorativa não foram iguais, embora antes formassem um único Município. Por que, então, não se unificar o aniversário do Município de Ouro, que seria dia 23 de janeiro, com a data do Padroeiro de Capinzal, que é dia 25 de janeiro? Do ponto de vista da praticidade, seria o ideal. Mas, com relação às datas religiosas, deve-se ter a aquiescência dos devotos dos santos patronos e da autoridade religiosa, se bem que hoje estamos em tempo de ecumenismo e que, com o tempo, este assunto acabará sendo a bola da vez em nosso país. Tais proposições devem vir da base social e não da classe política. Lembro que tabus como a união homoafetiva já foi reconhecida pelo STF em razão da pressão das pessoas interessadas e da pressão social, que muito bem utilizou a mídia, e que a questão de liberalização de algumas drogas também já está na fila. E a fila anda, amigos! Costumes mudam, quebram-se tabus.
Nas considerações finais o entrevistado Riquetti assim se expressou sobre o espaço concedido: “Bem o JORNAL O TEMPO é parte integrante do contexto histórico de Capinzal e Ouro, bem como de outros municípios da região. Lembro quando alguns doidos, o Aderbal Gaspar Meyer (Barzinho) e o Enio Azevedo (o piá mais velho do Enio), vieram falar conosco. Já tinham o apoio do Prefeito Irineu, do Vice Ulrich, do Ruites Andreoni , do Altair Zanchet, e de outros, e nós também apoiamos a ideia. Daí apareceu o outro piá do Enio e da Dona Ezilda, o Aldo, popular Ligeirinho. E quanto que correram atrás da máquina. Quanta luta para sobreviver. Mas os ideais foram sendo propagados e os objetivos atingidos. O jornal evoluiu, aumentou sua tiragem, buscou novos clientes e foi reformatando-se. E está aí, marcante em nossa História, cumprindo seu papel na comunicação social. Parabéns e obrigado, amigos de “O TEMPO - um jornal de fato”.
Secretário de Administração e Fazenda da Prefeitura de Ouro, sendo ainda o Gerenciador Municipal de Convênios e Articulador de Projetos, Euclides Celito Riquetti, o qual foi prefeito e continua colaborando com a prestação de serviços para o progresso do Município e na busca de melhorias da qualidade de vida dos munícipes.
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