Qual o papel da universidade na questão hídrica?

Unoesc
Neste domingo (22) é comemorado o Dia Mundial da Água. Talvez neste ano essa data não passe tão despercebida. Afinal, o Brasil vem enfrentando uma das piores estiagens de sua história. São Pedro que o diga, nunca recebeu tantas orações como nestes últimos meses, especialmente da região Sudeste, a mais populosa e rica do país, e mais afetada pela seca. O problema é grave, mas a solução existe. O que falta hoje é tratar com seriedade o assunto.
Segundo relatório divulgado pela ONU, daqui a apenas dez anos, 48 países não terão água suficiente para as suas populações. Isso atingiria quase três bilhões de pessoas. E até 2030, a demanda por água doce no planeta deverá ser 40% maior do que a oferta.
A teoria a gente já sabe, para resolver essa questão é preciso unir forças. O poder público juntamente com cada cidadão brasileiro tem a obrigação de proteger o bem mais precioso e indispensável à vida, sem o qual nenhuma atividade humana é possível.
Mas na prática, o que a universidade pode fazer? Por aqui palestras, seminários e debates têm sido realizados com o propósito de despertar professores e acadêmicos para mudar essa realidade e buscar soluções sustentáveis.
Para o pró-reitor de Graduação da Unoesc e presidente do Comitê Rio do Peixe, professor Ricardo Marcelo de Menezes, tudo tem solução e o primeiro passo é conhecer o problema, e em seguida traçar as estratégias de planejamento para superar as crises existentes.
— Não sabemos a quantidade de água disponível no rio do Peixe, para dar sustentabilidade à agricultura, à produção de energia e ao ser humano. Por isso, um plano de bacia precisa ser feito, porque a partir desses dados e estudos científicos conheceremos a realidade e saberemos que medidas tomar — afirma.
O nosso papel é justamente esse: contribuir para a produção de conhecimento. Realizar pesquisas, elaborar projetos inovadores e traçar planos de ação que tragam desenvolvimento estratégico para a região.
Os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) podem, por exemplo, investigar as tecnologias e as alternativas para a preservação dos recursos hídricos. O curso de Ciências Contábeis pode estudar medidas econômicas sustentáveis e a Agronomia desenvolver técnicas de plantação de mudas que sejam eficazes na recuperação de minas de água e na proteção de nascentes. Já o departamento de Ciências Biológicas pode desenvolver pesquisas para o monitoramento da qualidade do rio do Peixe, e a Engenharia, elaborar projetos para o uso consciente da água.
— A universidade não tem o poder de salvar o mundo. Mas sem ela, tudo fica mais difícil — destaca o professor e jornalista, André Trigueiro. De acordo com ele, se causamos ou agravamos a escassez de água doce e limpa, uma das áreas estratégicas para operar essa mudança em escala global é justamente a universidade.
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