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Segurança Pública

Para o policial Tom existe uma má administração política social e um Plano Diretor ineficiente, o que resulta num trânsito caótico e conturbado em Capinzal

Para ter um bom monitoramento temos que dispor pelo menos de três policias destinados a essa função, ainda uma sala exclusiva para tanto, sendo que hoje o serviço é prestado por um policial apenas, que assume várias funções ao mesmo tempo, como recepcionista, telefonista, armeiro, despachante das viaturas e agora acumula a tarefa com o monitoramento.

 

Através desse questionário a seguir, o policial (soldado) entrevistado, esclarece que são respostas do seu ponto de vista quanto ao trânsito do município de Capinzal, prestando serviços em Florianópolis, como Gestor de Trânsito, porém, não quer dizer que todos concordem com essa forma, pois segundo ele, cada pessoa tem a sua forma de ver e de pensar a respeito do trânsito de Capinzal.

A Reportagem de O TEMPO – um jornal de fato entrevistou o policial militar Airton Olivério da Costa (Tom), natural de Piratuba (SC), mas que há muito tempo residiu em Capinzal (SC). Tom entrou para policia em 26/07/1998, então perguntamos: Como foi possível passar a ser um Policial Militar? Resposta: Bom, contando um pouco da minha vida, seguindo o exemplo de meu pai e dos dois irmãos meus, servi o Exército Brasileiro aos 18 anos de idade, em 1994, no 63º Batalhão de Infantaria de Florianópolis, retornei à Capinzal em 1996 e em 1998 trabalhei durante três anos na empresa Perdigão S.A, hoje, BRF. Prestei concurso para inclusão no curso da Policia Militar, onde estou na ativa até os dias de hoje. Tom prestou serviços de PM nos municípios de Joaçaba, Herval d’Oeste, Videira, Capinzal e atualmente exerce a profissão em Florianópolis.

Nesses quase 15 anos de trabalho prestado, Tom procura exercer a profissão com muito profissionalismo, procura sempre se especializar na área de segurança pública, sendo alguns cursos disponibilizados pela Secretaria de Segurança Pública e outros por interesse próprio bancados por ele mesmo. Cursos que fez:

De Formação de Soldados da PMSC, 1.590 horas/aula (13/07/1998 a 25/03/1999);

De Legislação de Trânsito e Inspeção Veicular, realizado pelo grupo GAVA;

De Capacitação em Defesa Civil: Sistemas de Comando e Operações – SCO, 40 horas/aulas (11/03 á 30/04/2004), realizado pela Secretaria de Segurança Publica e Defesa do Cidadão;

De Policia Comunitária, realizado pela UNIVALI;

De Condutores de veículos de Transportes Coletivo de Passageiros, 50 horas, realizado pelo SENAI/Luzerna;

De Condutores de Veículos de Transportes de Produtos Perigosos, 50 horas, realizado pelo SENAI/Luzerna;

De Condutores de Transporte Escolar, 50 horas, realizado pelo SENAI/luzerna;

Do primeiro Fórum Sul brasileiro de Segurança e Educação para o Trânsito, 20 horas (09 a 10/08/2007), realizado pela FATTEP – Faculdade de Tecnologia Pedro Rogério Garcia - Concórdia/SC;

De Táticas de imobilizações, ministrada por oficiais da SWAT dos Estados Unidos, onde incluía os cursos de Imobilizações Táticas, Buss Assalt (Assalto a Ônibus), Entrada em ambientes confinados, Tiro Tático;

De Peritagem em veículos sinistrados, 20 horas (16 a 18/09/2012), realizado em Florianópolis (SC).

Tom foi transferido de Videira para Capinzal em fevereiro de 2000, onde atuou até junho de 2012. Então perguntamos: Por que foi transferido ou pediu a transferência? R.: Bom, amigo Aldo, como tudo na vida tem o seu ciclo, acredito que o meu aqui em Capinzal se completou. Houve vários motivos pelo qual levou a minha transferência para Florianópolis, primeiramente deve-se ao convite de um grande amigo meu que exercia o posto de comandante do 4º Batalhão de Policia Militar de Florianópolis, e que comandou também a Policia Militar de Capinzal. O qual conhecia a minha forma de trabalho, perfil esse que se encaixava na sua filosofia de comando na seção de trânsito daquele batalhão. Fiquei muito feliz por ter sido lembrado, não somente por ser um amigo, mas por ter meu trabalho e minha capacidade reconhecida por alguém, algo que aqui em Capinzal, até o momento da chegada do novo comando, não tive esse reconhecimento. Tive longas conversas com alguns amigos de profissão aqui de Capinzal, no intuito de que eu ficasse, como lhe falei, sentia que o circulo havia se fechado e precisava de novos desafios, sempre dizia “quero me arrepender de ter ido, e não por ficar e pensar por que não aceitei em ir”.

