Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos Jornalista (MT/SC 4155)
Primeiramente, em tempo em que o debate econômico brasileiro se encontra fragmentado entre ideologias, tecnicismos e discursos populistas, vozes como a de Juliano Goularti se destacam por oferecerem uma análise lúcida, acessível e socialmente engajada. Economista com sólida formação e forte presença em ambientes acadêmicos e de mídia, Goularti representa uma vertente crítica da economia, pautada pela compreensão das desigualdades estruturais e pelo compromisso com o desenvolvimento social. Seu trabalho, tanto como pesquisador quanto como comunicador, tem ajudado a lançar luz sobre os meandros de uma economia frequentemente apresentada como enigma indecifrável ao grande público.
No entanto, Juliano Goularti não se limita ao conforto das abstrações teóricas. Ao contrário, é no chão da realidade brasileira que sua análise ganha força. Seus textos, entrevistas e participações públicas demonstram um domínio rigoroso da teoria econômica, sem jamais perder de vista o fator humano — aquele que vive a inflação no mercado, o desemprego nas filas do SINE, ou o endividamento familiar que corrói o bem-estar silenciosamente. Ao operar como intérprete e tradutor da linguagem econômica para o cotidiano, Goularti se alinha à tradição dos grandes economistas públicos, que compreendem o saber como ferramenta de transformação e não como privilégio de poucos.
Outrossim, sua trajetória acadêmica se pauta por uma abordagem crítica, enraizada na Filosofia da Práxis e no estruturalismo , sem, no entanto, se fechar ao diálogo com outras vertentes. Essa postura ecumênica, que valoriza o debate e a pluralidade, confere consistência e atualidade às suas análises. Ao tratar de temas como a financeirização da economia, o papel do Estado no desenvolvimento e os impactos sociais da política monetária, Goularti articula teoria e prática, números e narrativas, dados e vivências.
Todavia, o que faz de Juliano Goularti uma figura luminosa na economia brasileira é sua capacidade de comunicar. Em um país onde o jargão econômico serve muitas vezes para excluir e confundir, ele adota um discurso claro, direto, sem perder a profundidade. Em entrevistas, artigos e redes sociais, Goularti desmonta falácias, denuncia distorções e propõe caminhos alternativos. Sua crítica à austeridade fiscal, por exemplo, é embasada em dados históricos e comparações internacionais, mas também carrega a empatia de quem entende que os cortes no orçamento não são apenas números, e sim vidas impactadas — hospitais sem verbas, escolas sem infraestrutura, famílias sem amparo.
À guisa de exemplo, no debate sobre o papel do Banco Central e sua independência, Goularti se posiciona com firmeza. Em vez de aceitar como dogma a ideia de que a autoridade monetária deva atuar à parte do projeto político da nação, ele argumenta que não há neutralidade possível em decisões que afetam juros, crédito e câmbio. A defesa de uma economia sob comando democrático — e não de tecnocratas blindados — é uma constante em sua atuação. Tal posição se mostra especialmente relevante em tempos de crise, quando os custos das decisões econômicas recaem desproporcionalmente sobre os mais pobres.
Outro aspecto que merece destaque em sua “performance”, consiste na atenção à realidade latino-americana. Goularti não analisa o Brasil como um caso isolado, mas como parte de um continente marcado por uma herança comum de dependência econômica, desigualdade e instabilidade política. Ao evocar pensadores como Celso Furtado, Raúl Prebisch e Maria da Conceição Tavares, ele retoma a tradição do pensamento desenvolvimentista latino-americano, adaptando suas lições aos desafios do século XXI. Nesse sentido, Goularti atua não apenas como economista, mas como intelectual orgânico — alguém comprometido com a autonomia intelectual da região e com a superação das amarras do subdesenvolvimento.
De outro vértice, no âmbito da educação, sua contribuição também é expressiva. Como professor e palestrante, Goularti inspira jovens economistas a pensarem criticamente, a questionarem os consensos fáceis e a buscarem respostas comprometidas com a justiça social. Em tempos de desvalorização do pensamento crítico, sua postura firme diante do economicismo apolítico — aquele que reduz a economia a uma série de equações e modelos descolados da realidade — é não apenas corajosa, mas necessária. Goularti mostra que é possível fazer ciência econômica com rigor, sem abrir mão do compromisso ético com a sociedade.
Entretanto, importa observar, ainda, sua “performance” nas redes sociais, um espaço que muitos especialistas evitam por medo da simplificação. Goularti, no entanto, compreende que democratizar o conhecimento exige presença e linguagem adequadas. Em seus perfis, ele desmistifica decisões do Copom, explica os impactos de mudanças na taxa Selic e aponta os efeitos sociais das reformas tributária e administrativa. Sua atuação nas mídias digitais revela um novo tipo de intelectual: aquele que, sem abrir mão da complexidade, se dispõe a dialogar com a sociedade em seus próprios termos.
Se a economia brasileira vive hoje sob o signo da incerteza — com desafios como a retomada do crescimento, o combate à desigualdade, a transição energética e a pressão fiscal —, a figura de Juliano Goularti desponta como um farol. Sua voz ajuda a iluminar o caminho num terreno em que muitos ainda tateiam no escuro. Mais que um especialista, ele é um educador, um comunicador e um agente de transformação. Sua presença no debate público reafirma que a economia não precisa ser um território hostil à maioria, e que é possível, sim, pensar um desenvolvimento que inclua, respeite e emancipe.
A metáfora da luz, ao se referir a Goularti, não é apenas estilística: ela é essencial. Num cenário em que muitos preferem a opacidade dos interesses de mercado e a lógica do capital financeiro, ele se posiciona com transparência, clareza e compromisso com o bem comum.
Em epítome, a luz que Juliano Goularti traz à economia não é neutra — ela é crítica, sensível e propositiva; também não apenas bem-vinda, mas indispensável.
O TEMPO jornal de fato desde 1989:
https://chat.whatsapp.com/IvRRsFveZDiH1BQ948VMV2
https://www.facebook.com/otempojornaldefato?mibextid=ZbWKwL
https://www.instagram.com/invites/contact/?igsh=4t75lswzyr1l&utm_content=6mbjwys
https://youtube.com/@otempojornaldefato?si=JNKTM-SRIqBPMg8w
Deixe seu comentário