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Entre o otimismo exagerado e o pessimismo exacerbado

  • - Mário Lanznaster - Presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos e vice-presidente para o agronegócio da FIESC.

Mário Lanznaster

 

Mário Lanznaster

Presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos e vice-presidente para o agronegócio da FIESC

            Conquistar novos mercados para produtos brasileiros é essencial para fortalecer nossa presença no comércio internacional. Isso é positivo e deve ser comemorado - na medida certa. Nos últimos anos, os anúncios de conquista de novos mercados para a carne brasileira vêm revestidos de um exagerado otimismo, cujo efeito é a geração de expectativas desconectadas da realidade econômica e mercadológica e, por via de consequência, a frustração de vários agentes da cadeia produtiva.

Cito dois exemplos. Em 2013 foi anunciada a conquista do mercado japonês para a carne suína catarinense. Os japoneses importavam cerca de 1,2 milhão de toneladas de carne suína por ano e o  Brasil anunciou que disputaria apenas a fatia de carne congelada, em torno de 500 mil toneladas/ano. Transcorridos dois anos, os brasileiros estão exportando a ínfima quantidade de cinco contêineres por mês, dos quais, dois são fornecidos pela Coopercentral Aurora Alimentos.

          No segundo semestre de 2014 foi anunciada a abertura do mercado dos Estados Unidos da América para a carne suína brasileira. Assim como para o Japão, não é fácil o acesso ao mercado americano porque, além das rigorosas exigências sanitárias, o país é grande produtor de carne suína. Em novembro daquele ano, a Coopercentral Aurora Alimentos foi a primeira empresa brasileira e exportar carne suína para aquele mercado. Hoje, um ano depois, o Brasil embarca apenas quatro contêineres por mês para os EUA e a Aurora continua sendo a ÚNICA empresa brasileira a vender para os norte-americanos.

            Embora Santa Catarina seja o único Estado brasileiro autorizado a exportar para Japão e EUA, em razão de sua condição sanitária (área livre de febre aftosa sem vacinação), esses fatos devem ser lembrados no atual anúncio de abertura do mercado sul-coreano, após dez anos de tentativas. É um fato positivo, mas está longe de significar a salvação da suinocultura catarinense. Agora, será necessário cumprir as demais fases, que incluem a definição de critérios, habilitação das plantas industriais, ajustes de embalagem, definição sofre a certificação sanitária para, somente depois, iniciar a prospecção de negócios.

            Em relação aos negócios, nosso otimismo é justificadamente moderado porque o país asiático não está desabastecido: ao contrário, importa cerca de 500 mil toneladas por ano fornecidas por Estados Unidos, Canadá e Europa. Disputar o mercado sul-coreano com esses gigantes não será fácil. As primeiras vendas devem ocorrer dentro de seis meses, mas, à exemplo do Japão e dos Estados Unidos, o crescimento será muito lento.

Faço essas perorações porque o excesso de otimismo pode levar produtores rurais, indústrias, consumidores e investidores a decisões erradas, assim como o pessimismo exacerbado também pode levar à consequências deletérias, como a apatia, a inércia e a resignação. Nessa questão, filio-me àquilo que pregava o excepcional filosofo grego Aristóteles: a virtude está no meio.

 

MARCOS A. BEDIN

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