Estava a procura de algo novo na minha profissão, não queria apenas cumprir minha escala e meu trabalho acabava por ali, sempre me voluntariava a realizar palestras nas escolas voltadas a educação para o trânsito até mesmo nas horas de folga, e percorria o município de Capinzal e Ouro por inteiro de escola a escola. Procurei também por diversas vezes pessoas, amigos ligados a administração pública, me voluntariando à fazer parte da administração no que dizia a respeito ao trânsito, mais precisamente na Junta Administrativa de Recursos de Infrações (JARI), no qual me identificava e seria algo a mais para me fazer ficar e continuar contribuindo para que o povo de Capinzal pudesse usufruir de um trânsito mais seguro e exercendo o seu direito no que diz respeito a multas de trânsito, porém, por imposição de uns e outros, nunca obtive a resposta. E formado em Gestão e Tecnologia em Trânsito e Transportes, atualmente estou em fase de conclusão de Pós em Gerenciamento de Trânsito, esperava colocar em prática todo esse conhecimento que adquiri ao longo de minha trajetória como policial militar, aqui na cidade de Capinzal. E por não obter nunca uma resposta da administração atual, me deixou de certa forma frustrado, o qual também contribuiu com a decisão de ir aplicar esse meu conhecimento na cidade de Florianópolis, que com o convite do comando do 4º Batalhão, passei a exercer a função no setor de trânsito daquela cidade.

Hoje ,Tom trabalha na 1ª Companhia do 4º Batalhão de Polícia Militar de Florianópolis, de início o convite seria para atuar na seção de trânsito do batalhão no gerenciamento de ordens de serviços de eventos, porém, como não havia nenhum policial com formação em trânsito e peritagem em veículos sinistrados, optou por encarar esse desafio e foi escalado para tal, onde atua até então, sendo que sua transferência se deu em junho de 2012

Diferencie Capinzal com o Município que passou a trabalhar? R.: A realidade de uma capital com uma cidade do porte de Capinzal é outra, os problemas tanto da população como do trânsito são muito mais complexos, a exigência da população e a presença da mídia é muito maior, mas digo que para o policial que sempre trabalhou dentro da lei e sempre seguiu os conceitos da Policia Militar, este será sempre visto com bons olhos perante a sociedade, a mídia e o seu comando. Os problemas que hoje assolam a capital são as facções que alguns governantes insistem em dizer que não existe, não foi o que vimos nesses últimos acontecimentos que aterrorizaram a população da grande Florianópolis. E o trânsito que é caótico, chegando ao ponto de não termos mais os horários de pico, pois durante a maior parte do dia tem engarrafamento tanto para quem entra como para quem sai da ilha. Muito se estuda em fazer um transporte marítimo ou até mesmo a construção de outra ponte com acesso a ilha, porém, por enquanto está só nas promessas.

Sabe-se que tem conhecimento de leis de trânsito, então o que seria preciso fazer para melhorar a circulação de veículos, principalmente, na área comercial de Capinzal? R.: Bom Aldo, é notório que o trânsito de Capinzal melhorou muito nos últimos anos, foi tirado do papel a tão sonhada Zona Azul, porém, nos deparamos com um problema que foi criado há muitos anos, ou seja, uma má administração política e um Plano Diretor ineficiente, que juntamente com o crescimento acelerado da cidade sem o devido acompanhamento desse crescimento, a adaptação dos meios de transportes e a criação de mais vias para escoar o trânsito da área central, sendo assim o trânsito se tornou o grande vilão para o homem, para a economia e para os governantes. Hoje se paga pela inobservância de governos passados em que a cidade ainda estava em desenvolvimento, hoje se conseguiu tirar do centro da cidade o trânsito das carretas que escoam a produção da BRF, porém, a segunda ponte que foi apontada como uma das soluções para o melhoramento do trânsito na área central, nunca mais se ouviu falar. Ainda temos muito que melhorar, e é possível melhorar sim, tanto na área central como no bairro e nos loteamentos, onde já sofrem os efeitos do monitoramento que foi implantado no centro da cidade, sendo que os motoristas que costumam se exceder no volante passaram a “se apresentar” no bairro e nos loteamentos, onde não há tanta fiscalização. Existem ainda muitos pontos críticos e com um alto índice de acidentes que podemos e devemos mudar, pois a frota de veículos aumenta a cada dia e temos que começar a nos adaptar e nos adequar a esse crescimento para que futuramente não soframos mais com isso, ainda há tempo de mudar.

