Pai e Filho

Um menino, com voz tímida e com os olhos cheios de admiração, pergunta ao pai, quando este retorna do trabalho:

- Pai, quanto o senhor ganha por hora? O pai, num gesto severo, responde:

- Meu filho, isso nem a sua mãe sabe. Por isso, não me amole, estou cansado. E o filho insiste:

- Mas papai, por favor, diga, quanto o senhor ganha por hora? A reação do pai foi menos severa e respondeu:

- Dez reais por hora.

- Então papai, você poderia me emprestar um real? O pai, cheio de ira e tratando o filho com brutalidade, respondeu:
- Então era essa a razão de querer saber quanto eu ganho? Vá dormir e não me enche mais a paciência!

Já era noite, quando o pai, por algum momento raro, começou a pensar no que havia acontecido com o filho e sentiu-se culpado. Talvez, quem sabe, o filho precisasse comprar algo. Querendo aliviar sua consciência doída, foi até o quarto do menino e, em voz baixa perguntou:

- Filho, está dormindo?

- Não papai - o garoto respondeu sonolento e choroso.

- Olha, aqui está o dinheiro que me pediu: Um real.

- Muito obrigado, papai! - disse o filho, levantando-se rapidamente retirando mais nove reais
de uma caixinha que estava sob a cama.

- Agora já completei, papai! Tenho dez reais. Poderia me vender uma hora do seu tempo? Você é muito importante para mim.

Texto: Desconhecido.

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As mães já têm em si um afeto maior pelos filhos e geralmente são as que ficam mais tempo com nossos rebentos. Entretanto, os pais onde é que nos perdemos? O que fazemos de nossas vidas, que o tempo passa tão depressa que quando percebemos nossos filhos estão crescidos? A quantidade e qualidade de tempo que dedicamos à família é tão insignificante que quando percebemos deixamos escapar momentos tão importantes para nossos filhos e esposas que não temos a menor condição de mensurar tal lapso.

Percebo vários companheiros, como eu também já fui... , completamente absortos em seus trabalhos semanais e sem tempo para a família, mas aos finais de semana, tais companheiros mergulham num egoísmo imensurável que são capazes de ocupar todo tempo consigo mesmos, envolvidos em esportes, caçadas, pescarias, jantares, almoços com amigos, julgando-se merecedores de tais "descansos", mas não conseguem compreender que a família espera o final de semana para o "descanso" familiar, do piquenique, do passeio, das brincadeiras, ao menos de uma conversa, um afago, um abraço. Ah! Quanto nós pais, homens precisamos aprender a arte da solidariedade, da participação familiar, quantas esposas adorariam que os maridos auxiliassem na educação, no asseio dos filhos, no lavar a louça, passar uma vassoura na casa, um pano no chão. Que tal, homens, começarmos a dividir as tarefas com as esposas, ensinarmos os filhos e filhas a participarem também? Uma aula fraterna de economia doméstica: apagarmos as luzes quando desnecessárias, fecharmos a torneira ao escovar os dentes, ao barbear-nos, dialogar com os filhos a importância do banho rápido, de fechar o chuveiro enquanto espalhamos o shampoo ou o condicionador no cabelo, retirar da tomada os aparelhos obsoletos, não desperdiçar comida, respeitar os anciões, os vizinhos, os pais, os avós, os professores, respeitar e amar os animais, a todos os animais, enfatizar a importância de uma alimentação saudável, a prática de esportes, a socialização, a reciclagem, ensinar e praticar a ética e a honestidade. Enfim, temos tanto a ensinar quanto a aprender. Façamos a nossa parte, certamente nossas esposas e filhos preferem muito mais a nossa companhia, a nossa participação do que os bens materiais que tanto nos preocupamos em não deixar faltar-lhes. Sejamos participativos em família, saibamos viver com o pouco que podemos, mas busquemos o equilíbrio e harmonia familiar, para que tenhamos a estrutura necessária para enfrentarmos com galhardia todas as dificuldades e obstáculos que se nos apresentam. Quem tem base sólida, tem estrutura para qualquer empreitada, e a nossa base está na família.

Nos finais de semana gostamos de um passeio, por breve que seja. Às vezes não dá tempo de passear com o meu amigo incondicional, o meu cachorro, mas ele não esquece... nem que seja 10 horas da noite ele arranha a porta para que façamos o nosso passeio. Por vezes já não tenho mais aquela vontade, mas a consciência não me deixa dormir sem o merecido passeio dele e meu também. Ah! Que belos momentos com esses nossos amigos verdadeiros, estão sempre nos abanando o rabo e nos esperando felizes.

Boa Semana

HPaim