Vereadores não querem pagar ?conta? por decisão da Mesa Diretora

Câmara de Vereadores de Concórdia
A polêmica da compra do novo carro da Câmara de Vereadores, que repercutiu na imprensa e redes sociais na última semana, foi o principal assunto da sessão do Legislativo, na noite de segunda-feira, 18. Quatro vereadores, sendo dois da oposição e dois da situação se manifestaram quanto à decisão pela compra do novo automóvel. Edilson Massocco (PMDB) puxou o assunto, demonstrando-se descontente por não ter sido consultado e nem mesmo comunicado sobre a aquisição. Artêmio Ortigara (PMDB) seguiu a mesma linha de discurso, dizendo que não pode “pagar” o preço pela decisão da Mesa Diretora da Casa. Arlan Guliani e Evandro Pegoraro, os dois do PT, também foram à tribuna para afirmar que não sabiam da compra do novo carro.
Massocco afirmou que sabe da autonomia da Mesa Diretora, formada pelo presidente Mauro Mendes (PSD), vice Leocir Zanella (PPS), secretário Vilmar Comassetto (PCdoB) e segundo secretário Arlan Guliani (PT), mas que o Legislativo é formado por 13 vereadores e que a decisão poderia ter sido conjunta. “A população precisa saber que o novo carro não está sendo comprado pelos vereadores, mas pelo presidente Mauro Mendes”, destacou o vereador peemedebista, ressaltando que não se trata de uma crítica, mas uma sugestão para que todos os vereadores sejam consultados ou pelo menos comunicados das decisões da Mesa Diretora. “Não podemos pagar esta conta lá fora, pois estamos sendo muito cobrados”, completou, sem entrar no mérito da necessidade ou não do carro, caracterizado por ele como “nave” e “avião”, devidos os itens inclusos.
Inoportuno
Ortigara disse que foi pego de surpresa com a informação da compra do automóvel. “Estou preocupado, pois sempre defendemos a economia do dinheiro público ao questionar algumas ações do Executivo, como a Rua Coberta, por exemplo”, comentou. Ortigara ainda citou o atual momento econômico, sendo inoportuno para investimentos como este. “Não somos nós vereadores que estamos comprando o carro. É importante reforçar isso, porque a cobrança está muito grande”, reiterou. Mesmo fazendo parte da Mesa, Arlan também disse que não sabia do assunto. “Fiz parte de outras composições de Mesa Diretora por diversos anos e nunca houve uma situação como esta. Não fui perguntado nem solicitado e em uma reunião com o presidente no dia 5 de maio expus meu desapontamento quanto ao assunto”, informou o petista.
Legal
Apesar de todo o debate, foi bem colocado sobre a questão legal da aquisição do automóvel Ford Focos, vencedor da licitação por R$ 77 mil. Todo processo foi transparente e legal. No entanto, a licitação ainda não foi homologada, por isso, o carro ainda não foi comprado e nem pago, devido o período legal para recurso.
Café
Edilson Massocco também levantou outra questão sobre o uso do dinheiro público. O vereador falou sobre o pagamento de aluguel das máquinas de café utilizadas pela Câmara. Os equipamentos estão locados desde 2006, sendo que os aluguéis tiveram apenas a correção da inflação a cada ano. Atualmente é pago R$ 323,20 por mês para cada máquina. Como são duas, no ano são gastos R$ 7.756,8. O valor é mais que suficiente para comprar uma máquina. “Imaginem se oito meses de aluguel de um apartamento fosse suficiente para comprar o imóvel”, comentou Massocco, ressaltando ser desperdício de dinheiro público, não entrando no mérito e importância de manter as máquinas do Legislativo.
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