No seu modo de ver o que ajuda e o que pode atrapalhar o monitoramento da cidade? R.: O monitoramento é uma grande ferramenta que vem em auxilio da Policia Militar em favor da segurança da população, esta colocada em pontos estratégicos, vem somente a aumentar a fiscalização e evitar muitos assaltos e arrombamentos como vínhamos sofrendo ultimamente em Capinzal. O monitoramento ainda está em fase experimental, mas acredito que já é uma realidade, dificilmente se voltará atrás, seria necessário também ampliar a área de abrangência dessas câmeras como no bairro e nos loteamentos, porém, para isso não podemos esquecer que as câmeras não fazem o papel da polícia, elas apenas auxiliam, ainda temos muito o que investir na segurança, principalmente, na parte de efetivo. Para se ter um bom monitoramento temos que ter pelo menos três policias destinados a essa função, e é claro, uma sala destinada ao monitoramento, sendo que hoje é feita o monitoramento por um policial que assume várias funções ao mesmo tempo, como recepcionista, telefonista, armeiro, despachante das viaturas e agora acumula o monitoramento. Esperamos que a próxima administração lute com todas as forças e busque com seus elos partidários um efetivo maior para Capinzal, e o mais importante, uma sede da Polícia Militar em condições para bem atender a população.

No seu modo de ver, seria necessário implantar a Policia Comunitária e a Guarda Municipal em Capinzal? Justifique. R.:  Tudo o que vem em favor da segurança da população é sempre bem vinda, seria outra grande ajuda que a Policia Militar teria para manter a ordem pública na cidade. Com a municipalização do trânsito no município o caminho ficou mais curto para a formação de uma Guarda Municipal, que com certeza vem a ajudar e muito no serviço do dia-a-dia da Policia Militar, porém, não podemos esquecer que Guarda Municipal não é Polícia Militar, ela é um órgão auxiliar da Policia Militar, se já pensarmos em formar a Guarda Municipal visando somente em arrecadar com multas de trânsito, vai se desviar da finalidade real da Guarda Municipal, sendo que essa função é exclusiva da Polícia Militar, é isso que temos que ter em mente. Onde se precisa da presença ostensiva da Polícia Militar hoje, no bairro e nos loteamentos, nas escolas, nos eventos onde há mudança de fluxo dos veículos, aí que poderíamos empenhar o serviço da Guarda Municipal, deixando assim a Polícia Militar exclusivamente para atendimento de ocorrências e fiscalização do trânsito.

Descreva algo sobre a função do Policial Militar dentro de sua missão? R.: Para os jovens que sonham com uma carreira militar, primeiramente, gostaria de lhe fazer uma simples pergunta: Você já parou para pensar sobre o valor de sua vida? Muitos talvez não saberiam fazer essa avaliação, por não terem noção de quanto são valorosos para suas famílias e amigos.

Quem exerce a profissão na área de segurança pública, privada ou nas forças armadas, passa diariamente pelo risco de perda da vida. Mas todos nós sabemos que podemos ter esse risco reduzido a quase zero, se nos empenharmos em treinamentos e especializações que nos deem mais segurança, mais prática e maiores conhecimentos, que possam evitar tais tragédias, pois um treinamento bem feito pode significar uma vida mais longa. Qual o policial que não gostaria de participar de uma operação de alto risco ou até mesmo de uma simples abordagem de rotina e voltar intacto para a sua casa, ou melhor, para a sua família? 

Assim como eu e alguns colegas que sempre se dedicaram e procuraram fazer o melhor, você, com certeza enfrentará barreiras, tais como a falta de verbas, as dificuldades impostas por sua instituição, ou, até mesmo, por incrível que pareça, a atitude de alguns companheiros de trabalho, que se sentirão incomodados ao vê-lo crescendo.

