Projeto aprovado proíbe danças que estimulem erotização infantil nas escolas |
Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos Jornalista (MT/SC 4155)
Em primeiro lugar, a saúde mental, por muitos anos negligenciada em diversas esferas sociais, finalmente começa a receber a atenção que lhe é devida. Em um mundo marcado por rápidas transformações sociais, econômicas e tecnológicas, cresce a compreensão de que o bem-estar emocional e psicológico dos indivíduos é tão essencial quanto sua saúde física. Falar sobre saúde mental hoje é não apenas romper com estigmas históricos, mas também reconhecer seu papel central na construção de uma sociedade verdadeiramente saudável, produtiva e empática. A relevância da saúde mental se revela em múltiplas dimensões: na vida individual, nas relações interpessoais, no ambiente de trabalho e no funcionamento mais amplo da sociedade.
Destarte, a Organização Mundial da Saúde define saúde mental como um estado de bem-estar no qual o indivíduo reconhece suas próprias habilidades, consegue lidar com os estresses normais da vida, trabalhar de forma produtiva e contribuir para sua comunidade. Essa definição vai além da ausência de transtornos mentais, e implica em qualidade de vida, equilíbrio emocional e autonomia. No entanto, os desafios para se alcançar esse estado são muitos. O aumento dos casos de ansiedade, depressão, síndrome de “burnout” e outros distúrbios psíquicos tem sido alarmante em todo o mundo, em especial nas grandes cidades, onde o ritmo acelerado, a competitividade e o isolamento social afetam de forma profunda a saúde emocional dos indivíduos.
Urge entender que uma sociedade saudável começa pelo cuidado integral do ser humano. A saúde mental deve ser vista como uma responsabilidade coletiva, que envolve governos, instituições, comunidades e indivíduos. Investir em políticas públicas eficazes, que ampliem o acesso a serviços de saúde mental, é um passo essencial para garantir esse cuidado. Ainda hoje, há uma imensa desigualdade no acesso a profissionais capacitados e a tratamentos adequados, sobretudo entre populações vulneráveis e em regiões mais periféricas. Além disso, o preconceito ainda é uma barreira significativa. Muitas pessoas que sofrem com transtornos mentais evitam procurar ajuda por medo de julgamento, discriminação ou estigmatização.
À guisa de exemplo, no ambiente escolar a saúde mental dos estudantes deve ser uma prioridade. Crianças e adolescentes enfrentam pressões acadêmicas, sociais e familiares que, se não forem bem mediadas, podem resultar em sofrimento psíquico. A presença de profissionais como psicólogos escolares, aliados à formação de professores para lidar com questões emocionais em sala de aula, é fundamental.
Outrossim, no ambiente de trabalho, a saúde mental tem impacto direto na produtividade, no engajamento e na qualidade das relações interpessoais. Empresas que promovem um ambiente saudável, com equilíbrio entre vida pessoal e profissional, escuta ativa e apoio emocional, não apenas cuidam de seus colaboradores, mas também fortalecem sua própria sustentabilidade.
De outro vértice, a pandemia de COVID-19 expôs de forma crua a fragilidade da saúde mental coletiva. O isolamento social, o luto, a insegurança financeira e o medo do futuro trouxeram à tona uma série de questões emocionais que estavam, muitas vezes, adormecidas. Esse período serviu de alerta para governos, empresas e cidadãos sobre a urgência de se falar e agir em prol do bem-estar psicológico. As iniciativas de apoio remoto, os canais de escuta e os projetos de acolhimento foram fundamentais, mas ainda insuficientes diante da grande demanda. A partir dessa experiência, muitas organizações passaram a incorporar a saúde mental como pauta estratégica, mas é necessário que isso vá além da emergência e se torne uma política permanente.
Ademais, outro aspecto relevante jaz na relação entre saúde mental e desigualdades sociais. Pessoas em situação de pobreza, exclusão ou discriminação estão mais expostas a fatores de risco para o adoecimento psíquico. A falta de perspectiva, a violência urbana, o desemprego e a negligência estatal são elementos que impactam profundamente a saúde emocional dessas populações. Assim, pensar em saúde mental também exige uma abordagem intersetorial, que envolva educação, habitação, segurança, cultura e geração de renda. O bem-estar psicológico não se constrói isoladamente; ele é produto de um contexto que precisa ser saudável, seguro e justo.
Em epítome, importa reforçar que cuidar da saúde mental é um ato de coragem e responsabilidade. É reconhecer que vulnerabilidade faz parte da condição humana e que pedir ajuda é sinal de força, não de fraqueza. Uma sociedade saudável é aquela que acolhe, que oferece suporte, que valoriza a escuta e promove o cuidado mútuo.
Por final, construir esse ideal exige tempo, investimento e mudança cultural todavia se configura caminho necessário, premente e possível para promoção da saúde mental e, por conseguinte, da dignidade, cidadania e humanidade.
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