Saga da Batalha do Contestado e o Histórico Trem Pagador prometem safra abundante ao cinema catarinense para 2012

Diretores unem forças apostando em alta tecnologia e métodos inovadores para garantir o sucesso de obras temáticas

Por: Cleide Fátima – Especial São Paulo (SP)

     Os cineastas João Paulo Dantas, Vilmar Sartori e Ernoy Mattielo, estão juntos na produção de dois novos filmes para celebrar o Centenário do Contestado:

 Um deles, ainda cercado de mistérios é um documentário dramatizado sobre a primeira investida criminosa a um trem pagador na América Latina, dirigido por Mattiello. O episódio aconteceu em Outubro de 1909 onde hoje se localiza o município de Pinheiro Preto (SC).

     A outra produção é assinada por João Paulo Dantas e tem direção de elenco de Jorge Zamoner. Uma obra em que o grande segredo está na proposta de desvendar os mitos da Batalha do Contestado, episódio marcante da insurreição catarinense. Estopim da Guerra do Contestado, a Batalha do Irani completa cem anos em Outubro deste ano.  

     Além da correlação temática, as obras também apresentam conexões na produção e distribuição. Isso porque a estrutura técnica de filmagem é fornecida pela VMS Produções Cinematográficas, com sede em Joaçaba. A empresa, pioneira em produção de TV e cinema no interior catarinense têm 30 anos de atuação no mercado. 

Tradição de um lado, tecnologia e inovação no outro extremo: sinônimo de produção em película digital. “A aposta para os novos produtos está nas câmeras Sony, alta definição, utilizadas na produção de filmes nacionais, com excelentes resultados”, frisa o produtor cinematográfico e diretor da empresa, Vilmar Sartori. No total são quatro novas máquinas equipadas com lentes intercambiáveis, acompanhadas de super sensores de 35mm.

Em comum os filmes têm também exclusividade de distribuição, divulgação e marketing, ação atribuída a EL Virtual TV, marca registrada de produções vistas em todo o Brasil como Memorável Trem de Ferro (documentário sobre o centenário da Ferrovia SP-RS).

Se por um lado, as duas obras são coirmãs, por outro, no filme “A Batalha do Contestado” as providências para que a concepção cinematográfica não se resumem apenas em alta tecnologia de produção, boas estratégias de marketing e distribuição.

O roteirista e diretor do filme, João Paulo Dantas, ressalta que a produção final resultará, na verdade, em dois produtos: um Documentário e uma Microssérie para Internet. A nossa proposta é diferenciada, e não vamos fazer um filme como convencionalmente se faz, até porque, e sobre esse tema, alguns brilhantes cineastas já o fizeram, como foi o caso de Silvio Back. E para isso, é claro, teríamos que ter um orçamento que foge à nossa realidade. “O objetivo é utilizarmos a linguagem do teatro, da televisão, do cinema e da internet, tendo por norte o espetáculo apresentado em palco, que é da mais alta qualidade, textual e artística, e produzirmos uma obra que possa refletir a densidade textual da criação original, que é espetacular” desta Dantas.

O filme, cujas locações estão baseadas nos redutos do Contestado, iniciando por Irani, é baseado no espetáculo cênico-musical O Contestado, da obra do mesmo nome, de autoria do historiador, músico e dramaturgo Romário José Borreli, autor consagrado no Brasil e exterior, observa Jorge Zamoner, diretor do espetáculo cênico O Contestado, que também participa do filme, como ator e como diretor.

     A produção de A Batalha do Contestado faz parte do Projeto Centenário da Guerra do Contestado, aprovado pelo Ministério da Cultura, com base na Lei Rouanet, através da UNOESC-Universidade do Oeste de Santa Catarina. Tem patrocínio cultural da Enercam - Campos Novos Energia; Grupo Habitasul; Celulose Irani e BRDE - Banco Regional do Desenvolvimento do Extremo Sul.