Tome a iniciativa, vá atrás do seu sonho, lute como um guerreiro e tenha coragem, porque a nossa profissão não é para covardes. Pode ter certeza que por muitos você será considerado um herói. Valorize essa profissão, mesmo com todas estas dificuldades. Dê 100% de sua energia durante o trabalho. Não fique esperando que o governo ou a sua instituição faça alguma coisa por você. Faça logo, não demore, faça o melhor e seja o melhor!  Quanto mais suor derramado em Treinamento... Menos sangue será derramado em Batalha... 

Na sua opinião, o Policial Militar tem as condições necessária de trabalho e de garantia de uma boa aposentadoria? R.: Hoje a nossa realidade na questão de condições de trabalho ainda está a desejar, porém, tem se buscado uma  melhora nos últimos anos. A Secretaria de Segurança Pública tem investido muito no nosso policial, isto em cursos, aprimoramentos e as chamadas revitalizações que acontecem anualmente com todo o efetivo do Estado, houve recentemente uma renovação da frota de veículos, a qual nos dá mais segurança e conforto no nosso dia-a-dia de trabalho.

Quanto a garantia de uma boa aposentadoria, ainda se espera uma melhora significativa, pois trabalhamos sob pressão o tempo todo, lidamos especialmente com a vida e a integridade física das pessoas, muitos policiais sofrem de stress,  doenças cardíacas e muitas outras doenças oriundas dessa pressão que estamos sujeitos no nosso dia-a-dia de serviço. Ao final da carreira do policial, este se aposenta já com algum problema de saúde adquirido pela escala estressante de trabalho e a pressão não só da instituição, mas também da população o qual acabamos de uma forma ou de outra absorvendo os problemas dos outros. 

A sua vontade é trabalhar no litoral catarinense ou em Capinzal onde iniciou sua carreira militar? Justifique. R.: O que quero é trabalhar onde me sinta bem profissionalmente, hoje estou em um local que me realiza como profissional, tenho um ótimo relacionamento com o meu comando, atualmente estamos trabalhando em um projeto nas escolas sobre a utilização das ciclovias, com palestras e praticas nas ciclovias da Beira Mar, e é isso que me realiza, estar pondo em prática o que estudei na minha formação acadêmica. Não descarto a hipótese de um possível retorno, pois Capinzal é uma cidade que deixei muitos amigos e familiares, sempre que vão passear por Florianópolis me ligam para matarmos a saudade, sempre que venho para Capinzal sou muito bem recebido promovendo jantares para colocarmos os papos em dia. Quem sabe um dia se as coisas mudarem na instituição ou novas oportunidades surgirem eu possa colocar em prática o que aprendi na minha formação acadêmica e a experiência que adquiri com esses quase 15 anos de profissão como policial militar.

Dê alguma informação sobre o que vale a pena levar ao conhecimento dos munícipes, em termos de Segurança Pública? R.: O que mais se espera da população é que ela continue do lado da segurança pública, pois a população é uma peça chave e de muito valor para a Polícia Militar, que ela permaneça sendo esse elo forte e inquebrável entre a Polícia Militar e o combate a criminalidade na cidade, utilize-se do 190, mesmo que de forma anonimamente, para denunciar ou relatar o que você acha estar acontecendo de errado em seu bairro ou loteamento, na sua rua, enfim, sempre que se deparar com algo que deva ser levado a conhecimento da Polícia Militar, denuncie. Hoje, temos muitas ferramentas para repassar essas denúncias, além do telefone 190, tem as caixas de denúncias do CONSEG (Conselho de Segurança) que estão espalhados pelo comércio local, também tem um link no site da PMSC que é o NET denúncias, portanto, essas denúncias são para a segurança de todos.

 

                                                                                      

Airton Olivério da Costa (Tom), caso for implantada a Guarda Municipal, se por ventura for arrecadada multas de trânsito, vai se desviar da finalidade real, sendo que essa função é exclusiva da Polícia Militar, é isso que temos que ter em mente. Onde se precisa da presença ostensiva da Polícia Militar hoje, no bairro e nos loteamentos, nas escolas, nos eventos onde há mudança de fluxo dos veículos, aí que poderíamos empenhar o serviço da Guarda Municipal, deixando assim a Polícia Militar exclusivamente para atendimento de ocorrências e fiscalização do trânsito.

 

 

 

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